Coleção pessoal de PedroHMRodrigues
Silencie meus passos, apague meus rastros, para quem me faça mal, não consiga ouvir, nem seguir as pegadas, de quem nasceu para voar.
Pelo meu caminho das pedras faço poeira, seguindo sempre em frente, em rumo ao nada. Poetizando a vida, sem sonhos, sem culpas, com partidas mas sem chegada.
Quem se escondeu?
Quem fugiu, com medo de amar?
Quem mudou as cores do nosso retrato?
Quem queimou as flores, na véspera à desabrochar?
Nos amamos até a última migalha,
Até as mentiras botarem a cara,
Até secarem as lágrimas,
Até o último suspiro,
Acabou.
O primeiro amor a gente nunca esquece,
Mas meu amor não merece assim ser jogado na rua,
Hoje eu sou ele,
Mas ainda serei tua.
Acostumado a ver o sol morrer sozinho, me projetava nele, e me perguntava: Quantas vezes mais, eu iria me pôr, até você chegar?
A morte nos observa todo dia, só esperando um momento de tristeza, pra nos mostrar que ela está viva.
Enquanto eu olhava nos teus olhos
Algo segurava minhas mãos,
Vi que não eram as tuas,
Percebi então que era a confiança,
Sussurrando,
Suplicando,
Me pedindo para acreditar no amor,
Só mais uma vez.
Até os cegos veem que ta tudo errado, somos mudos gritando mas ninguém nos escuta, ebriosos e loucos dizendo a verdade, são queimados na praça sem dó feito bruxas.
Mas há quem pense que não existe vida na dor, na ferida de um pobre rapaz, e assim vão passando os dias, as mágoas transformando-se em poesia, pra ter um pouco de paz.