Coleção pessoal de Otavioaugusto

Encontrados 10 pensamentos na coleção de Otavioaugusto

⁠A luz da vida teima em deixar as sombras em evidência, se movem em todas as direções no ballet do astrolábio, mas sempre sombras…Tem dias em que as sombras mostram vida própria, vida de outras sombras que já estiveram do lado, sombra protagonista da história, sombra que dançou da luz de um céu de outono, sob o sol de outrora. Sombras de tempos que teimam permanecer, nunca sombrias, sempre saltam em cores, em sinestesia, sabores, sons, saudade, sim, simplesmente saudade em segredo, em comum, um sorriso.

⁠segundos...
Segunda, sonoro sinal sugere sair sem sono. Sarcasmo salutar sistema sempre sinuoso, suntuoso, seja sofrido, seja sorrindo, segue sem saber suas surpresas... Somente sai, sobe, segue, suspira, supera, sonha. Sabedoria secular se supõe ser suficiente. Somente segue...sente sabores, simbolize silhuetas socorre seus sonhos, se segure, sacrifica, sê santo. Sobreviver, sobre viver... Souzas, Silvas, senhoras, senhores sabem, supõe, semana seguiu, sexta, sábado, sombra da segunda já saúda... Sempre assim? Sobra ser surpresa sujeita a satisfazer sensação de sair do sistema.

⁠Em um instante a vida passou. Aquele retrato empoeirado da estante garante um momento flagrante de um momento distante, flagrante o olhar saudoso daquele minuto que teima em parecer eterno. Em um minuto ganhamos, perdemos, as vezes distraídos demais não nos damos conta que Jajá passou e que agora ficou para trás. Queria ter o domínio do tempo, não me contento que o momento que não passa lento fique na memória, como um filme, uma oração, um acalento que acalma o coração. Átrio esse que hora acalma, pouco depois acelera, sofre as dores daquele minuto, daqueles conjuntos de minutos que chamamos de vida. Ah, e a vida, seria ela uma lição para doar completamente o melhor ao próximo enquanto estamos aqui? Instantes, aqueles que pedimos só mais um minuto, para olhar nos olhos, para as almas, compreenderem que a incondicionalidade da presença e do mero estar ali não tem preço. O minuto passa... Desliga o som, ouça a voz, deixa o celular, aprecie a vida perto de você, um dia seu maior pedido será não esquecer os instantes de vida, do cheiro, da risada, do tom de voz e nesse instante só restará saudade e gratidão a Deus por cada minuto.

Fé, dádiva daqueles que transpiram seus dogmas na crença ávida, á vida, sentimento puro, digno de respeito, digno de fé. Má fé, conduta corrosiva, muitas vezes compulsiva, sem freios, prejudicados quaisquer predicados, consome, contamina, se espalha, infelizmente em passos largos e conquista a carência daquele que simplesmente esta na mediocridade, que é estágio de comodismo. A boa fé nem sempre é confortável, mas nobre se sobressai, cresce com raiz profunda e forte, produz frutos, produz sombra aos cansados, inclusive, aqueles de má fé, que não percebem mas o peso de seus fardos, definham, doentes, que encontrem a verdadeira fé, paz e cura.

Averbo aqui minha aversão á toda e qualquer versão avessa criada a partir da verbalização contumaz que quisera eu fosse efêmera, insólita, mas não, o verbo vive reiterado, impune, insano, impuro, infame. Apesar, com meu pesar, da má conduta, má fé alheia, de repulsa nefasta, ainda me curvo a metafísica e clamo com temor: que seja tocado o átrio daquele baldo do bem, e que a existência traga evolução.

Surpresas
O caminho a cada dia permite aprender com cada paisagem, passagens, imagens que podem simplesmente durar um minuto ou talvez o minuto vire sentido para uma vida. O ser humano tenta o todo momento ter o controle, mas o caminho traz tantas surpresas que sutilmente toca nossos rostos a cada momento, por isso peço, discernimento, que meu tato saiba tocar e levar o bem, que minha visão tenha atenção para a empatia ao próximo, que meu olfato possa sentir cada estação e conhecer pelo simples cheiro a primavera e verão. Que o paladar insista no gosto simples da vida, e acima de tudo que prevaleça o amor incondicionamente ao próximo, que o coração leve eternizado toda leveza, pois, só assim a caminhada valerá a existência em sua mínima e singela essência.

Amuleto contra os normais
Quero um amuleto para carregar junto a mim, em cada chegada também na partida, ele estará junto comigo. Que esse amuleto me proteja de gente normal, do tipo de gente que cria conceito para todo louco do caminho. Gente normal que procura nas entrelinhas refúgios para minorar o louco. Gente normal que apesar de ser tão normal, nunca está feliz e pouco dorme, quase sempre em virtude do louco. Que esse amuleto me afaste da normalidade. Ser o diferente sempre me preocupou , mas a leveza que atingi me convenceu que o diferente, o louco é também raro, ser diferente, o louco é criativo é inspirador. Se realmente os semelhantes se atraem quero minha casa cheia de loucos, daqueles que ainda vivem a leveza, daqueles que ainda olham as estrelas, que sonham, que sorriem sozinhos de besteiras da loucura, de presentes simples que a vida nos brinda a cada dia. Estar fora da massa em tese é desconfortável, lhe deixa a mostra, alvo fácil dos normais, por outro lado, te dá a chance de ver de longe que ainda existem mais loucos, daqueles que pensam, gente do senso incomum daqueles que acima de tudo são livres.

Um minuto é um tempo a mais ou a menos em nossa vida? Matemáticos poderiam dizer que minutos são apenas a soma de segundos, o cético diria o tempo não existe, o físico poderia relativizar, o poeta poderia dizer que o minuto pode ou não ser a eternidade. O amor é a essência do tempo, tudo aquilo que nunca termina em vc entra para o seleto rol de sua existência plena, aquilo que foi fútil, banal, superficial pode até dar a sensação de um tempo que demorou passar, somente isso, porque logo cairá no limbo do esquecimento. A cada novo dia a cortina se abre para o teatro da vida... Sejamos atores principais, façamos do improviso o riso fácil que ilumina a vida... Sejamos coadjuvantes e se esse e o papel com amor façamos brilhar o ator principal e como figurantes saibamos o quão importante é o sentimento de grupo para a unidade.de um jeito ou de outro saibamos que seja como for que seja todo, que seja tudo, que seja a essência e assim, só assim todo e qualquer minuto será eterno.

Mesmo na noite, dependendo da lua, é possível ver o formato das nuvens, num momento tem figuras que remetem a coisas boas outras nem tanto. O interessante, que como se fosse um remar contante o vento apaga toda e qualquer forma e por momentos, as vezes só vemos a luz. O que será que a lua pensa do lado de lá, quando por um momento também ela só me vê?... Diferente dela o brilho de meu olhar depende do bem e do mal do mundo, num momento com brilho incandescente, noutro brasa sem vento, mas de tudo, uma grande diferente entre nós, pois é nobre lua, que de qualquer lugar, no mato ou na rua, essa luz não é sua, tampouco minha, mas ela inspira tanto vc quanto eu. Eu, que do lado de cá, também tenho que aprender que o bem e mal não me pertencem, e singelamente escolher lhe mostrar um brilho cada vez maior nós olhos cada vez que te ver, porque só assim saberei que cada dia foi um dia a mais, até que no dia seguinte nos encontremos novamente para os brilho trocar.

Dias iguais?
Se tem uma coisa que posso afirmar é que nenhum dia é igual ao outro... O vento muda, temperatura muda, até a muda cresce, e as vezes em um piscar de olhos, floresce, padece, aduba a terra em seu espaço...nem mesmo a saudade é igual, sempre em seu passo pedindo mais o abraço, e quando se dá conta, os incontáveis abraços se entrelaçam mais, laços, raízes que geram unidade que arrisco a dizer ser uma arte, a arte de ser parte.