Coleção pessoal de odairplis
Aprendi que contrariando o que disse o poeta, os amores vem e vão.
Muitas vezes vai quem amamos, porém, ficam as dores inerentes a tais perdas.
Aprendi que as mais dolorosas palavras são as que saem da boca das pessoas que mais amamos, talvez porisso as feridas por elas provocadas em nossas almas são mais profundas, cicatrizam mas não deixam de doer e vai matando aos poucos os nossos amores.
Aprendi que o falso sempre tem grande valor, pois o que importa não é ser, mas parecer que é, não é ter, mas parecer que temos.
Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já.
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida.
Saudade é sentir que existe o que não existe mais.
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam.
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
É lamentável uma sociedade tenha que instituir um dia especificamente para que seja lembrado "TER CONCIÊNCIA " dos direitos, dos valores, da cultura e porque não dizer da própria existência de mais da metade de seus próprios membros, no caso, os chamados " AFRODESCENDENTES ".
Enfim, dia nacional da consciência negra, cotas para vagas nas universidades e outras instituições, não passam de confissão dos preconceitos.
Conceitos, todos nós temos o direito de termos, porém, preconceitos, por ser um sentimento, cada um deve combater e lutar contra todos eles.
Outra grande hipocrisia é o politicamente correto " AFRODESCENDENTE ", sendo assim, como devemos chamar as pessoas descendentes de outras que não são oriundas da África subsaariana não negras como Egípcios, Líbios, Marroquinos, etc....?
Tomemos como exemplo a grandeza da alma de um dos maiores homens que a humanidade teve " MOHANDAS GHANDI, O MAHATMA" ( GRANDE ALMA ).
Ele era negro, porém, não era afrodescendente, " SIMPLESMENTE NEGRO, SIMPLESMENTE HOMEM " , porém, infinitamente maior que todos nós.
Quando a velhice chegar ( se ela chegar )quero ter no olhar a mesma vontade de tudo ver. e mesmo se meus olhos perderem o poder de ver o colorido do mundo, dentro de mim já está o colorido da vida. e minha imaginação se encarregará de colorir tudo ao meu redor.
Quando a velhice chegar continuarei contando os segredos do amor, pois o amor nunca morre no coração que decidiu viver amando. O amor é um impulso que supera o tempo e o desgaste físico que o tempo produz.
O amor é o cerne que permanece mesmo quando tudo de se desfaz ao redor. A velhice é como o inverno. As folhas caem e as flores ficam escondidas. Mas a vida continua desejando se manifestar. A vida continua intensa no tronco das arvores ou no fundo da terra esperando o momento de se manifestar em plenitude.
Quando a velhice chegar continuarei sendo útil. Onde há vida há utilidade. E mesmo que minhas mãos não possam ajudar, mesmo que meus pés não possam andar distancias, mesmo que o meu corpo se torne pesado, mesmo que meus ouvido se tornem duros aos sons do mundo externo e mesmo que os meus olhos se fechem ao brilho do sol, o coração poderá vibrar com a vida, com a experiência de anos de vida.
O coração terá sentido e guardado as sensações que passaram pelas mãos e as distancias percorridas pelos pés.
O coração terá guardado os sons das musicas muitas vezes ouvidas e o colorido do mundo na variedade das estações.
O coração viveu , gravou uma vida toda que penetrou pelos sentidos. E essa gravação se torna sabedoria da velhice.
A sabedoria que poderá ser transmitida através de uma palavra de bondade e de justiça, através de um conselho ou de um apoio, Através de um sim ou de um não que a vida ensinou a dizer.
Quando a velhice chegar desejarei colher os frutos de um tempo de criança que soube ser criança e viveu uma situação de criança.
A vida traça destino certo. Serei um velhinho tranquilo, puder ter uma infância feliz. Serei um velhinho amadurecido se minha juventude tiver sido idealista e realizadora. Serei um velhinho realizado , se em vida adulta não tiver perdido o sentido dos valores que não passam, dos valores que superam as fraquezas da vida.
Quando a velhice chegar ( se ela chegar ), desejarei ser feliz.
METADE
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...
Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...
Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.
Uma mulher bonita não é aquela de quem se elogiam as pernas ou os braços, mas aquela cuja inteira aparência é de tal beleza que não deixa possibilidades para admirar as partes isoladas.
É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do que falar e acabar com a dúvida.
Dia das Mães
Mãe! eu volto a te ver na antiga sala
onde uma noite te deixei sem fala
dizendo adeus como quem vai morrer.
E me viste sumir pela neblina,
porque a sina das mães é esta sina:
amar, cuidar, criar, depois... perder.
Perder o filho é como achar a morte.
Perder o filho quando, grande e forte,
já podia ampará-la e compensá-la.
Mas nesse instante uma mulher bonita,
sorrindo, o rouba, e a velha mãe aflita
ainda se volta para abençoá-la
Assim parti, e nos abençoaste.
Fui esquecer o bem que me ensinaste,
fui para o mundo me deseducar.
E tu ficaste num silêncio frio,
olhando o leito que eu deixei vazio,
cantando uma cantiga de ninar.
Hoje volto coberto de poeira
e te encontro quietinha na cadeira,
a cabeça pendida sobre o peito.
Quero beijar-te a fronte, e não me atrevo.
Quero acordar-te, mas não sei se devo,
não sinto que me caiba este direito.
O direito de dar-te este desgosto,
de te mostrar nas rugas do meu rosto
toda a miséria que me aconteceu.
E quando vires a expressão horrível
da minha máscara irreconhecível,
minha voz rouca murmurar: ''Sou eu!"
Eu bebi na taberna dos cretinos,
eu brandi o punhal dos assassinos,
eu andei pelo braço dos canalhas.
Eu fui jogral em todas as comédias,
eu fui vilão em todas as tragédias,
eu fui covarde em todas as batalhas.
Eu te esqueci: as mães são esquecidas.
Vivi a vida, vivi muitas vidas,
e só agora, quando chego ao fim,
traído pela última esperança,
e só agora quando a dor me alcança
lembro quem nunca se esqueceu de mim.
Não! Eu devo voltar, ser esquecido.
Mas que foi? De repente ouço um ruído;
a cadeira rangeu; é tarde agora!
Minha mãe se levanta abrindo os braços
e, me envolvendo num milhão de abraços,
rendendo graças, diz: "Meu filho!", e chora.
E chora e treme como fala e ri,
e parece que Deus entrou aqui,
em vez de o último dos condenados.
E o seu pranto rolando em minha face
quase é como se o Céu me perdoasse,
me limpasse de todos os pecados.
Mãe! Nos teus braços eu me transfiguro.
Lembro que fui criança, que fui puro.
Sim, tenho mãe! E esta ventura é tanta
que eu compreendo o que significa:
o filho é pobre, mas a mãe é rica!
O filho é homem, mas a mãe é santa!
Santa que eu fiz envelhecer sofrendo,
mas que me beija como agradecendo
toda a dor que por mim lhe foi causada.
Dos mundos onde andei nada te trouxe,
mas tu me olhas num olhar tão doce
que, nada tendo, não te falta nada.
Dia das Mães! É o dia da bondade
maior que todo o mal da humanidade
purificada num amor fecundo.
Por mais que o homem seja um mesquinho,
enquanto a Mãe cantar junto a um bercinho
cantará a esperança para o mundo!
Analogias
Nossa infância é a primavera, onde predominam as flores e com elas as esperanças de muitos e bons frutos.
As plantas, árvores e campos verdejantes, representam nossa jovialidade, nossa saúde e disposição e que nos parece infinitos.
As flores são nossas alegrias, nossos sorrisos puros, sem maldades.
A temperatura amena, característica da época, representa nosso espírito pacífico e ainda em paz.
O verão representa nossa adolescência e juventude, impetuosas e cheias de imprevistos.
Com temperaturas extremadas, ora com sol intenso e muito calor, ora com tempestades, raios, ventanias, trovões assustadores, chuvas torrenciais e enxurradas devastadoras.
O sol forte representa nossa energia, o calor é nossa ansiedade por realizações.
Os raios e trovões são os sustos e imprevistos que podem destruir nossos sonhos.
As ventanias são as dificuldades que temos que enfrentar, ora tendo que segurarmos para não sermos levados, ora tendo que corrermos para não sermos alcançados.
Muitas vezes vem a enxurrada e leva nossos dignidade, nosso ânimo, nossas esperanças e nossa paz, deixando a lama que não era nossa, a sujeira que não produzimos e as doenças que não tínhamos.
O outono representa nossa fase adulta, tal qual as plantas que soltam as folhas velhas para em seguida se vestirem de nova folhagem, nós também nos despimos de velhos conceitos, de antigos valores, ideias que não nos valem mais e de atitudes desgastadas pelo tempo.
Tal qual as plantas que não descartam suas raízes pois são necessárias à sua sustentação, nós também mantemos nossas lembranças, nossos ideais pois nos são nossos sustentáculos.
Os ideais são raízes mais profundas e igual as das plantas, são os últimos a morrerem.
O sol opaco e distante são os sonhos que já começamos a sentir mais distante e menos intensos.
Finalmente vem o inverno que representa a velhice, fase que nos obriga a nos recolhermos e nesse recolhimento, passamos mais tempo refletindo sobre tudo o que fizemos, o que deixamos de fazer, o que nos fizeram e o que fizemos aos outros, pela experiência que temos, pelas injustiças que sofremos, pelas injustiças que cometemos, por tudo o que tivemos e perdemos, pelo que deixamos de ganhar, por tudo isso enfim, é que nos indignamos com mais facilidade e então somos chamados de ranzinza, velhos ultrapassados etc...
O frio do inverno representa o tratamento que nos é dispensado pelas estações anteriores.
Finalmente, tal qual na natureza, o sol e a chuva que representa a saúde, a energia e a vitalidade, sendo raros ou inexistentes nessa época, nos faz sucumbir e retornarmos à terra dando lugar a novas plantas que também irão passar por esses períodos.
Enfim, aqui na terra; Antes nada éramos, durante fomos tudo e nada e depois seremos apenas nomes nos registros de cartórios, nas lápides dos cemitérios , fotos nos álbuns de família, alguns serão nomes de ruas, praças, prédios, rodovias etc...
E todos seremos lembranças das primaveras, verões, outonos e invernos nas memórias dos que ficaram.
Para Deus, seremos filhos que retornam de mais um período na escola que é este mundo.
Uns voltaram melhores, outros ignoraram as aulas e outros ainda depredaram a escola.
Mas Deus é paciente, o que ele quer é que um dia todos tenham sido diplomados e esse dia virá com certeza, pois, o prazo que Deus nos da para evoluirmos rumo á perfeição, é a eternidade.
Pranto dolorido,
Sorriso invisível,
Alma querendo vida,
Corpo querendo morte,
Enxergar tanta beleza,
Ter que olhar pro lado oposto,
Chorar por desafeto,
Amando o mundo inteiro,
Brisa tão suave,
Banhando a areia quente,
Sol inoportuno,
Iluminando o que é claro,
Calor aconchegante,
De um fogo que não queima,
Frio da maldição,
Embalando doces pecados,
Perfume inebriante,
Faz chorar a vida toda,
Caminhos sempre certos,
Provocando desenganos,
Lindo dia que se vai,
Quando chega a liberdade,
Noite muito linda,
Que ninguém consegue ver,
Seres tão fiéis,
Jamais dizem o que sentem,
Outros infiéis,
Dizendo o que não sentem,
Infinito muito próximo,
Próximos tão distantes,
Mortos fazendo vidas,
Vivos fazendo mortes,
Sentir o inexplicável,
Ter que explicar os sentimentos,
Existência confusa,
Diante de tal sorte,
Flor solitária
Tu és uma flor solitária
Em meio a ervas daninhas
Não estás no jardim que mereces
Mas no vaso das memórias minhas
Neste mar turbulento e falso
És o barquinho da paz
Tua bondade não a deixa ver
As maldades que este mar traz
Nunca se esquece um detalhe
Num momento importante a alguém
Portanto, por nada no mundo
Jamais serás esquecida também
Que os céus não a deixes mudar
Que os céus não a deixes sucumbir
Nesse mundo de tanta falsidade
És raridade e é difícil resistir
Em seu semblante amável
Em suas palavras confortantes
E sob este céu nebuloso
Vais ajudando o viajor errante
Amor vitorioso
Esse amor com tantos traumas
Sofrido, calado e guardado
Que chegou tirando a calma
Mas que trouxe a esperança
Esse amor foi desabafo
Esse amor tornou-se história
Que nasceu em um momento
Doce fruto de um olhar
De momentos foi vivendo
Por momentos foi crescendo
Explodindo a cada beijo
E sufocando seus desejos
Esse amor tão maltratado
Pelo tempo e pelo espaço
Esse amor tão desprezado
Por lembranças do passado
Amor no tempo esquecido
E pelo tempo afugentado
Superou os desencontros
Superou o desamor
Tantas coisas se passaram
Esse amor permaneceu
Tanto amor se completou
Enquanto esse amor só contemplou
Eis agora o seu retorno
Eis o amor a explodir
Reencontrou os seus momentos
Reencontrou aquele olhar
Nem o tempo ou o espaço
Irá agora sufoca-lo
O amor encontrou guarida
Não haverá mais despedida
Utopia
Mentalizei uma utopia
Um mundo maravilhoso com meus semelhantes
Me esqueci que já é tarde pra tão grande mudança
Que a aurora do mundo já vai tão distante
Sonhei com um fruto de sabor à meu gosto
Me esqueci até mesmo que a flor vem primeiro
E antes da flor tem que ter uma planta
Planta-la! não pude pois não fui o primeiro
Hoje sigo gritando, lamentando mas ainda sonhando
Vou mostrando as virtudes e tentando esconder os defeitos
Sou apenas mais um dentre meus semelhantes
Dos erros que existe, também sou culpado
Me resta o consolo de não me ver só
Em meio aos sonhos, lamentos e gritos
Mesmo assim, sonho e luto, persisto e existo
Viva a minha, viva a nossa, viva toda a utopia
O senhor não daria banho a um leproso nem por um milhão de dólares? Eu também não. Só por amor se pode dar banho a um leproso.