Coleção pessoal de pinkjeeh
Sentindo tudo e não demonstrando nada, aceitando que tudo que há debaixo desse céu, tem começo, meio e fim; reciclando lágrimas, sentimentos, e consequentemente, sorrisos. Mas apesar de tudo isso, o pior ainda é ter que aceitar que as coisas passam... E isso é ruim e feliz, ao mesmo tempo.
Estava física e espiritualmente cansada de economizar sofrimentos, e junto a isso, economizar também amor e sorrisos. Porque, como todos sabem, amor e sofrimento são irmãos. Não dá pra ‘comprar separadamente’, tem que ‘adquirir o kit completo’. O medo de sofrer a impedia de amar. O medo de amar a impedia de sofrer, mas lhe privava de um arsenal de carinhos, companheirismo, mãos dadas e beijinhos na ponta do nariz. Por que tão injusto?
O segredo de tudo está em saber sobreviver a cada momento, sem voltar atrás. Faz-se necessário aceitar que as coisas mudam, a vida vira do avesso e novos caminhos são abertos, enquanto portas se fecham. Você só precisa abraçar o lado bom disso tudo. E seguir em frente.
Eu não preciso que você goste de mim para viver. Mas com certeza eu teria mais paz se você gostasse.
É tão complicado dar tchau quando se quer passar o resto do dia e da vida com alguém. É tão mesquinho fingir possuir um coração frio e vazio, quando este encontra-se quase a transbordar de tanta vontade de estar perto. É tão estranho precisar ser alguém que você não é, para demonstrar maturidade e autossuficiência para outrem.
Julgam os mais desinformados que o fim do amor é o fim da vida, mas sinto-lhes dizer que se enganam. Não é necessariamente dessa forma. Um fim para o amor pode significar a redenção para uma vida; como se amar estivesse sendo algo tóxico que a estivesse impedindo de viver verdadeiramente e permitir-se ser ela mesma em todos os aspectos. Nesse caso, um pseudo-amor. E é incrível como inúmeras pessoas se contentam com ele, com migalhas jogadas desinteressadamente dia após dia. Ingerem-nas, mas logo estão com fome de novo. Nunca estão alimentadas, preenchidas.
E não há mais alimento disponível. Não há carinho, abraços, mãos dadas, beijos nem mordidas na orelha; nada que sustente uma situação que não existe. Apenas acomodação, falta de coragem de virar a página e começar a escrever uma nova história (dessa vez, como mais momentos felizes). Comigo não é assim, nunca tive preguiça de escrever algo novo, nem nunca estive disposta a me lamentar por páginas velhas e rasgadas outrora escritas. Pra quê?
Claro que não deixa de ser uma decisão dolorosa de ser tomada, e suas conseqüências são a longo prazo, mas eu creio na adaptação do ser humano. Ser adaptável é uma das mais belas formas de sobrevivência da nossa espécie. Mas não devemos nos adaptar com o que nos faz infeliz para sempre, apenas com o momentâneo; aquele que depois que o tempo passa, traz os sorrisos de volta.
O segredo de tudo está em saber sobreviver a cada momento, sem voltar atrás. Faz-se necessário aceitar que as coisas mudam, a vida vira do avesso e novos caminhos são abertos, enquanto portas se fecham. Você só precisa abraçar o lado bom disso tudo. E seguir em frente.
Sinto saudade de escrever sobre sentimentos, de viver os sentimentos escritos, de possuir um coração mais flexível. Preciso reviver aqueles abraços, aquelas noite na serra, o passeio no fim da tarde, as mãos que se seguravam fortemente. Necessito daqueles beijos envergonhados, das incertezas acompanhadas de sorte, de toda imaturidade aprisionada naquele corpo juvenil. Sinto falta das horas de leitura desinteressada, do dormir tranquilo, de olhar o mundo com os olhos cheios de sonhos.
Escrevo hoje não por estar com saudades daqueles meses, não porque ainda te amo. Escrevo apenas por que a escrita eterniza certas coisas de um modo mais doce, e caso não o faça, poderei esquecer. Guardarei apenas a sua parte boa, já que elas também fazem parte de mim agora, do que eu me tornei. O amor se vai, mas as lembranças, bem ou mal, permanecem fincadas na raiz daquele solo infértil como uma árvore, que embora infrutífera hoje, ainda deixa cair suas folhas sobre mim vez ou outra.
Quer uma dica? Fuja das coisas complicadas! Chegará uma época que tudo o que você mais desejará será uma vida tranqüila e ter a oportunidade de fazer as coisas mais simples, que de tão leves e desinteressadas, te farão feliz. O problema é que você perceberá isso somente quando algumas oportunidades já tiverem se esvaído, quando o sol já tiver se escondido no horizonte. E o que fazer? Se reconstruir, e assim como eu, juntar os restinhos de sol e tentar escrever uma nova história.