Coleção pessoal de Piulres
Gostaria de dizer para você que viva como quem sabe que vai morrer um dia, e que morra como quem soube viver direito.
Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo.
Mas, se eu morrer antes de você, acho que não vou estranhar o céu.
"Ser seu amigo já é um pedaço dele..."
Quem sou eu além daquele que fui?
Perdido entre florestas e sombras de ilusão
Guiado por pequenos passos invisíveis de amor
Jogado aos chutes pelo ódio do opressor
Salvo pelas mãos delicadas de anjos
Reerguido, mais forte, redimido,
Anjos salvei
Por justiça lutei
E o amor novamente busquei
Quem sou além daquele que quero ser?
Puro, sábio e de espírito em paz
Justo, mesmo que por um instante,
Forte, mesmo sem músculos,
E corajoso o suficiente para dizer “tenho medo”
Mas quem sou eu além daquele que aqui está?
Sou vários, menos este.
O que aqui estava, jamais está
E jamais estará
Sou eu o que fui e cada vez mais o que quero ser
Mudo, caio, ergo, sumo, apareço, bato, apanho, odeio, amo…
Mas no momento seguinte será diferente
Posso estar no caminho da perfeição
Cheio de imperfeições
Sou o que você vê…
Ou o que quero mostrar.
Mas se olhar por mais de um segundo,
Verá vários “eus”,
Eu o que fui, eu o que sou e eu o que serei.
A felicidade é um estado de espírito. Se a sua mente ainda estiver num estado de confusão e agitação, os bens materiais não vão lhe proporcionar felicidade. Felicidade significa paz de espírito.
O Mestre na arte da vida faz pouca distinção entre o seu trabalho e o seu lazer, entre a sua mente e o seu corpo, entre a sua educação e a sua recreação, entre o seu amor e a sua religião. Ele dificilmente sabe distinguir um corpo do outro. Ele simplesmente persegue sua visão de excelência em tudo que faz, deixando para os outros a decisão de saber se está trabalhando ou se divertindo. Ele acha que está sempre fazendo as duas coisas simultaneamente.
Com o tempo, a poeira das nossas experiências, do nosso conhecimento, da vida que vivemos, do passado, vai se acumulando. Essa poeira se torna o ego. O ego é apenas uma crosta sem vida em volta de você, ela tem de ser quebrada e abandonada a todo momento, para que essa crosta não se torne uma prisão.
Todas as pessoas vivem confiando na sua sabedoria e no seu conhecimento, e ficam presos a eles. Eles chamam isso de "realidade". Entretando sabedoria e conhecimento são ambíguos, deste modo, a realidade não é nada além de uma ilusão. As pessoas vivem Baseadas em suas próprias crenças. Não é agradável para pensar?
(…) o que me faz correr é sempre o mesmo, uma vontade de saber mais e o de deixar contado às pessoas, nos livros, sabe. Deixar nos livros aquilo que se descobre, porque um livro, com o que contém, pode ser uma fortuna eterna (…)
Não lemos e escrevemos poesia porque é bonitinho. Lemos e escrevemos poesia porque somos membros da raça humana e a raça humana está repleta de paixão. E medicina, advocacia, administração e engenharia, são objetivos nobres e necessários para manter-se vivo. Mas a poesia, beleza, romance, amor... é para isso que vivemos.
A gente pode morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, numa cidade mais ou menos, e até ter um governo mais ou menos.
A gente pode dormir numa cama mais ou menos, comer um feijão mais ou menos, ter um transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.
A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos...
Tudo bem!
O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum
é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos.
Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos.
Ela tinha um nojo da dualidade de intenções dos seres humanos que ora amam, ora usam, e preferia a clareza da sacanagem e a certeza do vazio.
Eu sei que vou. Insisto na caminhada. O que não dá é pra ficar parado. Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola. E refaço. Colo. Pinto e bordo. Porque a força de dentro é maior. Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrários. É maior porque é do bem. E nisso, sim, acredito até o fim. O destino da felicidade, me foi traçado no berço.
É errado pensar que o amor vem do companheirismo de longo tempo ou do cortejo perseverante. O amor é filho da afinidade espiritual e a menos que esta afinidade seja criada em um instante, ela não será criada em anos, ou mesmo em gerações.
Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.
Não se trata de estar certo ou errado. Sabe quantas vezes eu estava certo e mesmo assim tive que pedir desculpas?
Pensando bem, em tudo o que a gente vê e vivencia, ouve e pensa, não existe uma pessoa certa para gente.
Existe uma pessoa que, se você for parar para pensar, é, na verdade, a pessoa errada.
Porque a pessoa certa faz tudo certinho!
Chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas, mas nem sempre a gente está precisando das coisas certas.
Aí é a hora de procurar a pessoa errada.
A pessoa errada te faz perder a cabeça, perder a hora, morrer de amor.
A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar que é para na hora que vocês se encontrarem a entrega ser muito mais verdadeira.
A pessoa errada é, na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa.
Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas.
Essa pessoa vai tirar seu sono.
Essa pessoa talvez te magoe e depois te encha de mimos pedindo seu perdão.
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar 100% da vida dela esperando você.
Vai estar o tempo todo pensando em você.
A pessoa errada tem que aparecer para todo mundo, porque a vida não é certa.
Nada aqui é certo!
O que é certo mesmo é que temos que viver cada momento, cada segundo, amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo, conseguindo.
E só assim é possível chegar àquele momento do dia em que a gente diz: "Graças a Deus, deu tudo certo!"
Quando, na verdade, tudo o que Ele quer é que a gente encontre a pessoa errada para que as coisas comecem a realmente funcionar direito para gente.
Teoria das pessoas complexas
Haddock Lobo, 1164, apartamento 53, ano de 2015, quinta-feira, 10h30 da noite. Luz fraquinha do abajur iluminando a sala grande e "desmobiliada". Perto da janela, a congregação das teorias de mesa de bar confabulando sobre a vida de forma geral e sobre os relacionamentos.
M. diz que gosta de seu emprego em SP, que ama a cidade e suas possibilidades. Mas diz que também gostaria de viver em outro lugar, de outra forma, fazer outras coisas. Não sabe o que quer, mas acha que sabe o que não quer. Acredita que o amor existe, mas não tem nada a ver com essa coisa de novela ou de cinema. E fica triste quando nota que a maior parte dos casais que a rodeiam são infelizes e só estão juntos por comodidade.
A. está em crise, pois mudou de profissão. Por que mudou? Também não sabe, só sabe que sentia que não era aquilo que deveria fazer para o resto da vida. A. acredita que ninguém nasceu para ser uma coisa só. Acha triste que tenhamos de nos resumir dessa maneira ao escolhermos uma profissão. A. pensa que as relações amorosas foram feitas para dar errado, mas que, como existe a teoria do caos, também existe as relações duradouras e felizes. Fica triste quando nota nos bares e restaurantes casais sentados sem conversar.
D. ouve apenas. Profissionalmente e em relação a cidade sente-se bem. O que a pega um pouco nos últimos tempos é o fim de sua relação com F. Ela rompeu. Estavam morando juntos, mas ela não estava segura se era aquele o tipo de relação que queria, se ele era o homem para ela. Tinha medo que passasse a vida a conformar-se e não a apaixonar-se. Pensa na música de Chico: Lilly Brown. "Nunca mais romance, nunca, nunca mais feliz". Casar seria matar a paixão?
M., D., A. Pessoas complexas. Enquanto falavam de suas crises, teorias, possibilidades foram percebendo com felicidade e espanto o quanto eram parecidas em suas frustrações e em suas expectativas. Em seus sonhos e em seus medos. Em seus anseios e inseguranças.
As pessoas complexas raramente sabem o que querem, mas frequentemente sabem o que não querem. É um tipo de gente que não sabe comer a vida pelas bordas e já enfia a colher, com tudo, no meio da sopa. Arriscam queimar a língua, porque sabem que se queimar, passa. Ninguém morre de queimadura na língua, como ninguém morre de coração partido, de dor de cotovelo ou frustração.
As pessoas complexas não conseguem olhar para o mundo e aceitar simplesmente. Elas se questionam o tempo todo tudo. Chatas? Talvez, mas é que não conseguem existir de outro modo.
M., D. e A. estão cansadas do mundinho previsível, das pessoas tão quadradas, das possibilidades pequenas que o mundo lhes oferece. Está certo que a vida nos atende escassamente, disso já sabemos. Mas para uma pessoa complexa é a morte levar a vida a acomodar-se. Fazer as coisas porque vai ser mais confortável ou socialmente aprovado. Não se trata de rebeldia, nem de originalidade. É apenas que um coração complexo pulsa em arritmia, tem um compasso diferente, que se mistura frequentemente ao passo descompassado do mundo e da vida.
As pessoas complexas não acreditam que felicidade seja um carro do ano, um apê "um por andar" ou uma cobertura. Não acham que roupas caras te fazem mais bonita. Não acham bacana ir à balada da moda e nem fazer o que todo mundo faz.
Elas se questionam sobre os relacionamentos, sobre os casamentos. Elas querem se casar, querem se relacionar, mas tem que ser de verdade. Tem que ser com aquele alguém que as veja por dentro, que esteja ali todo corpo, todo presente, pronto para debruçar-se sobre o outro. Pronto para fazer da vida uma descoberta, uma aventura, um lugar sem ontem e sem amanhã. Não precisam de status. Não sabem se a fidelidade é a parte mais importante. Acreditam na lealdade, sobretudo.
Essa gente complexa detesta assuntos burocráticos, relações burocráticas, protocolos, regras sociais, dizer o que convém. São sinceras do fio do cabelo a ponta do dedão do pé. Não dissimulam e detestam mesquinharia.
As pessoas complexas acreditam na vida. Tem fé no amor e nas relações humanas. Elas olham o mundo e enxergam suas limitações, mas também, os seus encantos.
Não têm preconceito. São abertas ao novo. Gostam de experimentar sabores, cores, amores, formas, conteúdos, jeitos, gentes, teorias. São orgânicas. São recicláveis. São sustentáveis.
As pessoas complexas acreditam que as pessoas são o que dizem, o que pensam, o que sentem. Ninguém é o que tem. Aliás, pessoas complexas detestam assuntos como: a casa que eu comprei na praia, o meu salário de R$ 15 mil, o meu carro novo, etc.
Gostam de arte, de gente, de música, de viagens. Amam a liberdade e não sabem viver sem ela.
Respeitam o espaço do outro. Preservam a liberdade do outro. Amam as possibilidades do outro.
Não querem que as pessoas sejam como elas. São traumatizadas por uma sociedade que não as compreende e por isso não exigem do outro nada além do que ele tenha para oferecer.
Gostam de se emocionar com a vida e com o mundo. Nunca se acostumam a ver pessoas morando na rua, crianças pedindo dinheiro no semáforo. Choram com certas cenas da vida e lutam para que o mundo seja um lugar mais justo, mais acolhedor, com mais oportunidades para todos.
Fazem, todos os dias, pequenas revoluções.
Adoram conhecer lugares novos para formarem novas memórias. Conhecer gente nova, para construírem novas histórias. Contudo, carregam o passado, com seus ensinamentos e seus momentos inesquecíveis, sempre bem junto.
Se reconhecem nos lugares e adoram andar em bando. Ficam juntos falando de assuntos complexos ou de bobagens. Mas bobagens sinceras, coisas do bem. Se falam mal de algo é só da rede globo, do big brother, de certos políticos, enfim, de quem merece.
Pensam que a vida é uma só, sem ensaio e sem after. Assim, vivem cada dia como se fosse o único, como se fosse o último.
São pessoas sensíveis, que buscam extrair da vida sua essência e que querem traçar seu próprio destino. Acreditam na construção da felicidade e acreditam que essa não está na conta bancária, nem em um marido ou mulher que os espera em casa, nem em um filho, mas em cada um de nós.
Gente complexa tem alma de poeta mesmo quando nunca escreveu sequer um verso.
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