Coleção pessoal de poesia_dia

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depois do temporal
veste em seda
teus negros olhos,
rega a semente
de uma breve ideia,
tão curta
como a vida
e a saudade
vai lá;
tão perto,
e tão longe
mira o céu
que cabe
na imensidão
de uma vida.

veste o mundo como quem veste uma roupa
a ginga da morena contagia até os breves olhares
se passasse pela minha rua, eu até cantaria
óh, és moça tão linda, de pura poesia, da cabeça aos pés
quando noite, aparece por cá, e até a lua se anima
pois és moça tão bela, que a neblina se dissipa
só pra noitada ver a morena passar

Tento em todo vento
muito pouco tempo
tantos nós em muitos
muito de nós um tanto
mesmo assim sou pouco

Vinha Maria
cheia de segredos
na capela escondia
seu grito soprano
mas quem era Maria;
se não a faca e o queijo?
que corta e alimenta
os mais finos desejos
por Maria era sina
de adolescente carente
na frente da mãe
se fazia de inocente
ah, Maria, sei eu de seus planos!
a quem me recorria
como se fosse um padre
ah, Maria, sei lá dos teus sonhos!
não sou travesseiro
pra te confortar nos seus prantos
de tão pequena que era
se escondia do assunto
de querer ser grande
se jogava no mundo
sabe lá deus pr'onde
ninguém se importava
tampouco Maria
que virava passarinho
quando a vida lhe cobrava
ah, Maria
deixe de ser assim menina
o presente, agora
a vida fere
o futuro, lá longe
quem quer, conserte
pois leva tempo
pra que aprenda
certas coisas
que lhe falta tanto

Moça que cresce
que vem e que tece
tão fina escrita
poetisa sabida
minha tarde invadiu
sem mesmo saber
e nem conhecer
ao som do piano
da valsa brasileira
dançou no ouvido
uma leve brisa
com cheiro de terra
que a chuva trazia
chorei na cidade
cinza meu peito
não enrubesci
no teu olhar sequer olhei
no amargo da boca
do forte café
se fez doce a palavra
que na mente proferia
preferi nada fazer
o domingo vazio
não matou esse homem
a guerra continua
mas nem tão fria
nem tudo é desgraça na vida
só queria te contar
que descobri essa poesia

folhas caem ao chão do parque
crianças correm e idosos conversam
o vento dança sobre os seres de concreto
o rapaz, da moça lhe rouba um beijo
ah, novembro;
não sei se te amo;
não sei se te odeio

Ao grito
pede-se
paciência
pega a gota
cata
escorre
sangra o peito
jazia quieto
mente que mente
ao ser errado
erroneamente
estardalhaço
mania fática
de se ilustrar
dizendo que
céu
pode ser
mar

Somos intactos
como deuses
emaranhados
como seres
que se esbarram entre si
temos vontades
como todos
a realidade de alguns outros
é a que me acometi
a verdade é que não preenche
nem metade
mas pela frente
me parece belo
será que se perdeu?
perdidas pernas
olhares, corações
perdidas às naus
que afundam sem emoção
um ascendente me contou
que daquele lado é visível
o desespero continuo
pela prorrogação da tua ida
quem paga por isso és tu mesmo
moeda por moeda
sem promoção
tua vontade protelada
fingida de esperança
é pura enganação
cada ideal gritado
ININTERRUPTAMENTE
é a certeza de alguma
imortalização
seja por folha;
por boca
ou lembrança de ancião
que cada ruga desse mesmo
se torne linha de uma prosa atoa
para que à moça da descendência
suspire e sorria ao ouvir
ah, meu deus
ser poesia me parece uma coisa tão boa

No quarto, inerte, espero
não sei bem o que peço
mas não me preocupo em errar
/
me pareço controverso
mas se encontro esse verso
fico imenso como o mar

Mas quem lhe deu coragem
de viver às realidades do mundo
também lhe da vontade
de amar pelos segundos
nos restam folhas
árvores
outonos
nos restam vidas
olhares
e um pouco de sono
de pés no chão e consciência admirável
mas que por si só se fez silêncio
que tua saudade se pareça com a minha
pra que meu abandono não pareça tão imenso

Levantou-se para sentir o vento
que ao pé do ouvido sussurrava:
-Não é só lamento,meu bem, não é só lamento.
era a poesia que a vida recitava

Quando se fez menina
tinha manias doces
quando, por vezes, moça
coleciona amores

E o mundo, inquieto
desta, se fez tutor
lhe ensinou a ver o pecado
a gostar, e conviver com a dor

EU TENTO
MAS
SOU
BRISA
E VOCÊ
VENTO

Amor é essa poesia que não cabe entre linhas.

Debruçava-me em uma janela
Nessas que a solidão constrói dentro de nós
D'onde apenas poderia sentir o vento
E a chuva amornada que a tarde trazia
Certamente poderia ser um inicio de partida
Na qual nenhuma dessas tolas preces me salvaria
Transfigurava-me ao deparar com céu nublado
Que refletia a tal da mente sã iluminada
Nunca havia me sentido tão sossegado
Lembrava do cortejo
E do primeiro riso desabrochado
Esse qual enfatiza meu maior desejo
E hoje
Eu escreveria um poema com teu nome.

Um poema para Cristina _

Foi o bem que à fez assim; calmaria
menina, moça ou já mulher
sonho de bailarina
quem sabe dança
de certa paz
na onda lança
um sonho bom
tecendo o apara dor
como aranha
bordadeira
cozendo frases de amor
mas quem te fez assim;
puro poema?
diga-me, quem lhe fez assim;
grande e pequena?
para certas coisas
faz muito bem
pr'outras
melhor não tem
e quem diria
menina, moça ou já mulher
que um dia
meu preâmbulo
cairia tão bem

Nenhum ego é tão grande que não caiba num abraço.

Abraço é tudo aquilo que se quer dizer mas não acha palavras.

O tempo
o risco
o cheiro
te pinto em azul
do mar ao céu
a sós
vermelho urucum
a pele
o pelo
o toque
arrepio comum

numa infinidade de feéricas luas
mendigar atenção tua é suicídio
a noite tece uma brisa quase fria
e o vinho é tão barato quanto minha alegria
tenho nós nos dós dos meus versos
sinto dó dos nós na minha vida.

BEM-TE-VI
SE TE VI
PLANAR
EM CIMA
DO MEU
TELHADO
MAS
NÃO
QUIS
ME
INCOMODAR
POIS
GOSTA
DE MIM
UM TANTO
QUE SEQUER
ME CHAMOU
A PIAR
SOOU
ENCANTO
VOOU
PRUM
CANTO
MAS
SE
SENTIR
SAUDADE
PODE
VOLTAR