Coleção pessoal de PensamentosDiversos

⁠"Vivo me pedindo desculpas, pelas bobagens que não fiz."

⁠"É tarefa da Poesia, lançar o poeta ao abismo;
é tarefa do poeta, não perder a beleza do voo."

⁠"O NOME

O nome que se encerra em meus lábios
não é de gente, nem de bicho,
nem cabe no estampido
de um fonema solto ou comum.
O nome que meus lábios sepultam
está além da palavra,
por isso se cala e se cola em minha boca
na saliva espessa do silêncio.
Que nome é esse que me queima a língua
e se deita frouxo
na monotonia do grito cansado,
carente de vida e de voz?
Esse mesmo nome cheio de pecado
e da nociva perplexidade
é aquele nome abstrato, quase sêmen,
quase um mantra, quase sagrado,
que cura toda a tribo quando se evoca
e entra na dança, entra na história,
e se faz verso, se faz lido
na capa negra de um livro.
O nome que caminha
entre a alvura dos meus dentes
e neles se senta
porque nas pernas não se sustenta
como se um velho fosse
sendo uma tenra criança ainda.
Louco de fazer-se ideia.
Código de guerra
num vasto tapete de procissão.
O nome que sufoca o ‘não’,
que desmancha o ‘sim’,
que desfaz o tempo impreciso do ‘talvez’
e salta à tez...
E amanhece mulher
na palma da minha mão.
Poesia errante
Que às águas do papel se precipita.
E se afoga na intenção obscura
do sentido.
E vira mito.
O nome que morre sem nunca ter sido,
Sem nunca saber quem foi,
para o poema poder nascer."

⁠"Nunca utilize como espelhos, os cacos de um amor quebrado."

⁠"Todo mau começo, tem o fim no meio."

⁠"Quanto mais falo, mais calo para escrever o que não disse."

⁠"Não faça barulho com teu sorriso.
Meu coração está dormindo."

⁠"Não confunda 'morcego' com 'amor cego'.
Só um tem radar."

⁠"A criança que mora em mim, anda tão triste com o adulto que me tornei..."

⁠"Tenho passado poemas em minhas feridas, mas as danadas não cicatrizam..."

⁠"Quando não é um deles, o poeta é o porta-voz dos loucos."

⁠“POETA CONSTRUTOR

O poema é uma construção,
por isso o chamamos: Obra.
às vezes é um “espigão”;
às vezes, forma uma cobra.
Tem uns, que tijolo e rima
traduzem sombras e mistérios,
encontram matéria-prima
em berçários e cemitérios.
Para fazer um poema,
usam-se letras, terra, cimento,
reticências... Não mais o trema
e os versos soltam-se ao vento.
Se o “poeta construtor”,
no concreto do dia a dia,
misturar com a pedra, com o vergalhão,
talento, humildade e amor,
terá como moradia,
um “livro casa” (portal do seu coração),
com janelas e páginas, abertas à poesia.
Mas mesmo construindo um castelo,
se arrogante, crasso e sem calma,
o poema ao invés de belo,
ficará torto em linha reta.
Implodirá sua alma.
Demolirá o poeta."

⁠"Tinha como regra, obedecer as exceções."

⁠"Posso não ser original.
Mas sou genérico.
Os (d)efeitos são quase o mesmo."