Coleção pessoal de Arcturo

Encontrados 6 pensamentos na coleção de Arcturo

⁠o correto seria amar mais tarde, para evitar sofrer mais cedo.

⁠Relato de um jovem tolo

A parte mais dificil é aceitar a dor, aceitar que nada volta e nada vai ser como antes.

As vezes acho que sou louco por não conseguir entender como a vida funciona.

Perdi a vontade de viver, decepções que acabam comigo e me faz achar que não vale mais a pena lutar.

Tive uma boa vida. Não me imagino vivendo após os trinta e por isso minha vida é corrida e parada.

Tempo passa rápido e nada faço para melhorar.
Faltam três anos para o fim!

A saudade do passado é enorme, acho que vivo preso naquele tempo.
Não sou negativo, só sou triste

A morte ela não era uma opção, mas ja morri há tempos.

Uma palavra tão pesada, carrega tanto sentimento e ausência, o lado perigoso de pensar nisso é pensar que ela é tão tangível, tão palpável que o medo não existe mais.

Sinto como se a vida não fosse real. Sou uma péssima pessoa, tenho meus defeitos, mas encontra partida sou emotivo demais

Isso é ruim, guardo tudo em mim. Eu ando perdido, ninguém deveria sentir isso. A desilusão é angustiante.

Quero que em minha lápide esteja escrito: Aqui jaz uma vítima de seus próprios pensamentos, sou refém a seis anos e não consegui fugir.

⁠Temos que entender os dias nublados, para depois entender a magnificência das estrelas

Não há

Não há nenhuma chamada perdida,
Não há nenhuma mensagem recebida,
A vida se tornou o não há.

O costume que não queria ter acontecido,
O beijo que fora esquecido,
E o abraço que outrora fora macio.

A nostalgia que não passa.
O retrato que não fala,
Memórias embaçadas,
Alianças empoeiradas.

A vida que segue,
O passado que persegue,
E você me esquece.

O desejo contínuo,
O infinito, finito
E você partindo.

Eterno

No desencanto
Largado no canto
Encontro-me em pranto
Querendo um ombro

A premissa
Divina menina
Quão doce. Facina
Minh'alma suspira

Perdido em n'águas
Transpondo namoradas
Um passado que agrada
Mais uma volta mal dada

Logo me entrego
Com o peito aberto
Em busca do incerto
Ao lado do certo

O Jasmim

Numa noite escura
numa praça à beira de uma estrada
com uma garrafa de vinho e palavras afiadas
uma conversa fora iniciada.

Encontrei-me com a Razão e o Amor
e depois de tanto falar, enfim uma conclusão chegou:
a Razão dissera que o amor é uma perda de tempo,
que a vida lá fora trazia liberdade e intensos momentos.
O Amor retrucara, dizendo que sem ele a vida não teria sentido
e o sentimento puro é o que transcende o tempo e o espírito.

A Razão, não contente, pôs a se opor, dizendo que nem mesmo o amor
entende do amor, e que a razão supera qualquer dor até mesmo as mentiras do amor.

Então o Amor pronunciou-se: como um Deus, eu sou feito de adoradores, até mesmo os escritores morrem de amores. Além do mais, sou a inocência, a abundância e a vivência que queima nos corações de quem não enxerga só a beleza, e sim a necessidade daquela existência.

A Razão, inexperiente, retornou a falar, dizendo que o amor deixa fraco, sensível, despreparado e arruinado. E que a razão preza pela liberdade do ser, pelo entendimento da vida e todo o seu saber.

Então a Vida pela primeira vez levantou-se e disse: sem vocês eu nada sou, não tenho a razão, não tenho o amor. De que me vale o tempo, se nem por um momento posso tê-la em pensamentos? Se o amor só é presente em mim, e não no Jasmim que habita o meu jardim? E de que vale o meu julgamento, se a razão que tenho é presa neste tempo, que me torna incapaz de poder distinguir o real do momento?

O Amor então responde à vida: Eu sou a chama que queima em ambos corações, eu sou a paixão, eu sou a amizade, e eu sou a eternidade. Não cabe a mim definir, qual deles o Jasmim devera sentir, sou somente aquilo que se sente, que se transforma e se mostra presente.

E a Razão, por sua vez: E agora? O que fará? Sabendo que a reciprocidade que existe em ti, nela nunca existiu... o amor pode até viver em ti, porém, ninguém há de contemplar-te como tu, não amar-te-á como tu e não há de conhecer-te como tu.. porque somente tu conheces o que ninguém mais conhece

E a Vida dizia: mas o que fazer se toda vez que a vejo o corpo chega a estremecer e o sorriso toma conta do meu ser, a minha boca seca e eu me perco nela? O que fazer quando ouço músicas e todas me lembram ela? O que fazer? Uma flor tão simples que em tudo me atrai, meu peito arde em dor só de pensar que em um momento eu terei que esquecer tudo aquilo que eu jurei saber merecer.

E o Amor disse: Mas você pode amar; eu sou a faca que corta e sou o machucado que cicatriza, eu sou o tudo e o nada; só eu posso curar a dor de um amor com amor. Procure por outra flor, existem milhões delas, só vá.

E a vida se pronunciou: o que pensas que sou? Um brinquedo? Eu a amo, e a quero, já amava antes de ser amor. Por sonhos caminhei, por planos idealizei, e a encontrei; a possibilidade de uma outra flor em minha vida não existe se não o Jasmim.

A Razão se contrapôs: tolo és achando que algo dela virá para ti a não ser a amizade. Viva o teu momento, viva a tua vida e deixe-a ir. O Jasmim, que deixa suas pétalas por onde passa, não te olhará com outros olhos; ela vê uma segurança em ti, mas ela não quer ser presa; ela quer a liberdade assim como eu proporciono, e tu és tolo por se render ao amor.

A e Vida prosseguia: mas é tudo tão estranho; o que eu sou? Por que existo? Para sofrer? E amar? É difícil porque se você ama, você sofre, e se você sofre, você estará sofrendo por amor em todos os quesitos. Porque se uma pessoa se for, você chorará por ela ter ido e não poder tê-la mais: isso é amor. Em todos os ângulos possíveis o amor existe e nada é feito sem ele, uns aos extremos e outros não, mas eu tento ser algo para ela, e ainda sim não a tenho. O que é preciso? O tempo? Mas o que resta é viver com isso.


Amor: a existência que ganhaste, não foi para sofrer, terá que procurar pelo motivo para qual existe, terá que ser livre e terá que amar, terá que sofrer, terá que aprender, para se tornar algo; as coisas são assim, é necessário para o engrandecimento da alma. Você não existe para viver por outro, e sim por você; não pode deixar que suposições façam com que você a ame, pois eu não sou feito de suposições. Eu existo, eu sou sentido, não posso deixar que sofra por algo que não tenha um sentimento definido. Quero que viva e deixe tudo no seu tempo. A existência não precisa necessariamente de outra pessoa; o afeto é uma troca de necessidade entre dois seres, e você pode não ser tão necessário para ela, assim como ela é para ti. Então a deixe, deixe o tempo. Dê tempo ao tempo.

A Vida: procuramos em tudo um motivo para qual existir, nos agarramos na primeira segurança que sentimos ter e nos entregamos com toda a força, mas não necessariamente existe a reciprocidade. Eu só quero a completude de estar ao lado de quem amo e de quem desejo, mas como o amor disse, não podemos viver de suposições. A verdade é que eu me apaixonei pela personificação que criei, e hoje eu entendo que a tornei naquilo que eu mais precisava; eu a imaginei da minha forma, eu sonhei um sonho bom, porém, ela não é aquilo que desejei, e assim terminarei dando tempo ao tempo, e esperando pelo momento em que ela possa se tornar a minha realidade.