Coleção pessoal de pedro_simoes
(IN)VOCAÇÃO
Chamai-me, chamai-me, vertentes da serra!...
Cantai-me, cantai-me, num cais de luar!...
Levai-me, horas boas, na luz que não erra!...
Levai-me, levai-me!... Não posso parar!...
Chamai-me, chamai-me, meninos da terra!...
Cantai-me, cantai-me, sereias do mar!...
Levai-me, andorinhas, p’ra longe da guerra!...
Levai-me, levai-me!... Não quero matar!...
Chamai-me, chamai-me, vertentes da serra!...
Cantai-me, cantai-me, sereias do mar!...
Levai-me, horas boas, na luz que não erra!...
Levai-me, levai-me!... Não quero matar!...
Chamai-me, chamai-me, meninos da terra!...
Cantai-me, cantai-me, num cais de luar!...
Levai-me, andorinhas, p’ra longe da guerra!...
Levai-me, levai-me!... Não posso parar!...
29/08/2016
© Pedro Abreu Simões ✍
in "TERRA UBÍQUA"
(y) facebook.com/pedro.abreu.simoes
TENTARAM CONTER OS POETAS...
Tentaram conter os poetas,
quando quiseram
engaiolar os pássaros
e domesticar as feras,
que nasceram para ser livres...
Tentaram conter os poetas,
quando tencionaram
avassalar os ímpetos das marés
e os ventos da montanha,
que não podem ser agrilhoados...
Tentaram conter os poetas...
Tanto fizeram...
Mas tudo foi em vão!...
A Poesia não se prende
às amarras da razão!
22/11/2014
© Pedro Abreu Simões
in MAR REVERSO (Ecos da Terra, do Mar e da Vida), Lisboa: CALÇADA DAS LETRAS, 2015. ISBN 978-989835262-0
MAR REVERSO
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Eu tenho um mar inteiro à minha espera,
na praia que me acolhe ao fim do dia,
com águas ressurgidas da quimera,
que afogam, no seu leito, a nostalgia!...
Marulha, neste inverno, a primavera,
trazendo um sol sereno à noite fria!...
Mergulho, sem pensar em quem eu era,
nas vagas doutra luz que me inebria!...
Eu mato o meu marasmo nas marés,
fazendo do meu barco sem destino,
a nau que há de alcançar outro universo!...
Nos versos destas ondas sem revés,
sou puro como os sonhos dum menino
e vejo-me a fluir num mar reverso!
© Pedro Abreu Simões ✍
in “MAR REVERSO (Ecos da Terra, do Mar e da Vida)”, 2015