Coleção pessoal de Pedro_Abreu_Simoes

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"Quem no pão não vê palavra,
pouco lê no chão que lavra!..."
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📜© Pedro Abreu Simões✍
facebook.com/pedro.abreu.simoes

"Quem se mede em leito frio
morre à sede ao pé do rio!..."
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📜© Pedro Abreu Simões✍
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Quem a todos se revela,
tem segredos na lapela!...

SE ALGUÉM ME DIZ…

Se alguém me diz que o mundo é são,
sem ver sequer a espada em riste,
além da terra, aquém do chão,
eu digo não, mas fico triste…

Se alguém me diz que o mundo é vão,
por não saber que tanto existe,
aquém da terra, além do chão,
eu digo não, mas fico triste…

Se alguém me diz que o mundo é pão,
sabendo eu que a fome existe,
além da terra, aquém do chão,
eu digo não, mas fico triste…

Se alguém me diz que o mundo é não,
por não saber que o sim persiste,
aquém da terra, além do chão,
eu digo não, mas fico triste…

Se alguém me diz que o mundo é sim,
além da terra, aquém do chão,
eu volto a ser senhor de mim
e alegremente digo não!....

📜© Pedro Abreu Simões ✍

"Mesmo quando o tempo é rude,
não há vento que não mude!..."
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"Quem não sabe do que fala,
tem mais voz quando se cala!..."
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EU SEI…
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Eu sei que não sou nada, sendo tudo…
Nasci com asas livres, sem saudade,
num tempo de memórias, a que acudo,
sabendo que o meu tempo é mais verdade!...

Eu sei que não sou nada e não me iludo…
Nasci num chão de vento e tempestade,
num tempo que era cego, surdo e mudo,
mas sei que agora é outra, a realidade!...

Eu sei que não sou nada, mas nasci,
sabendo que hei de ter a voz da gente,
na terra dos castelos sem ameias!...

Eu sei que não sou nada e já morri,
mas sou como o meu sangue, irreverente,
pois sei o mar que tenho nestas veias!

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25/10/2015
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ÁGUA MORTA EM TERRA BOA
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Água morta, em terra boa,
não é lago, nem lagoa,
mas é vida na barragem...

Quando o vento sopra à toa,
tudo passa e tudo voa,
mas a terra é mais que aragem!

Água morta, nevoeiro...
Berço eterno e derradeiro,
nas entranhas do meu chão...

Vai-se o tempo, tão ligeiro,
como as águas dum ribeiro,
mas a minha terra não!

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16/09/2014
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in "MAR REVERSO (Ecos da Terra, do Mar e da Vida)", 2015

📜© Pedro Abreu Simões - Poetautor ✍
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ANDA, AMIGO!

Anda, amigo! Não te deixes
afundar em mar vazio!...
Anda, amigo! Não te queixes
das marés de vento frio!...

Anda, amigo! Anda, amigo!
Não te deixes afundar!...
Anda, amigo! Anda, amigo!
Já te espera um novo mar!

Anda, amigo! Não desistas
do teu barco sonhador!...
Anda, amigo! Não persistas
nesse cais de pedra e dor!...

Anda, amigo! Anda, amigo!
Não te deixes afundar!...
Anda, amigo! Anda, amigo!
Já te espera um novo mar!

Anda, amigo! Segue em frente
nessa vaga que te espera!...
Anda, amigo! Só é gente
quem renova a primavera!

Anda, amigo! Anda, amigo!
Não te deixes afundar!...
Anda, amigo! Anda, amigo!
Já te espera um novo mar!

28/09/2016
📜© Pedro Abreu Simões ✍
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PENAS (RE)POUSADAS

Ontem
– já a noite ia longa –
antes de adormecer
pousei as penas
das minhas asas
no melhor cabide…

O sono
(p)rendeu-se à cama
mas entre as almofadas
de plumas e sonhos
ainda coube
o meu ser despass(ar)ado…

Hoje
– já o dia se (a)firmara –
quando a(_)cor(_)dei
vi as asas
das minhas penas
(re)pousadas
no melhor cabide…

Levantei-me
e (re)vesti-as…

Deixei o sol entrar
e saí janela afora
a voar…

A voar!...

📜© Pedro Abreu Simões ✍
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(PLUR)IDENTIDADE

Sou o rosto do outro
e o outro sem rosto...

Sou a cara e a coroa
duma moeda não cunhada...

Sou o lado de cá
e a margem de lá...

Sou a escada que sobe
e a rua que desce a pique...

Sou o nada de tudo
e o tudo de nada...

Sou a sede que ferve
e a cheia gelada...

Sou o outro sem rosto
e o rosto do outro...

Sou um...
Sou dois...
Sou tantos...
Sou (PLUR)IDENTIDADE!...

📜 © Pedro Abreu Simões ✍
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SENTIDOS

Todas as palavras
que, de tão sentidas,
já estão velhas e desgastadas,
podem ser frutos novos
na árvore sempre fecunda da Poesia!...

Nas entrelinhas dos versos
dum poema que ganha raízes,
revelam-se os verdadeiros sentidos!...

📜© Pedro Abreu Simões ✍

RIOS E FONTES

Os rios correm
depressa ou devagar
em direção ao mar...

As águas que desfilam
são sonhos e cansaços
prestes a desaguar!...

Três mil rios passarão,
condenados a ser mar...
Três mil fontes nascerão,
sem sair do seu lugar!

Os rios morrem
depressa ou devagar
quando os vemos passar...

Mas as fontes,
que não saem do lugar,
inundam a sequidão
e não param de jorrar!...

Três mil rios passarão,
condenados a ser mar...
Três mil fontes nascerão,
sem sair do seu lugar!

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03/07/2015
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📜© Pedro Abreu Simões ✍
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MULTIFORMIDADE

Sou pequeno,
pequenino,
grão de areia,
pó de sal…

Sou enorme
sem as normas
normativas
do normal…

Sou menino,
sendo enorme,
sem destino,
desconforme…
Natural!...

Sou disforme…
Multiforme…
Não faz mal!...

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17/05/2018
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📜© Pedro Abreu Simões ✍
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Mesmo quando o tempo é rude,
não há vento que não mude!...

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📜© Pedro Abreu Simões ✍
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CADÊNCIA
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TIC… TAC… TIC… TAC…
O tempo desmarca-se
da cadência do relógio…

TAC… TIC… TAC… TIC…
O dia raia
nos ponteiros despontados
dos nossos braços…

TIC… TAC… TIC… TAC…
Somos sol e vento
de pura essência…

TAC… TIC… TAC… TIC…
Somos centro e cerne
doutra cadência!...

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2016
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📜© Pedro Abreu Simões ✍
(y) facebook.com/pedro.abreu.simoes

NO DIA EM QUE EU ME FOR

No dia em que eu me for, abrirei asas…
Serei mais um pardal sem firmamento…
Sem lama ou lodaçal, nem cais cinzento,
terei um ninho certo em tantas casas…

No dia em que eu me for com nuvens rasas,
planando, farei vénias ao meu vento,
sem penas a pairar no pavimento
do mar em c(h)ama ardente de outras brasas…

No dia em que eu me for, verei no céu
luzentes sóis redondos mais inteiros…
Serei apenas eu em todo o chão!...

No dia em que eu me for, serei só eu
com prantos e sorrisos verdadeiros…
Serei apenas eu… Mais um milhão!...


📜© Pedro Abreu Simões ✍

Quem apenas segue o bando,
com mil penas vai voando!...

(IN)VOCAÇÃO

Chamai-me, chamai-me, vertentes da serra!...
Cantai-me, cantai-me, num cais de luar!...
Levai-me, horas boas, na luz que não erra!...
Levai-me, levai-me!... Não posso parar!...

Chamai-me, chamai-me, meninos da terra!...
Cantai-me, cantai-me, sereias do mar!...
Levai-me, andorinhas, p’ra longe da guerra!...
Levai-me, levai-me!... Não quero matar!...

Chamai-me, chamai-me, vertentes da serra!...
Cantai-me, cantai-me, sereias do mar!...
Levai-me, horas boas, na luz que não erra!...
Levai-me, levai-me!... Não quero matar!...

Chamai-me, chamai-me, meninos da terra!...
Cantai-me, cantai-me, num cais de luar!...
Levai-me, andorinhas, p’ra longe da guerra!...
Levai-me, levai-me!... Não posso parar!...

29/08/2016

© Pedro Abreu Simões​ ✍

in "TERRA UBÍQUA"

(y) facebook.com/pedro.abreu.simoes

SAUDADE
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Saudade é pedaço de berço e de espada…
Saudade é regaço que nunca partiu…
Saudade é cansaço na berma da estrada…
Saudade é abraço de alguém que sentiu…

Saudade é desejo da terra apartada…
Saudade é um beijo que o tempo cingiu…
Saudade é solfejo da pauta chorada…
Saudade é bafejo que não se extinguiu…

Saudade é carinho sem céu nem consorte…
Saudade é um ninho de pássaro ausente…
Saudade é caminho sem porto nem porte…

Saudade é verdade que às vezes nos mente…
Saudade é vontade de vida e de morte…
Saudade é saudade… Só sabe quem sente!...

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30/01/2018 (Dia da Saudade)
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📜© Pedro Abreu Simões - Poetautor ✍
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