Coleção pessoal de NoaldoMachadoSouto
ÚLTIMA MORADA.
Lugar lúgubre, assustador e sóbrio.
Lugar triste, porém, refletivo.
Lugar onde vive a saudade, Quantas Saudades?
Lugar tranquilo, silencioso, porém tenebroso.
Onde se pode meditar o que é vida?
Sóbrio, sua simplicidade peculiar.
Triste, onde estão nossos entes queridos.
Saudades, que não as tem daqueles que se foram.
Tranquilo, natural daquele espaço.
Meditar a vida? Sim meditar.
Ali jazem pessoas que naturalmente foram.
Outras que anteciparam suas passagens.
Tantas outras, que outros as enviaram.
Diversas não souberam aprazar sua ida.
Embriões indefesos têm suas lapides?
Flores inalam seus perfumes,
Rosários titubeiam à força dos ventos.
Cruzes símbolo cristão, com ramalhetes,
Outras tantas abandonadas.
Sinistros, quiméricos? Não realidade crua.
Ao cair da noite sopra uma brisa suave.
Propícia àquele silêncio profundo.
Os perfumes das rosas são mais fragrantes.
A brisa fria é anunciante do silêncio;
Do silencio que passa a reinar.
Hora do Ângelo, convidativa para orações.
Momento para conversação com o Criador.
A fé nos ensina elevarmos pra Deus:
Preces, agradecimentos por nosso dia-dia.
E por aqueles que necessitam de suplicas.
Entregarmos nas mãos de nosso Deus,
Aqueles que ali estão, inertes, podricalhos.
Que acreditaram na ressurreição dos mortos.
E santificados viveram para a eternidade.
Coroados por sua salvação eterna.
E que sabe se não será breve?
Que você e ou eu, com certeza absoluta.
Já que é a única certeza da vida.
Deixaremos gravadas em nossas lápides.
Simplesmente aqui jaz...
Noaldo Machado
Nem sempre é prazeroso cumprir nossas obrigações, menos prazeroso é não ter essas obrigações para cumprir.