Coleção pessoal de nzzin
Ela diz que o ponto é pra quem está presente,
Mas o que importa, afinal, é o conteúdo consciente?
O aluno, com sua falta, a esperança guardada,
Enfrentando a luta, a jornada cansada.
A professora, de mesa fechada, sentada,
O ano todo ausente, a mente calada,
E quando o aluno, com esforço e dor,
Pede o reconhecimento do seu labor...
"Faltou!" é o argumento, a razão sem dor,
Mas o que ela esquece é que o aluno tem valor.
Ele, que mesmo nas ausências da professora,
Continuou, buscou, a cada dia, a sua hora.
A sala vazia, o olhar de quem não se importa,
Enquanto o saber se escapa por uma porta,
A falta de um ponto, por causa de uma ausência,
É mais do que nota; é falta de consciência.
Ela, que deveria ensinar a luta e a dignidade,
Ensina com suas faltas a crueldade,
Mas a crítica, como faca afiada, vai cortar,
E a verdade, como luz, vai iluminar.
No fim, o aluno, com suas vitórias e quedas,
Sabe que o saber não se mede em horas ou regras,
E que a luta por justiça, por igualdade,
Não depende de pontos, mas da humanidade.
Na sala de aula, o silêncio é denso,
Onde a voz do mestre é, por vezes, espesso,
Há quem ensine com ardor e com amor,
Mas há também quem se esqueça do valor.
O professor que grita, que humilha, que falta,
Que não vê o aluno além da sua alta,
Aquele que mede com régua cruel,
Sem notar que o futuro se forja no papel.
A injustiça veste a capa da autoridade,
Ignora a diferença, a realidade,
Esquece que cada aluno é um ser único,
E não pode ser tratado de modo público.
Há quem se oponha ao talento e à razão,
Fechando portas para a evolução,
Não vê que a educação não é uma luta,
Mas um guia, uma luz que nunca se disputa.
A crítica surge forte, sem cessar,
Pois o que se planta deve, sim, frutificar,
E o professor, que deveria ser o farol,
Muitas vezes apaga a chama do sol.
Mas a voz que clama por respeito e justiça,
Vai ecoar nos corações, com doçura e malícia,
E a educação, com sua força redentora,
Vencerá, mostrando o valor da pessoa.
A cor da pele, um fardo ou uma bênção,
Na sociedade, é peso, é sentença,
O olhar alheio, carregado de julgamento,
Define o valor, o espaço, o movimento.
Em cada rosto, a história é contada,
Mas o sistema a distorce, a cala,
Diz que o negro é o filho da margem,
E o branco, o dono da grande paisagem.
A cor, que deveria ser apenas um traço,
Virou muros, cercas, um vasto laço,
Onde se mede o ser, o sonho, o futuro,
Com base em tons, em olhos obscuros.
Mas na rua, no campo, na praça, a luta,
O grito por igualdade, a força absoluta,
A cor não define o ser ou a razão,
E sim a coragem de lutar pela mão.
O racismo que insiste, que envenena o ar,
É uma prisão onde o amor deve triunfar,
Pois no fim, a cor, como tudo, se dissolve,
E o que importa é o espírito que se resolve.
A crítica é a chama que incendeia a mente,
É a revolta que se ergue, quente, persistente,
E a cor será, no dia da mudança,
A celebração da nossa grande aliança.