Coleção pessoal de OEudentrodemim
Sempre que eu acho que terminei de construir minha muralha, você vem guarnecida com o maior exército de emoções que meu reino já viu. Diante das tuas armas de cerco os muros do meu castelo são nada mais que o pó da terra diante dos ventos dos céus, e eu sei que é uma guerra perdida sempre que declarada, mas ainda sim busco resistir ao máximo e a cada vez insisto na batalha, eu nunca fui de me render sem lutar.
Acredito que as tuas intenções eram boas, mas a tua inocência cegou-te e fez-te andar por um caminho que tu ainda não conhecias.
O teu doce sorrido tornou-se malicioso, a tua mente transmutou-se em sombras, o teu coração foi corrompido e a tua inocência, a mesma que te trouxe a isto, foi ela destroçada.
Sei que essa garota que vejo, que gosta das coisas boas da vida e a ela dá verdadeiro valor e não a vive de todo o jeito ou com qualquer um, ela ainda está aí dentro, esperando alguém virar uma página e achar o que há de melhor em você. Aquilo que só a tua alma tem, a tua beleza singular.
Será que é tão difícil dar as costas a tudo isso? A toda essa coisa que te fez errar? Será você pode ser como realmente é? Eu não acho que isto seja pedir muito, demasiado seria pedir que eu te esquecesse totalmente.
É... sabe que, no fundo, acho que nunca te esqueci.
Sentir o cheiro do teu perfume, o cheiro dos teus cabelos, teu cheiro...
O toque das tuas mãos, o jeito como tu me olhava, fixando teus olhos nos meus, me afogando num mar brilhante, profundo e castanho sem fim. Tuas piadas, mais que sem graça, me faziam rir ao te ver rindo delas.
Outrora pensar em ti me dava a esperança e, logo depois, a certeza de um dia melhor. Hoje, sinto saudades destes tempos, e de saudade meu coração se estraçalha.
Menina, teus dourados cabelos à luz do sol brilhante
Brilham tal como fios de ouro, não param sequer um instante.
Contrastando-os, teus castanhos olhos ardem como numa lareira
Tal qual um vulcão, que queima por uma vida inteira.
Teu incrível sorriso torna tudo inexplicavelmente mais bonito
Não há como não me apaixonar quando junto tudo isso.
Mas todo esse conjunto não vale de nada
Quando olho para dentro de ti e contemplo tua radiante alma.
Enquanto eu te dei alegria
Em teus momentos de infeliciade,
Ele te proporcionou prazer
Enquanto em ti reinava a fragilidade.
E hoje, na tua cama
Essa "intimidade" entre vocês é triste,
E eu sigo apaixonado por você
E ainda sim, o toque entre nós inexiste.
Às vezes, só "às vezes", me imagino ao teu lado.
Nós dois, sentados na varanda de casa, no chão jogando xadrez e tomando um copo bem grande de café. Eu sempre perco porque fico te olhando ao invés de prestar atenção no jogo.
Na maioria das vezes estamos na praia. Mais ou menos meio-dia, é maré baixa e sempre venta bastante. Você anda à minha frente, onde há alguns minutos havia água e agora só existe um enorme chão espelhado que reflete tudo ao redor com uma leve camada de água salgada que molha a areia em que pisamos. Você anda e cata pequenas conchas que o mar deixou quando foi embora, sorrindo a cada uma que encontra... Você vem na minha direção com esse sorriso no rosto e com a mão cheia delas, e despeja na cesta que eu seguro, já quase cheia. Você se vira e volta pra areia, e eu, guiado pelos teus cabelos esvoaçantes que na luz do sol coroado no alto do céu parecem até fios do mais brilhante ouro, vou junto a você.
No carro, eu dirijo e você olha pro horizonte. Você está tão focada que por um segundo eu me pergunto no que pensa. Você percebe e se vira pra me olhar também, me acertando com esses olhos que não tem inimigos à altura, você sorri, e como a cada sorriso seu, eu me apaixono, mais uma e cada vez mais.
Outras vezes estamos deitados, olhamos pro teto e acabamos de acordar. Você sempre linda, como a cada novo amanhecer, com o rosto todo amassado e eu todo descabelado, mal consigo abrir os olhos. Você me conhece e abre eles você mesma, ri de mim, me beija e se levanta da cama, com seu enorme pijama de ursinhos.
Num dos que eu mais gosto de imaginar nós estamos na sala, deitamos no sofá, preguiçosos à tarde. A música que a gente gosta começa a tocar no rádio da cozinha, nós nos olhamos na mesma hora, eu rio e balanço a cabeça dizendo "levanta vai". Você faz aquela cara de preguiça, quase me faz mudar de ideia, eu te faço uma cosquinha e você levanta rindo e tentando fazer em mim também. Eu seguro as tuas mãos e, te olhando, eu entrelaço nossos dedos. Quando termino eu te beijo, como se tivessemos selando um ato eterno. Fechamos os olhos e dançamos... Sem qualquer tipo de ritmo, a gente cai no chão e rimos até cansar, e abraçados, deitados no chão frio, adormecemos.
Mas, em todos eles, em cada momento, contexto e situação que imagino a gente, você estar lá, a tua presença é o que faz com que eles sejam tão magicamente especiais, é você que faz com que eles que sejam únicos. É você! Você é a primeira e última coisa que eu quero ver, a cada nascer e pôr do sol da minha vida, quando eu abrir os olhos pela manhã e fechá-los à noite. Passar cada momento da minha vida ao teu lado seria o maior presente que eu ganharia em todo esse mundo, e seria como se o meu maior sonho se realizasse, todo o sofrimento desse mundo seria ínfimo e suportável, porque eu teria você do meu lado pra que cuidássemos um do outro pra sempre e a vida nunca mais seria cinza outra vez, como ela era antes que eu te conhecesse e eu soubesse o que era estar vivo de verdade.
Podia ser eu te segurando, mas eu ia cair e te derrubar junto. Porém, antes que você caísse também, eu ia te abraçar pra que você nem mesmo se aranhasse, e iríamos ficar rindo até que nós nos levantássemos e sentássemos, um do lado do outro. Eu cheio de areia e você rindo, rindo do jeito mais lindo do mundo, e enquanto você tirasse a areia das minhas costas rindo, eu ia me levantar, me virar pro mar e desenhar um coração na areia, então você viraria também e iria escrever o meu nome nele, enquanto eu escreveria o teu, passando uma flecha por ele depois. Eu pararia então por um instante e olharia teus olhos, teus lindos olhos… e pensaria na sorte que eu tinha por ter você comigo ao meu lado, você olharia pra mim e me daria um sorriso, então eu beijaria a tua testa e te abraçaria com todo o meu amor. Enquanto olhamos o sol se pondo, ali, à luz do sol, das estrelas invisíveis e ao som do mar, eu diria “te amo”, com uma explosão de adrenalina eu escutaria tua voz dizer de volta “eu também te amo”.
Um dia numa estação de trem sentaram-se lado a lado num banco um ateu e um cristão. Conversa vai, conversa vem, resolveram eles debaterem sobre religião. Neste momento começou um debate potencialmente infinito, já que o que um propunha o outro se dispunha a refutar e o que um desmentia o outro fazia questão de justificar.
Assim por muito tempo ficaram.
Quando o trem que o cristão esperava chegou, levantando ele disse por fim:
— Então meu caro, levando em conta tudo o que foi por nós discutido aqui, se eu estiver errado por acreditar no que acredito e realizar as práticas que pratico, no fim de minha vida eu não terei perdido nada além de tempo. Porém, meu amigo, se for você aquele de nós dois que estiver errado, no fim de sua vida você terá jogado fora a chance que lhe foi dada por Deus, e assim terá perdido tudo.
Nada me doeria mais que a ausência ininterrupta do teu olhar
Teus verdes olhos… que iluminam todo o meu mundo e fazem pular o meu coração
Teus olhos… nascentes de verdes águas, pai e mãe do grande mar
Sim … teus olhos… à noite, estrelas no céu, pela manhã sóis a brilhar
Teus olhos! que me mantêm acordado pela manhã e que permeiam meus sonhos
Ah, sem dúvidas, nada me doeria mais que a ausência ininterrupta do teu olhar.
Posso não pisar na lua, não ser um dos homens mais ricos do mundo, posso não ser lembrando por algo importante, pode nesta terra não sobrar resquício algum meu, mas, se meus lábios tocarem os teus, nem que pelo menor segundo, eu poderei morrer sendo o homem mais feliz deste mundo.
Um dia uma garota perguntou ao namorado:
— O que você faz quando vou embora? Sente saudades minhas e fica olhando fotos minhas?
— Sinto saudades suas sim, mas não olho fotos suas, olho pro céu.
— E o que você vê de tão bonito nele pra preferi-lo às minhas fotos?
“Vejo o teu rosto”, disse ele com um sorriso bobo dançando nos lábios.
Agora me vou para minha triste solidão, onde estou rodeado por todos, mas no meu âmago, estou só. Afogado num mar de sentimentos, preso numa cela de pensamentos. Meu coração dói e meu mundo se corrói, enquanto lá fora a chuva cai e o vento sopra, fico aqui ouvindo a infinita ópera que se tornou o meu pranto, e que hoje eu me espanto, mas que já não posso abandonar, pois, aqui, nesta cela escura e fria, aqui é o meu lar.
Criança, teus olhos amendoados ...
Eles não servem só para serem admirados,
Reflita sua beleza para o mundo
Reflita, criança, o seu castanho profundo
Que, iluminado pelo sol do meio-dia
Brilha mais que mil estrelas em euforia.
Não sinto meus dedos tremendo ou minhas lágrimas caindo. Não vejo luz alguma, estou só, estou solto, eu estou! Mas onde está? Aquela sensação… Onde está a punhalada de cada respiração que me lembra de que estou vivo?