Coleção pessoal de pbatistoi
As pessoas costumam amar a verdade quando esta as ilumina, porém tendem a odiá-la quando as confronta.
Sertão bruto. Além correm as selvagens
Águas do Sucuriú. Eis a tapera:
A casa de Inocência! A Primavera
Cobre-a de agrestes silvas e pastagens
Não mais, cantos de graúnas entre as ramagens
Do laranjal em flor! Não mais, a austera
Figura de Pereira ali, à espera,
Nem do anão Tico trêfegas visagens!
Tudo deserto! Só, de quando em quando
Passa uma borboleta sertaneja,
Asas de azul e branco, ao sol ondeado...
É a grande borboleta de seu nome
O Papilio innocentia que inda beija
As saudades que o tempo não consome.
Ensinaram-me que era pecado beber, bailar e fumar. Ninguém nunca me ensinou que era pecado manter o povo analfabeto, vivendo em favelas, sem educação e sem saúde.
A tragédia da velhice consiste não no fato de sermos velhos, mas sim no fato de ainda nos sentirmos jovens.
Da mesma forma aquela sentença:
“A quem te pedir um peixe, dá uma vara de pescar.”
Pensando bem, não só a vara de pescar, também a linhada,
o anzol, a chumbada, a isca…
Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma ciência.
Eu escrevo para fazer existir e para existir-me. Desde criança procuro o sopro da palavra que dá vida aos sussurros.
Mesmo que você fuja de mim
Por labirintos e alçapões
Saiba que os poetas como os cegos
Podem ver na escuridão