Coleção pessoal de Patyneri
Me olho no espelho e em meus olhos procuro respostas às perguntas
que não me atrevo fazer a ninguém. Mas não encontro respostas, encontro
apenas minha alma tão inquieta quanto meu coração que neste momento pulsa
com a força de ondas numa tempestade. Quero colocar em palavras o que sinto
mas não encontro tradução para meus sentimentos, não existe forma para concretizar
verdades que somente eu acredito, e que o mundo ignora existir dentro de mim. Às vezes
voar é o que mais desejo, contemplar o mundo por outra perspectiva trará novos sonhos,
novos objetivos e novas realizações. O mundo das pessoas consideradas normais é
limitado, que haja em mim sempre algo de louco e perdido, que paire entre o perverso e
o inocente, consciente e insano. E que não haja limites nunca para sonhar.
Sou aquela que sonha acordada
Que nem dorme de madrugada
Com dó de abandonar a lua
Deixá-la solitária
Na grande escuridão da rua
Sou aquela que chora por tudo
Que tenta mudar o mundo
Com gritos de decepção
Que luta, grita
Que nunca aceita um não
Sou aquela que voa livre
Sobre a cidade de pedra
Que o sonho aprisionado
Busca escondido e liberta
Sou aquela que com um sorriso
Vai mudar o rumo da vida
Construir aquilo que não vejo
Mas que com força almejo
E sei que verei ainda
Quando a solidão insiste em aparecer
Para altos montes eu fujo a correr
Por mais que corra ela não me alcança
Ela é velha e eu sou criança
Se um dia me alcançar
Comigo pra sempre irá ficar
Mas eu corro entre a relva molhada
E por mais que corro não fico cansada
A luz da lua ilumina meus passos
E para muito longe leva meu cansasso
Enquanto a solidão enfurecida
Cai na grama estarrecida
Agora livre de suas garras tortuosas
Danço entre as flores me sinto poderosa
A alegria que sinto agora
Sei que nunca mais irá embora
A vida...o que é a vida senão um breve momento?
Esse breve momento que nos abriga a alma e nos torna sensíveis ao mundo.
Nos permite sentir o que nos rodeia, quem nos rodeia...
E quero levar para a eternidade esses sentimentos, que estiveram em mim nesse breve momento.
Já tentei mudar tantas vezes que até perdi as contas.
Já tentei me entender também, e só consegui ficar mais confusa ainda.
Já tentei encontrar saídas e soluções mas descobri que essas realmente não existem.
Já brinquei de não ser mais eu, porém ao fim do dia foi meu rosto que encontrei no espelho.
Já fiz tantas coisas e deixei de fazer outras tantas.
E depois de tudo descobri que amo ser como sou.
Que mesmo não conseguinto organizar tantas idéias que surgem como relâmpagos,tenho meu valor, e os relâmpagos são meus, ninguém mais os tem!
Que mesmo meus sentimentos serem amplificados, e me fazerem sentir tudo em dobrado,
eles são meus, são minhas torturas e meus alívios, é a pior e a melhor parte de mim.
Portanto essa sou eu, hora alegria, hora tristeza, hora simpatia , hora grosseria, mas em todas as horas sou eu mesma, hoje sem máscaras e sem artifícios.
Que me ame quem quiser amar...mas que nunca percam tempo em me odiar...para o ódio não haverá recíproca!
Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.
Pensei vagamente em estudar arquitetura, como todo o mundo. Acabaria como todos que eu conheço que estudaram arquitetura, fazendo outra coisa. Poupei-me daquela outra coisa, mesmo que não tenha me formado em nada e acabado fazendo esta estranha outra coisa, que é dar palpites sobre todas as coisas.
Quando eu me perder, por favor não me encontre, não me devolva para o mundo , deixe-me perdida em meus devaneios, na hora certa eles me devolverão ao mundo e estarei pronta para mais alguns dias de sensatez.