Coleção pessoal de pithecus
Pelo teu Amor
Pelo teu amor iria até ao fim do mundo…
catalogaria cada estrela para que te desse luz…
selaria cada buraco negro
para que nunca pudesses perder-te de mim…
partilharia contigo cada planeta,
por mais árido que fosse,
para que nunca te sentisses só…
Viajaria em cada cometa para ir ao teu encontro…
e em cada galáxia imprimiria um pouco mais
deste amor que te ganho a cada dia para que,
por qualquer sistema solar que passasses
pudesses sentir-te seguro…
para que em cada universo
encontrasses cor… calor… carinho… e paz…
Porque é disso que se faz o amor…
é experimentar cada fiapo de ar
para saber que podes respirá-lo…
e testar cada gota de chuva antes que te molhe…
é desenhar um raio de sol no meio da tempestade
quando sentes falta do verão em pleno Inverno…
é deixar-te vaguear livre, pela vida,
sabendo que um dia
podes não saber encontrar o caminho de volta a mim…
mas acreditando sempre
que o que nos une é mais forte
que quaisquer correntes…
Amar é deixar-te ser tu mesmo
apesar de às vezes poderes levar-me à loucura…
porque sei que é assim que tens que ser…
porque é assim que consegues fazer de cada dia
que passa o melhor da minha vida…
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências…
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Essa mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles!
Eles não iriam acreditar! Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação dos meus amigos, mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não o declare e não os procure.
Às vezes, quando os procuro, noto que eles não têm noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles e me envergonho porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem-estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamento sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer… Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos e, principalmente, os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus verdadeiros amigos.
Se alguém te perguntar o que quiseste dizer com um poema, pergunta-lhe o que Deus quis dizer com este mundo...
A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!
Canção do dia de sempre
Tão bom viver dia a dia...
A vida, assim, jamais cansa...
Viver tão só de momentos
Como essas nuvens no céu...
E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...
E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.
Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...
A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda.