Coleção pessoal de nathyaiko
Na verdade, é tão pouco o que eu peço. Não quero demasiadas complicações, e muito menos toda a pluralidade de promessas; porque não é disso que eu vivo. Eu vivo somente do retorno, do receber em troca o que a ti foi dedicado.
Deve ser triste ver tudo no cinza, eu não sei mais. Há tempos não enxergo mais assim; você me trouxe as cores e pintou minha paisagem. Não entendo mais dessas tristezas.
Perguntaram-me uma vez: “por que escreves, se ninguém a ler?”. Digo, não escrevo para ser lida, assim como a flor que brota no campo não desabrochou para ser posta em um vaso numa sala qualquer. Escrevo em nome do meu vício, que precisa sempre de uma overdose de palavras para não perder o controle. Minhas palavras são destinadas a mim, pois elas sempre são sobre mim. E mesmo se eu escrever sobre vós, ainda não será a ti que escrevi. Escrevo para me firmar, para sentir e para viver. E se nunca leu o que escrevo, como sabes que o faço? Então não digas novamente que ninguém ler, pois você leu.