Coleção pessoal de Outlaw

Encontrados 19 pensamentos na coleção de Outlaw

No vazio do peito/
Profundidade não se mede/
E tão logo a razão/
Que ganha e perde/

Sua motivação dependerá perpetuamente de sua memória. Caso contrário o primeiro obstáculo se tornará um monstro e assim seu sonho será engolido. A memória será a mão que te levantará no primeiro ou no último tombo. Não importa o quão intenso trabalhe, a memória sempre mostrará a importância dos seus sonhos. Motive sua memória, ela dimensionará seu trabalho quando necessário.

Não é solidão, é solitude!

Egoísta é toda pessoa que pensa mais nela do que em mim.

Não entro para clubes que me aceitam como sócio.

Melhor seria se, completos, nos relacionássemos com quem nos fizesse transbordar.

Inteligência militar é uma contradição em termos.

Nota sobre Ela.

Engraçado como o talvez, dito por ela, me dá certeza de tudo. O não sei me encoraja de forma desafiadora. Gosto dessa forma de me provocar, mas prefiro o final, onde nós dois ganhamos juntos.
Exaustos e com novos planos para dominar o mundo.

De todas as taras sexuais, não existe nenhuma mais estranha do que a abstinência.

Não estou aqui pra ajudar ninguém, não vim pra servir como acervo de consolos. Não sou uma farmácia moral, onde qualquer um que chegue será moralmente remediado. Sou, basicamente, o antônimo disso.

Os primeiros quarenta anos de vida nos dão o texto: os trinta seguintes, o comentário.

novelos
desenrolam
novelas
terminam

E quando chegar a hora que você tanto esperou, tanto trabalhou para que tudo saia da melhor forma, todos sumirão. Ninguém vai perguntar se precisa de algo, se quer um abraço. Acredite. A vida é assim, a vida é um teste. Só quem resiste, sobrevive. Sem seleção natural, é na raça e na vontade. A vida é um jogo de picos e depressões, ápices e fundos do poço. Cabe a você, resistir ou não.
Se prepare.

Razão de ser

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece.
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?

O apanhador de desperdícios
Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios

Poesia Matemática

Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como aliás em qualquer
sociedade.

Revolução sem dança não vale a pena!

Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia.

Sou o pior no que faço de melhor. E por este presente eu me sinto abençoado.