Coleção pessoal de Ney
A LUA
A Lua medonha
Quando este sol se puser
A treva querer dominar
Tu despontarás e mudará tudo
Porque tu és
O brilho na penumbra
O maior branco celestial noturno
O braseiro que acende os corações
Cada noite que desponta
É unicamente especial
Individual, nos dois
Que aproxima toda distância
Pois trazes a cadencia da espiritualidade...
A assim, trás Ela pra bem perto de mim!!!!
FOLGUEDO DAS TREVAS
Era assim do dia do começo
Fazia-se sol, o mais quente do ano
As pessoas nas ruas, pulando e foliando
Os sons ensurdeciam os ouvidos
Os gritos eram excitantes
Não sabia aquela multidão
Que no despontar daquele dia
Viria uma penumbra que assolaria por muito tempo
Saturados pelo balsamo da folia
Tinham todos naquele dia
Um sorrido temporal
A nuvem foi se aproximando, e se aproximando...
Tudo se escureceu, e não houve chuva!
Talvez se tivesse havido, teria lavado todo o mal
Limpando aquele ritual, que espalhou sua maior mensagem
Quem ousa a decifrar tamanho encômio?
Blasfêmia proferida, donde a multidão regozijou
Castigo que lhe foi dado
Porém, muita gente pagou!
MINHA PEQUENINA
Andei fugindo minha vida toda
E me fui roubado de forma inesperada
Por uma sementinha que ao brolhar me aproximou
Linda e pequenina, inocento e verdadeira
Desde que teve o primeiro raiar de sol
Me reconheceu com tamanha ternura
De alguém que seria impossível viver sem!
Meu mais inegável abeiramento ocorreu
Com sua ablução espiritual
Nos uniu de forma que nenhum ser terreno pudesse desavir
Nosso imo ligou-se
De forma, talvez, mais profunda que a ventral
Percebo cada vez mais a adição dos carinhos
E meu Amor paterno sente todos os dias sua ausência
Quando a visito me sinto mais resplandecente
Com teu sorriso carente e olhos brilhantes
Confirmo minha falta sentida por ti
Aí também te digo, Te Amo!
Beija Flor
Assim, começaria meu dia:
Sobrevoando o campo mais lindo e aromático
À procura do perfume das sépalas dos verticilos mais profundo;
Donde me esbaldaria plenamente no seu dulçor
Buscaria flóreo das mais tenras plantagens
Lembrando o delicado toque de sua destreza
Plainando nas névoas do amanhecer
Tendo em meu bico a longitude daquele dia
Neste momento meu coração palpita exacerbadamente
Seja por manter minha perfeição
Seja pela necessidade te tocar
Escorar meu profundo bico e em ti me deliciar
Quando, já não mais te encontrar
E meus dias serem supérfluos
Buscarei na flor mais sombria o meu alento
E no ópio da papoula me embebedarei
Para assim provocar minha viagem
Talvez, minha última viagem
Porém, ainda, levando a lembrança do seu derradeiro Traço!