Coleção pessoal de pertence-me

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A aceitação de viver sem ti machucou-me a ponto de querer matar-me. Eu lhe amava tanto pequeno, que até doía.

Permaneci calada e esse fora o grito mais alto de minha alma.

De repente ser livre até me assusta.
Me aceitar sem você certas vezes me custa.
Como posso esquecer dos costumes
Se nem mesmo esqueci de você?

Passei a mão sob a tela do computador, era impossível gostar de alguém tão distante, mantinha-me bem protegida e não ousava-me apaixonar nem mesmo pela distância. Então aconteceu. E bem naquele dia, sentia as lágrimas inundando meus olhos e o palpitar de meu coração acelerado. Eu não o tinha nem tentaria tê-lo. Era orgulhosa e preferi guardar pra mim mesma.

Eu me preenchi, ocultando as suposições de que você poderia voltar. Deitava-me com tuas blusas na esperança de acordar com teus braços entrelançando-me num longo abraço. Você não voltara. E eu permaneci ali, vendo a chuva cair e o vento abrindo as cortinas. Fui até lá fechar a janela e olhei as estrelas. Belas não é? E aquela lua… Será que quando você as olha, lembra de mim assim como eu lembro de você?

Amo-te, ainda, mesmo que essa saudade vai dominando-me aos poucos. Amo-te mesmo não estando comigo mais pequeno, e sei que me amas também. Então, volta pra mim? Mande-me um pouco de você, talvez assim alivio-me dessa tortura que absorve-me aos poucos.

Derreti-me em seu olhar e permaneci calada para ouvir as batidas de teu coração. Viciei em ti e no teu amor-veneno. Ah meu amor, eu acabei matando-me por ti, para te sentir em mim e destruí-me sem malefícios.

Desculpe-me,

por essa saudade melancólica que eu sinto de você o tempo todo - eu queria encontrar forças para não desabar em lágrimas no meu travesseiro quando vejo alguma lembrança tua. Por essa nessessidade que sinto de ti o tempo todo. Pelas lembranças e lágrimas. Me desculpe por insistir em nós. Por acreditar no que eu sinto. Me desculpe por amar, por entregar-me a ti. Pelo vazio que sinto. Pelas noites acordadas esperando a tua ligação. Me desculpe pelas vezes em que fui atrás de ti em vão. Me desculpe pelas minhas manias, por querer o teu abraço o tempo todo, e pelo fato de eu não conseguir lhe esquecer. Me desculpe apenas por essa abstinência de amor. Não foi sua culpa, foi a consequência de nossos atos desordenados que nos trouxeram a essa noite fria, sozinhos.Desculpe-me também pelos vexames e pelas brigas, pelo meu - nosso - desamor, por ter me perdido em ti. Me desculpe pelas desculpas também e por te amar. Te amo tanto que dói. Desculpe-me por ainda tentar e por ainda sentir-te em mim… Desculpe-me pelo nosso passado nostálgico.

Era estranho pensar em nós sem você, comprimentar o vento, amar a solidão. Chorar pelos cantos, escondida de todos. Era absurdo o jeito como pelo olhar tão penetrante você parecia sugar de mim o equilíbrio das pernas.

Eu fiquei só e essa tua ausência matou-me aos poucos no desejo de possuir-te. Existia um abismo entre nós, mesmo que eu tentasse nos unir. O amor recíproco que você sentia por mim queimou-se em chamas de desespero, ou foi você que desistiu e entregou-o ao fogo?

Venho observando-te faz tempo pequena, e lhe garanto: meu amor permanece intacto por ti. Deixa-me fazer-lhe um cafuné como naquelas noites frias de sexta-feira em que eu passava na tua casa? Ou pelo menos dê-me um pouco mais de amor?

Eu estou chorando, perdida num abismo em que caí quando você resolveu sair da minha vida. Vou derramando as lágrimas que derretem-me a alma, e matam-me aos poucos.

Ainda estou aqui, à procura de um milagre talvez, ou simplesmente esperando a morte acabar comigo aos poucos…

O pior julgamento que existe é de sua própria mente e ser absolvido por ela é uma tentativa frustrante e inatingível, pelo menos por mim.