Coleção pessoal de NossomosHati

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⁠Notável desfecho

Hoje, nostálgico, me sinto
Me seguro na cadeira e aperto o cinto
Desligo luzes, fecho portas e janelas
Pois vai ser uma noite daquelas.

Se relembrar é viver
Por que sinto cada célula do meu corpo desaparecer?
Sou como uma bomba preparando-se para a explosão
Que entende ser um verso violento nessa barulhenta canção.

A completa ausência de entendimento
Sobre quem realmente sou por dentro
Me transforma em um ser sádico
Que anseia loucamente por um desfecho trágico.

⁠A lucidez do louco

Meu amor, isso magoa
Ser eu e ser outra pessoa
Já escrevi coisa parecida
Então liberto a minha loucura escondida.

Quando a coisa aperta só quero ir embora
Para ver se tudo melhora
Às vezes só quero pegar as malas e fugir
E essa covardia toda me faz rir.

Toda essa confusão é lucro
Nunca me chame de são, me chame de maluco
Querem me enforcar
Pois o louco que reconhece a sua loucura é demais para decifrar.

⁠A queda do usurpador

Já quis que me chamassem de rei, mas temo ser amante da tirania
Temo ter o antagonismo impregnado em minha biologia
Pois sou culpado de viver em meio a explosões
Assim como a pólvora e o disparo dos canhões.

Nessa trama sou a principal figura antagônica
E a minha queda será cômica
Lembrarão de mim com ódio e não com amor
Vão cuspir em meu túmulo e me chamarão de usurpador.

Arrogante, fui tão pequeno como o menor inseto
E meu espírito sempre foi orgulhoso e inquieto
Somente a solidão, essa deve ser a minha punição
Pois é uma sentença justa para alguém que viveu como vilão.


A garota da roupa branca

Fizeste um truque para confundir
E eu, em suas artimanhas, só fiz cair
Caí numa armadilha mirabolante
Mascarada com seu olhar misterioso e penetrante.

Você é o mal, você é o bem
É o diabo que só faz o que lhe convém
E o que lhe trás excitação
É ver meus olhos melancólicos como o de Tristão.

Enquanto a tristeza me molda
Pergunto se tu és a minha Isolda
Mas para o lamento desse marmanjo
Não consigo decidir se tu és o demônio ou um anjo.

⁠(UM COMEDIANTE)

Para sua curiosidade sanar,
Venha até mim e diga olá.
É que eu não passo de um comediante
Que faz da própria tristeza uma piada hilariante.

Sinto falta do isolamento,
Mas ele causa sufocamento,
Então faço piadas para que tudo seja suportável
E é um fato inegável,
Que o meu esforço para continuar sorrindo, é admirável.


O povo precisa levantar a voz,
Lutar como um leão feroz,
Pois nada aqui é bom ou suficiente.
Queremos um país decente.

Político honesto é conto de fadas.
Inúmeras nações são enganadas.
É necessário espernear e armar um barraco,
Pois esses desgraçados já encheram o nosso saco.

A ESTROFE FINAL

Para bem longe vou correr.
A essa melancolia não vou me prender,
Pois preciso entender,
Compreender
Que sorrir talvez seja melhor que sofrer.

O FUNDO DO POÇO

Do fundo desse poço, não tente me tirar.
Deixe-me definhar, nessas águas sujas afundar,
Pois mereço esse fim.
Mereço esse triste, porém justo desfecho para mim.

Oh! Solidão desse poço profundo,
Me afogue nessas águas que carregam a dor do mundo.
Não quero fugir daqui, essa é a minha penitência.
Sim, é aqui que ficarei até o fim da minha existência.

Olá! demônios que se satisfazem com a minha dor.
Há muito tempo perdi o meu amor.
Achei que dessa vez fosse diferente,
Mas novamente estou aqui, um homem infeliz e consigo mesmo descontente.

BLOQUEIO CRIATIVO

Escrevo esse texto com grande bloqueio criativo,
Mas ainda com a dor que assola o peito de domingo a domingo.
Peço que não julgue a falta de coerência nesse "poema",
Pois aqui só vim avisar desse meu triste problema.

Dizem que tenho o dom para poesia.
Olha só, quem diria!
Eu que nunca fui bom em nada,
Encontrei algo para acalmar a minha alma desalmada.

Por favor, já disse para não tentar entender,
Uma vez que esse "poema" é só o lamento de um ser,
Cujo bloqueio criativo hoje não irá vencer.

POR QUE DEVO SOFRER?

O coração que pulsa incessante em meu peito,
É a morada do agonizante sofrimento.
Sim! Ela é cruel e se chama vida.
Vida essa que fere ainda mais as minhas feridas.

Ao choro do nascimento,
Não devo meu agradecimento,
Pois por sua causa estou preso,
Nessa vida que exala indiferente e cortante desprezo.

O que está lendo? Simplesmente indignação.
Sou poeta e sinto a emoção,
Mas porquê vivo essa maldição?

Já não sei a resposta, mas aqui deixo minha mágoa,
Meu ressentimento e minha lágrima.
Por que devo sofrer?
Este é o questionamento
E perante a vida o meu comportamento.

O homem pena para atingir a maturidade, pois o amor o torna criança sempre que possível.

E SE?

E se a escuridão em minha mente não existisse?
E se por um segundo ela não me perseguisse?
E se fosse possível viver em paz e tocar a felicidade?
E se a vida não fosse adepta da crueldade?

E se esses sonhos fossem realidade
E por um minuto eu não enxergasse a melancólica verdade?
E se essa verdade não tivesse deixado sequela?
E se eu conseguisse viver em meio a ela?

E se meus poemas falassem de amor
Ao invés de expressarem minha dor?
E se nós conseguíssemos ter tudo aquilo que desejamos?
E se?

CRIATIVIDADE

Criatividade é arte.
Arte criativa espetacular.
O poder imaginativo.
O cérebro criativo.
Não para de pensar,
Não para de pensar.
A criativa arte de imaginar
E assim criar.

Caminhar por muito tempo na escuridão faz até mesmo os olhos do diabo desejarem luz.