Coleção pessoal de PedroCarpigiani

Encontrados 4 pensamentos na coleção de PedroCarpigiani

um pensamento perdido,
olhos vagos e desiludidos
escondido atrás da fenda de um sentimento
rasgado, podre, que se nega ao esquecimento

os olhos se cruzam
os sorrisos se confrontam
um sentimento vem a tona
lembrando das vezes que fui a lona

foi então que
Nessas ruas desta cidade sem fim,
em um gélido estampido do coração
que hoje, te lembrei de mim

para mim,
um início
de um velho vício

para você,
talvez seja um simples fim

Ah! essas palavras...
palavras...

tantas palavras para nada
tanto nada para tantas palavras

palavras que nos complicam
palavras que nos explicam
palavras que nos replicam

Ah! essas palavras....
palavras...

palavras que nos sentem
palavras que nos ressentem
palavras que mentem

palavras que nos fazem
palavras que desfazem
palavras que refazem

Ah! essas palavras...
palavras...

palavras que transgridem
palavras que regridem
palavras que agridem

palavras de efeito
palavras sem efeito
palavras com defeito

Ah! essas palavras...
palavras

palavras indecisas
palavras concisas
palavras decisivas

Estúpidas palavras que não sabem o que querem
Estúpidos homens que não sabem o que sentem

O silêncio me faz companhia
me faz ver mais esse dia perdido
mais essas horas em vão, inválidas
esse dia inexato que vem a cada manhã bater a minha porta,
que me faz ter preguiça das pessoas a minha volta.
não quero abrir os olhos nem para uma simples espiada.
não quero ter a visão poluida com a ignorância das pessoas
não quero um abraço de mentira que me acolha,
dos olhos me fitando com apatia,
das tuas mão me escorando sem valentia.

não quero me juntar ao teu mundo de ilusão
deste teu mundo de alguns,
desse outro de nenhum.
eu prefiro o meu silêncio e a solidão
de mais alguns segundos sem o teu não,
da insegurança da minha mente
que me distancia da tua que é estúpida e demente
lamentando o passado perdido
podre, inútil, deveras iludido.
não olha o que há pela frente.

a minha insegurança a cada dia me refaz
na tua egoísta segurança você me desfaz
os meus escombros de cada reconstrução
ficam jogados ao lado do teu egocentrimo
mascarado e escondido no eufemismo
não quero fazer parte deste mundo de ilusão.
prefiro o meu silêncio dito a suas palavras malditas,
quero cada vez mais o meu mundo de solidão.

Mais um dia olhando o fundo do copo,
mais um dia tomando este vinho barato
esta embriaguez que teima em tomar todo o meu tempo
todo esse tempo em que teimo em tomar tudo até a embriaguez.
a fuga momentânea da realidade
me faz mais leve,
me faz perder o peso dos dias,
me faz fugir das minhas responsabilidades.
o dia nasce,
o gosto azedo da ressaca vem a tona,
movimentos bruscos são marteladas em meu cérebro
o chão se mexe como se tentasse me derrubar,
como se o amanhecer fosse me fazer desistir
de que a noite chegue e me faça repetir tudo isso,
tentado me fazer esquecer que tenho mais uma garrafa em minha geladeira,
que tenho amigos sedentos deste meu vinho barato que nos entorpece até o amanhecer.