Coleção pessoal de Nanevs

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Pousada

E virá um tempo
Em que te olharei nos olhos
E só flores verei
Então terá passado a dor
E serei tão somente amor

E não mais haverá tristeza
E poderemos caminhar
De mãos dadas
Rumo a eternidade
De um amor sem fim

E virá um tempo
Em que serei teu ombro amigo
E os braços que te abraçam
Cada vez que teu porvir
Gritar por mim

E não mais serei grilhões
Da liberdade explícita
Que exala do teu ser
De ser sem pertencer

E virá um tempo
Em que aprenderei a te amar
Como ama a flor ao beija-flor
Sabendo que no final do seu voo
Será nela que irá pousar

E esse tempo
Ainda que tardio
Chegará...

Seus olhos me seguem
Madrugada a fora
Em meu turbilhão
De pensamentos difusos

Fala meu corpo por mim
Quando se arrepia tal qual poesia
Recitada por seu toque
Que toca a minha pele

Despeço-me de ti
Na certeza de que o tempo
Sábio e implacável
Apagará todas as mágoas
Que fez doer no coração
O que julguei ser imutável
Mas no fundo...era apenas o fruto da minha solidão

Despedida

Despeço-me de ti
Sem mágoa nenhuma
Antes grata
Pelas tantas sensações
Se de prazer ou sofrer
Tanto faz
Importa que as vivi
E em mim se eternizaram

Despeço-me de ti
No afã de novas ondas
Que me lavem a alma
E te embasa o inesquecível
Dos momentos propícios
Que a mim dedicou
E por aqui...ficaram

Despeço-me de ti
Admirando teu estilo
Sempre sóbrio e envolvente
E levando comigo
O que de bom me ensinou
E portanto...deixou

Despeço-me de ti
Sabendo que amanhã
Outro dia virá
Independente da presença
Tão abrangente
Que enche de vazio
Mas que esvazia aos poucos
Essa ausência torturante

Despeço-me de ti
Na certeza de que o tempo
Sábio e implacável
Apagará todas as mágoas
Que fez doer no coração
O que julguei ser imutável
Mas no fundo...era apenas o fruto da minha solidão

Despeço-me de ti...assim
Sem mais

Vi uma silhueta
Não sei se desse planeta
Gritei, chamei
Fugiu
Me deixou de novo só
Entre as sombras
Por onde andei

Andança

Caminhei alheia
Por terrenos inconstantes
Sem a certeza da pisada
Segura...em nada

Segui olhando para todos os lados
Mas não podia parar
Procurei por mais alguém
Por entre sombras fantasmas
Que se desenhavam em meu olhar
Ignóbil e torpe

Vi uma silhueta
Não sei se desse planeta
Gritei, chamei
Fugiu
Me deixou de novo só
Entre as sombras
Por onde andei

Um arrepio na alma
Não sei se acordei
Penso que sonhei
Se realidade, não sei
Me cansei
O fato é
Vivenciei

Tentei com todas as forças
Sair das suas teias
Mas me enrolei
Ou me deixei
Prender...

Algemas do amor

Sucumbi aos seus encantos
Me escraviza
Me domina
Manipula...

Tentei com todas as forças
Sair das suas teias
Mas me enrolei
Ou me deixei
Prender...

Prisão Latente
Eu, ser, impotente
Dos olhos luzentes
Que prendem feito correntes

Entregue estou
Não luto mais
Me resta te amar
Te amar...e te amar

Eu
Divago em
Devaneios
De agonia
Ou euforia
Por ser um ser
Poesia

Eu

Eu
Ser poente
De horizonte imenso
E recusas constantes
De limitações
Vigentes

Eu
Ser urgente
Intensamente
Refletir na lente
Vidente
Minha insana
Semente

Eu
Ser nômade
Vario e
Insisto
Por saber-me
Mônade

Eu
Divago em
Devaneios
De agonia
Ou euforia
Por ser um ser
Poesia

Eu ainda nem sei rezar
Mas senhora advogada
De todas as causas
Vem me abençoar

Amém!

Advogada

Senhora advogada
De todas as causas
Me fostes apresentada
Como a guardiã da minha alma

Tudo sabes e tudo vês
Nada te é possível esconder
Senhora advogada
De todas as causas

Aprendi que a insistência
É desejo de afirmação
E não mera repetição
Nas palavras que te tocam o coração

Então sobre as minhas contas
Insisto e peço com devoção
Senhora advogada
De todas as causas

Livra-me da dor no coração
E dai-me a paz e o equilíbrio
Tira de mim a louca ilusão
E deixe fluir em mim, meus brios

Senhora de todas as causas
Doce mãe e advogada
Perdão pela minha fragilidade
E se faça companheira da minha realidade

Tenho pouco a oferecer
Nas contas do meu terço
Mas ele te ofereço
Sempre ao entardecer

Eu ainda nem sei rezar
Mas senhora advogada
De todas as causas
Vem me abençoar

Amém!

Outro dia talvez,
Quem sabe amanhã,
Eu me faça poeta
E junto palavras
Com o dom de te encantar.

Dia desses

Outro dia talvez,
Quem sabe amanhã,
Quando a chuva passar
E o ar, limpo e claro
Se impregnar do colorido
Que os raio do sol bordar
No horizonte, enfeitando o mar,
Eu traga o meu sorriso
Na hora do Ângelus
E faça uma prece
Em comunhão com o mar.
Outro dia talvez,
Quem sabe amanhã,
Eu caminhe sem rumo
Pela areia macia
Em busca de inspiração
Para uma nova poesia.
Outro dia talvez,
Quem sabe amanhã,
Eu me faça poeta
E junto palavras
Com o dom de te encantar.
Mas terá que ser
Num outro dia, talvez...

A nossa história não chegou ao fim.
Apenas adormeceu nessa estação,
Mas segue germinando
Para florescer numa outra dimensão.

Uma metáfora

A nossa história não chegou ao fim.
Apenas adormeceu nessa estação,
Mas segue germinando
Para florescer numa outra dimensão.
Adormeceu numa metamorfose
Precisa e dolorida
Em busca da liberdade e da beleza
Da sua própria maturidade.
E como as folhas que caem no outono,
Deixou vazio os ramos que desenham o coração.
Mas ele sabe que em uma vindoura primavera
As flores irão desabrochar,
Encher de alegria e colorir a vida
Por hora tão sentida.
E a mim, resta nesse recolhimento
O reconhecimento abnegado
De que não era a hora determinada.
Esperneei, lutei, sofri, chorei e quase me entreguei.
Amarguei todas as dores que aguentei.
Expurguei a solidão e fiz do coração
Um umbral de dolorosas sensações.
Fazes da metamorfose
Que agora me faz entender
A importância da liberdade
Que eu nunca soube dar
E nunca soube ter.
A gaiola se abriu e me recusei a voar,
A vida me empurrou penhasco abaixo
E aprendi na marra, alçando voo solo
Sem a presença da sua mão.
Estou em pleno sono outonal.
A força dos meus sentimentos,
A certeza do reencontro,
A imensidão do meu amor,
Me farão completar a metamorfose
E conseguir a leveza necessária
Para numa outra primavera,
Revestida de borboleta,
Ser eu inteira.
Então merecerei a tal felicidade.

Chuva

Chuva que cai
Lava o corpo
E liberta a alma

(Nane-02/04/2013)

Vá e não volte

Se afasta de mim
Já que não posso
Deixar de te amar
E forças não tenho
Para te afastar
Então se vá
E não volte mais
Me deixa amargar
Até não mais poder
Expurgar meus pecados
E um dia
Do meio das cinzas
Poder voltar
Sem mais chorar
Quem sabe ainda
Nesse dia
A minha poesia
Será leve e alegre
Sem tanta avaria
Só depende de você
Se afastar de mim
E nessa história
Por um fim...

(Nane-02/04/2013)

A alma solitária
Que crê na possibilidade
De um dia ser realidade
O sonho do querer
Que ainda, não é poder