Coleção pessoal de PedroContessoto_
Minha eterna companhia
É loucura, eu não sei onde a minha princesa nasce e onde ela morre.
Esse sentimento não me pertence, ele foi deixado para me ferir.
Mas quem o deixou... talvez tenhamos sido nós dois.
Minha alma clama, mas não é por ela. Bom, talvez seja.
Essa é a bagunça, a discordância do não saber.
A razão, a todo momento, brigando com o meu coração, e ela sabe bater.
Se está tudo claro, por que continua doendo tanto?
Bom, não é sobre saber, e sim sobre lidar com a realidade.
Talvez eu ande um tempo com uma velha amiga.
Ela não é a que me fere, mas é ela quem me mostra o que deu errado.
Uma amiga necessária, eu diria, e todos podem estar com ela.
Mas para estar com ela, você não pode estar com mais ninguém.
Será que são caprichos meus, e eu estou pedindo demais?
É claro que não. Não posso viver de migalhas, isso não faz parte de mim.
Migalhas se dão às pombas, e que eu saiba, eu não tenho asas.
Ao digitar, me vejo a sorrir. Que contraditório a esse poema a fluir.
Memórias de Jo
De forma hospitaleira e pura
Guardo como guia o que restou
Um exemplo claro, para comparação
Se não chegar perto, não me conquistou
A conjuntura se esvai
Frugal é o gesto que me atrai
Pela delicadeza do seu enredo
Infindável é o símbolo conquistado
Luas vividas, memórias de ovos com pão
Clamar por grãos de areia, de televisão
Doce é a chuva em minha própria canção
Regozijam os que entendem a verdade
Inerente é o crepúsculo da saudade
Na natureza a ampulheta tem a sua fiel lealdade.
Labirinto da Serenidade
Oque está em minha cabeça
Não é um abismo gigante, e sem lógica,
Mas sim, um labirinto intrínseco e nostálgico,
Um espelho da alma, reflexo constante.
Ele faz parte de mim, temente reconhecido,
Pelas nossas necessidades humanas de compressão,
Meu ser vagueia, às vezes anseia, por própria redenção,
Num universo interno, labirinto, onde ecoa minha canção.
Mas ele é o que é, "nada", um grande vazio,
Uma tela branca pronta para ser pintada com desvario,
Onde as cores da alma se misturam com o desconhecido.
Aproveite da sua companhia, do sutil manto que envolve,
Despindo-se dos medos, que na mente corroem e dissolvem,
Aceitando o nada, a serenidade no vazio se resolve.
Tanto eu e você, vejo uma criança confusa, querendo
Compreender os misteriosos porquês, a vida aprendendo,
No reflexo dos olhos, perguntas sem respostas, apenas sendo.
Cada pensamento, embora possa parecer um labirinto,
Trás em si a essência, e na sua exploração, o distintivo,
De que, mesmo na obscuridade, podemos encontrar um caminho instintivo.
Onde os demônios se transformam em aliados,
Os pensamentos abissais tornam-se ancorados em mares não-navegados,
E a cada questionamento, um novo universo é por nós criado'
No final, somos todos crianças, entre o tudo e o nada,
Buscando respostas, numa jornada,
Descobrindo, que na incerteza, também se encontra a estrada.
Uma peça de teatro
A corrente do tempo não para
Ela corre, anda e se rasteja, mas não volta
O cenário vai trocando, o ator vai mudando
E o público vai rindo e chorando
O ator que um dia existiu não existe mais
Mas se tratando de meros mortais
As novas possibilidades aparecem
Novo sabor, nova amizade e novo amor
Me pergunto sempre, Deus, o que eu sei
Já que a todo instante tudo muda
Tentando capturar as suas linhas tortas
Mas isso só gera uma dor aguda
Em meio a isso, apenas navegarei
No palco do mundo, não somos reis
Em sua vastidão, o torto se transforma em padrão
Aprendendo e vivendo na imperfeição
No eco do silêncio, o tempo nos ensina a ouvir
A voz do coração, o sussurro da alma a fluir
Aprendemos que cada adeus é um novo começo
E se for assim, eu te agradeço