Coleção pessoal de normins
Malditas pessoas tediosas! Em todo o mundo propagando novas malditas pessoas tediosas. Que show de horrores. O mundo está tomado por elas.
Faz aquele café meio amargo, toma três goles, fuma teu último cigarro. Passa um batom vermelho. Ajeita o cabelo e vai.
E eu impávida finjo que não tenho dono. Pontas de cigarro apagadas eu recebo. Um dia vou pegar fogo. De noite fico sozinha no escuro, vazia, pousada num canto do chão. Meu silêncio fede. Ai de mim, que sou o receptáculo da morte das coisas.
Acordo
Levanto-me descansado e com um sorriso no rosto — mais um belo dia que nasce.
Toda manhã é um momento sagrado e feliz, onde me preparo para o que o resto do dia tem a oferecer.
Dou bom dia à moça da padaria, ao homem que cobra a passagem, aos meus colegas de trabalho...
Que belo dia — como todos os outros.
Há coisa melhor que desfrutar as oportunidades da vida?
Com o dia, vem a tarde, onde vou de encontro com minha amada.
Conto-lhe o quão belo foi o dia e como tudo melhorou após vê-la.
Caminhamos no parque, de mãos dadas, no final da tarde.
Beirando a noite, levo-a para casa.
Nos despedimos com um beijo, desejando uma boa noite a nós.
Volto para casa com um sorriso bobo — novamente penso o quão maravilhoso é viver — um olhar meigo e apaixonado.
Na hora do descanso, agradeço a Deus por tudo.
Sinto-me grato.
Com isso, deito-me na cama e me ponho a dormir, com uma feição feliz e suave.
Aí então, acordo em meio à ansiedade.
Olho em volta e dou risada — foi tudo um sonho.
Ainda deitado, tento encontrar forças para levantar.
Passam-se duas horas desde que despertei, porém, ainda me encontro na cama, de olhos fechados.
Desejo voltar a dormir e viver em meus sonhos — onde levo uma vida calma e feliz —
mas agora me deparo com a triste e cruel realidade que afogam meu ser.
Se você não contar a verdade sobre si mesmo, você não pode contar a verdade sobre as outras pessoas.
Nunca lhe confessei abertamente o meu amor mas, se é verdade que os olhos falam, até um idiota teria percebido que eu estava perdidamente apaixonado.
(Livro O Morro dos Ventos Uivantes, Ellis Bell)