Coleção pessoal de PatriciaMarasca

1 - 20 do total de 37 pensamentos na coleção de PatriciaMarasca

DEPOIS
Depois da tempestade, a bonança. Depois da chuva, o sol. Depois do inverno, a primavera.
É bom acreditar e esperar um depois que há de vir carregado de esperanças. Um amanhã que se espera mesmo por toda a vida.
Acreditar que a tormenta passará. Que se abrirá um céu azul cheio de paz... Acreditar que após uma noite escura de vigílias, há de nascer um dia lindo, brilhante e promissor.
Depois da lágrima chorada na despedida, o regresso há de colorir de sorrisos a saudade.
Depois da briga, a reconciliação. Depois do ódio, o perdão. Depois da batalha perdida, uma nova luta. Depois da queda, um novo passo. Depois do barulho, o silêncio.
Acreditar num depois faz o homem caminhar. Mesmo cansado, mesmo desiludido. Grande é o homem que não se deixa abater pelas tormentas do dia. Feliz o homem que acredita, mesmo decepcionado.
Uns caminham machucando e outros machucados. Em meio a tanta mentira, há os que acreditam. Em meio a tanta covardia, há os que enfrentam as derrotas sem esmorecimento. Depois dos campos queimados, a volta do verde.
Nas árvores despidas, a nova folhagem e o matriz das flores. Tudo se renova quando se acredita no caminho, no objetivo e naquilo que se propõe a fazer. O melhor depois, é quando se tem a consciência de um dever cumprido com responsabilidade e amor.

Colaboração enviada por: Ana Cintia Souza Gomes

CONFUSÃO

Era tarde da noite e não conseguia dormir.
Deitada na cama, observando o escuro (inobservável), pensava. Pensava sobre tudo e sobre nada. Perdia-se em seus pensamentos e nos mesmos, encontrava-se. Pensava em ti.
Fechava os olhos e sua imagem lhe vinha à cabeça, assim num de repente, como que em sonho; mas não era. Imaginava situações futuras, relembrava situações passadas.
Inquieta. Virava-se de minuto em minuto, de um lado para outro. Aliás, fazia frio. Ela adorava o frio. Mas ali, naquele instante, nem todos os edredons do mundo poderiam aquecê-la.
Sentia um vazio dentro de si. Congelava, por dentro e por fora.
Uma mistura de sentimentos. Uma confusão. Seu coração batia forte ao lembrar o nome dele, recordar sua voz ou reviver em sua mente o último abraço.
Uma parte de si chorava; desolada, sem consolo. Pessimista. Sem chão, sem teto, sem nada. Outra parte ria e sorria. Otimista, cheia de esperanças. Sonhadora. Não sabia em qual parte acreditar. Estava dividida entre razão e emoção (ou buscava o meio termo entre as duas).
Lembrava a primeira conversa. O primeiro olhar entre os dois, as primeiras palavras, o primeiro abraço, o primeiro beijo. Nunca esqueceria. Tudo parecia tão perfeito, que de tão perfeito, admite-se cega de amor.
Essa moça, era eu.
Você me magoou, me deixou sem vida. Estou morrendo e já faz tempo. Todos perceberam. Você está me matando, fazendo de mim, pedaços.
Tenho conseguido lutar ao longo desse tempo, mas ultimamente está sendo difícil. Acabaram-se os armamentos, os mantimentos e as forças. Principalmente as forças.
Preciso descansar. Me entrego. Levanto a bandeira branca em símbolo de paz. Necessito de um refúgio; e meu refúgio sempre foi você.
Admito: sinto sua falta.
É sufocante a dor de não te ter por perto. Não poder te ver, te abraçar, te sentir. Queria ter o seu olhar direcionado à mim, como na primeira vez que nos vimos.
Queria poder sentar ao seu lado novamente e te ouvir me chamar de “pequena”. Quando só o seu abraço me protege e só suas palavras me confortam.
Você me faz tão bem; e tão mal.
Estou aqui, sozinha em meu quarto, jogada sobre lembranças, perdida nesse presente, esperando por um futuro. Um futuro que sempre sonhei e ainda sonho.
Do qual desejo que faça parte.
É assim toda vez que deito na cama.
Estão fechadas as portas do meu coração. Não consigo abri-las, algo me impede. Mas eu sei, todos sabem e na certeza também sabes: a chave é você.

Meus olhos ardem, me sinto um tanto quanto sem vida. O cansaço me venceu. Desisto. Lágrimas que caem, algo em mim morre.

Procurava alguma palavra reconfortante para alguém que chorava. Não sabia expressar-se, dizia coisas sem sentido, mas tentava.

Como a razão e a emoção: duas faces que se desconhecem, mas precisam andar juntas.

A vida é uma incerteza, e nós, frutos desta mesma. Incertos por natureza.

Você nunca perguntou se me importava. E aliás, me importava e muito. Você deveria ter perguntado.

Ainda que não soubesse. Era "você" quem completaria aquele "eu e". Então, nós.

Até que a morte nos separe é muito pouco pra mim. Preciso de você por mais de uma vida.

- Desejo passar o resto da minha vida com você.
- Não, uma vida com você nunca será resto.

O que sabemos da vida? O que sabemos sobre viver? O que sabemos a respeito da realidade? E de sonhos? O que sabemos, me diga?

-Você não imagina o que estou sentindo.
-Imagino sim.
-Não foi uma pergunta, foi uma afirmação.

Do nada tudo se perdeu. Assim sem motivo, acabou. O que é eterno dura para sempre, ainda que o para sempre nunca exista. Não durou.

Digo que és o motivo do meu viver, pois, meu coração bate por ti. Sem ti, ele não bate. Então, não vá embora. Sou muito jovem para morrer.

Eu tenho sonhos tão estranhos, que estranho por tê-los sonhado. Minha vida é tão monótona que qualquer estranheza eu já estranho.

Não ficarei, não partirei. Me esconderei. Irei a algum lugar bem distante daqui. Um lugar controlado por mim. Refúgio dos sonhos.

Sou um ser humano muito idiota. Como prova disso, admito essa tal qualidade (se é que posso chamar de qualidade).

Fazia sentido, em forma de pensamento. Como palavra, nem tanto. Acho que palavras não fazem sentido porque são superficiais.

A pior parte de chorar em silêncio, talvez seja, não poder gritar para o mundo o quão grande é a dor e o quanto você sofre.

Ela odiava a outra. Não porque esta a tivesse feito algo, mas só pelo fato de que era "outra" e isso não poderia existir. Não para ela.