Coleção pessoal de Peagah
Obsessão em Versos
Num labirinto de talento e tormento,
O ser se perde, em um dilema lento.
Um fantasma, meio louco a dançar,
Distância pede, no seu próprio mar.
Criatividade, ameaça em sua essência,
Profundo, um pensamento em sua presença.
Saúde mental, busca incessante, em vão,
Pensamentos apressados, em turbilhão.
Rotinas repetidas, âncora em agonia,
Sobrecarga iminente, a mente vazia.
Meio falso, mantendo uma fachada,
Distúrbios ocultos, numa dança apressada.
No quarto, um canto de solidão,
Diálogos estranhos, em sua própria mão.
Balões no alto, símbolos de liberdade,
Medo prende, na sua própria verdade.
Diferente e normal, em conflito a vagar,
Entre balões e medo, a se equilibrar.
Comunicação frustrante, resistência persistente,
Silêncio clama, na mente incessante.
Quiet, quiet, quiet, em um apelo calado,
Deixe-me só, no silêncio, meu legado.
Rimas ricas, como fios a entrelaçar,
A complexidade da mente a rimar.
Menino, Homem, Escritor
Assombrado pelo meu passado, lado a lado,
Lágrimas caem dos olhos, um coração aberto revelado.
Um menino dentro de um homem, simples assim,
A pressão do mundo, a maturidade precoce em mim.
Erros ecoam a cada dia, lembranças do que já se foi,
Cada momento perdido, cada escolha que não foi.
Esperam tanto de mim, uma responsabilidade pesada,
A criança querendo sair, a rebeldia calada.
Maturidade precoce, um pilar para todos ao redor,
Desmanchado, quebrado, cansado, um fardo de dor.
Mas quem liga, se não posso prover o suporte esperado?
A busca pela perfeição, um preço alto cobrado.
Neste poema ao vento, ao diário, me expresso,
Palavras sinceras, emoções que confesso.
A dor que sinto, tento transformar em arte,
Ser o maior escritor, com a alma a repartir em parte.
Meu orgulho pessoal, um trabalho profundo,
Real Pedro Henrique, no papel do mundo.
Peço desculpas a quem pude decepcionar,
Cada momento, palavra, foto a ecoar.
Ao futuro olho com esperança, um pilar melhor a ser,
Mesmo que a jornada seja difícil de entender.
Se um dia eu fraquejar, se não aguentar,
Muitos desmoronarão, um peso a carregar.
A poesia, minha voz, meu refúgio e clamor,
Expressão da alma, buscando o amor.
Assim, nesta jornada de dor e aprendizado,
Persistirei, autêntico, o caminho traçado.
Alma Velha, Coração Novo
Nas costas curvadas, a dor dolorida,
Um fardo pesado, a alma oprimida.
Carrego um mundo, qual Atlas cansado,
Quanto tempo suportarei, ao peso ligado?
Sussurros ao lado, demônios ou anjos?
Quem julgará esses seres estranhos?
Sou um demônio com sorriso encantador,
Ou um anjo de coração podre, sem fulgor?
Em versos perdidos, noite após noite,
Peço socorro, na escuridão açoite.
Será que alguém vê, entre rimas e letras,
O ser que sofre por trás destas feridas abertas?
Um poço sem fundo, ou alma profunda,
Cada verso um grito, uma ajuda profunda.
Enxergará alguém meu ser aflito,
Através das palavras, meu sofrimento descrito?
Meu maior pecado, talvez seja a fraqueza,
No diálogo interno, a dualidade que atravessa.
Desculpa aos que esperam força em mim,
Alma velha, sangue novo, caminhando assim.
Em busca de descanso, de ombro amigo,
Entre sorrisos, risadas, meu fardo antigo.
Reconheça, por favor, meu pedido sincero,
Em cada verso, há um coração verdadeiro.
Frankenstein: Combustão da Alma
Na solidão que em mim atinge, ecoa,
Um ser melancólico, um mar em mim que entoa.
Frankenstein, meu nome, carrego com pesar,
Aberração ou não, quem pode julgar?
Uma mistura de emoções a escrever,
Palavras entrelaçadas, meu ser a se perder.
Orgulho, meu tormento, que queima e fere,
Mas é também a chama que em mim persiste, austero.
Quero ser o melhor, mas o preço é alto,
Uma batalha constante, um caminho exaltado.
Desistir, às vezes, parece tentador,
Mas meu orgulho é forte, um leão em meu interior.
A combustão do orgulho me faz sentir vivo,
Uma labareda ardente, um fogo que incentiva.
Dor de ser queimado vivo, consome-me devagar,
Espelho, espelho meu, quem mais pode igualar?
Nessa busca por sentido, na trama da existência,
A dualidade persiste, uma eterna resistência.
Entre a melancolia e a busca pela excelência,
Teço versos de uma vida, de uma essência.
A incerteza paira, até quando suportarei?
Como um poeta perdido, meu destino desvendarei.
No espelho, busco respostas, um reflexo de verdade,
Na dança das sombras, descubro a minha própria realidade.
Doce Princesa, Amargo Demônio
Me sinto meio demônio, um bagulho sufocante,
Com um sorriso meio maroto, tipo, bem interessante.
Usando o amor como isca, numa parada sacana,
Brincando com corações alheios, só pra preencher minha semana insana.
Mas de boa, desde o início, falei que era meio errado,
Tu tava acostumada com pouco, e eu cheguei dando tudo que tinha arrumado.
Ao invés de migalhas, te dei carinho e tal,
E parece que isso te pegou de um jeito especial.
Só que, mano, eu nasci pra ser o lobo solitário,
Demônio na pista, sempre foi meu cenário.
Me desculpa aí, princesa, por ter mexido contigo,
Foi mal por ter brincado com teu coração, não foi comigo.
Mas é isso, tô aqui, um demônio na solidão,
Pode crer, sozinho é minha missão.
Me perdoa aí, por essa confusão,
Demônio solitário, nessa vida de ilusão.
Tinta com Validade
Na solidão que só em mim ecoa,
Pensamentos dançam, tristes, à toa.
Me perco no café quente, na caneta a traçar,
Um poeta incerto, a vida a decifrar.
Cada verso meu, uma lágrima que se solta,
Sensação de liberdade, a alma revolta.
Escravo de mim, o ego a corroer,
Sanidade perdida, o tormento a crescer.
Momentos de descanso, a mente anseia,
Mas o tempo não espera, sua dança alardeia.
A tinta tem prazo, a validade da arte,
Corro, na eterna corrida, para não perder parte.
Sou autor do meu destino, mas o destino é fugaz,
Na busca da expressão, na vida que se faz.
Cada palavra escrita, um grito de libertação,
Na dança do tempo, a minha eterna canção.
O Teatro da Vida
No palco da vida, a dança da existência,
Onde se entrelaçam lutas e resistência.
Conformar-se, mero ato de render-se,
É curvar-se ao destino, é esquecer-se.
Na teia da vitória, uma rude ironia,
Pois vencer é conformar-se, é agonia.
Os triunfantes perdem, sem perceber,
As virtudes que os fizeram renascer.
Cada glória, uma aspereza disfarçada,
A vitória, uma cortesia malgrada.
Os vencedores, em seu gozo efêmero,
Perdem o desalento que era seu elo.
Satisfeitos, mas apenas na aparência,
Aqueles que se conformam com a existência.
O verdadeiro vencedor, paradoxal,
É aquele que, incessante, busca o ideal.
No embate constante, a vitória é efêmera,
Pois só vence quem, em desafios, não se acanha.
Aquele que nunca alcança o último degrau,
É o eterno vencedor, o verdadeiro herói.