Coleção pessoal de oanoemqueparti
Recitais de significância polissêmica alicerçadas em ontologias de puro verdejar, esquadrejar, ventos de devir movendo cataventos de vir-a-ser.
Niilistas poéticos são assim, constroem, destroem e reconstroem a realidade como bem entendem, como queira o fogo criativo que arde em suas mentes. Da realidade retiram a essência e recompõem o mundo.
A alma feminina é mistério de abismo profundo. Abismo de queda livre, de livre essência. É força que prescinde de força em gestos leves, leveza de quintessência.
A sabedoria viaja devagar na estrada do tempo, quase sempre se atrasa. Chega quando não necessitamos mais dela, depois que todas as decisões importantes foram tomadas.
Depois de cumprir tudo que a existência obriga, morreremos. Não a morte simples de pupilas dilatadas e ausência mórbida, quem dera fosse. Eu temo a morte que se apaga em pupilas inexpressivas e distantes. Temo o silêncio que habita indigno em respostas evasivas, mera conivência da angústia. Não choro pelos que partiram, choro pelos que ficaram e ficando, então partiram. Não choro pelos que partilharam do sangue, e sim pelos que cerraram os punhos em mãos pálidas, caladas e frias
Quem ousaria dizer que a vida foi perfeita, imperfeita ou mais que perfeita? O certo é que viver se tornou bem mais que imperfeito.
Ele não estava imune ao jogo das possibilidades. Naquele momento, entretanto, buscava a segurança das pedras em meio às corredeiras caudalosas do rio do destino.