Coleção pessoal de PatrickSCordeiro
Ei, seu moço aí de cima, não se desespere ou perca a rima. Pois o mundo é uma chacina pra quem ainda não encontrou a ginga.
A vida não quer seu bem, todas as suas certezas serão destroçadas até o ano que vem.
Como dizia um bom sujeito, embora em outro contexto “tudo o que é sólido se desmancha no ar”.
Pois bem, faça o seu melhor, enquanto o relógio em seu pulso diz que ainda há tempo. Mas se o tempo passar e sua consciência pesar, o mesmo relógio em seu pulso vai te ajudar.
Ajudar.
Seu moço, o mundo ainda vai lhe bater na cara, vais ver que a ilusão de que independente de tudo, a pessoa amada ao seu lado vai estar, ainda vai te derrubar.
Seu coração mimado, seu mundinho vai ser abalado, destruído, massacrado. Embora tudo isso; não se desespere ou perca a rima, se desespere ou cai de cima.
A vida é uma só, a efemeridade tem seu gosto.
Abatido, sentindo o mundo em seu giro, sem sentido, apenas voltando ao mesmo lugar. Sempre mais pesado, ainda assim mais vazio.
Abatido, mas forte, mais entendido, maduro. A custa de que? Quanta dor mais um giro pode me trazer? Qual o objetivo? Pra onde vamos?
Será que te verei no lado escuro da lua? Será que existe um muro?
Será?
O mundo era nós e eles, o mundo era meu quarto, o mundo eram teus beijos, meu olhos fechados, seu rosto quente, lágrimas.
Momentos que nunca serão manchados nos espelhos da memória, nunca serão esquecidos. Quem sabe superados?!
O mundo sou só eu, em mais um giro sem sentido. Procurando razão em meio ao caos.
Pois o mundo é tão sombrio, amor.
A existência é vazia e fria, tu vais sentir isso. E no momento em questão, sentir não mais será o mesmo, colher a flor plantada num jardim regado com lágrimas passadas. Flor murcha e vil, não mais cabe no pomar que é o presente, mas seu cheiro ainda assombra dia a após dia, anos após ano...
Ainda vemos os mesmos velhos fantasmas; pois o mundo é tão sombrio, amor
Quando o sol nasce negro; as cinzas dominam a razão. Da dor nasce uma flor amarga chamada experiência. Crescida, ela usa seus espinhos como proteção, onde antes era frágil, hoje é casca dura e sem cor.
Quando o sol nasce negro; o arco íris é invisível, toda arte se torna detalhe perante sua imponência, importância, relevância.
Seu corpo queima, chamas negras refletidas de seu próprio eu, somente você e o mundo. Pobre alma dança os sons do silêncio, pois quando o sol nasce negro, não há nada mais a se celebrar.
Meu bem, apenas bem. Tu que já não me pertences. Ou já me pertenceu? Tu nunca teve posse, erro meu achar que esse coração me pertencia, que essa alma sempre permaneceria junto a minha. De todos os meus pecados, não te fazer sentir amada, sorrir aos ser beijada, me assombram como fantasmas.
Me perdoe, não pelo mal que te fiz, mas pelo bem que poderia ter feito e te neguei.
Meu bem, não mais posso te dizer o quanto eu te amo, te sonho, te chamo, te quero…
Como dói as lembranças que nunca vivi.
Se mais uma chance me destes, te provaria que a felicidade te encontraria em meus braços. É tarde demais, o tempo passou... Perdemos o tiro de largada.
Doce caminhada.