Coleção pessoal de NandoSonhandor

1 - 20 do total de 57 pensamentos na coleção de NandoSonhandor

⁠Como poderia eu, um ser espiritual
enclausurar-me entre paredes de concreto, enquanto aqui vivo?
Se o frescor das flores e ervas ainda me são perceptíveis,
a doçura da fruta me aprazível
e o caminhar sem rumo, ainda me é possível.

O vento que assopra da montanha
Preenche meu coração das lembranças,
A vista dos morros verdejantes
Inebria-me de esperanças.
E ao trepidar a janela
Cantigas de ninar me acalentam
E todos os dias vou morrendo, de saudades, um pouco.

Sempre esperando o melhor para o final
Me surpreendi com a última fatia do bolo,
Doçura que me fora antes ofertada
E que agora mendigo as migalhas.
Me perdi em contemplar as flores no chão
Quando o maior encanto estava ainda nos galhos.

Em mais uma Primavera de nossa existência
Teu abraço reconfortante me aquece no frio do Outono.
Teu amor irradia o calor que emana do sol e traz em si a sutileza da poesia.
Protege-me e resigna-me das tempestades da impulsividade e
Eleva-me no Inverno que a vida por vezes nos apresenta.

Hoje é um daqueles dias em que eu queria estar no alto de uma montanha, numa casa de madeira e pedras, relembrando o passado e indagando o futuro. O presente? Sempre presente!

Um beijo molhado, um abraço que aquece, uma tarde chuvosa;
Um olha complacente, um aroma que entorpece, uma manhã de estio.
Quero tudo isso, dentro de uma xícara de café quente!

Numa tarde cinzenta e molhada
Na vitrina, pedra talhada
Ostenta todo o seu valor.
Porém, também muito apreciada
Borboleta nunca avistada
Traz encanto em sua cor.

... e a chuva, impaciente por ir embora, ficava dedilhando sobre meu telhado.

Sabe quando se tem um sonho maravilhoso e ao acordar no rádio toca uma música que é a trilha sonora do sonho? Às vezes isso acontece!

O que tenho na força do pensamento
me falta na ponta dos dedos.
E assim, vamos nos tornando cada vez mais incomunicáveis.

E o pão que se liquefez me faz pensar,
nas inebriantes tardes de domingo,
nos momentos de sorriso e de lágrimas,
do que um dia foi e não mais será.

Prefiro a luz da vela a luz da luminária.
Vejo teu salto no canto do quarto.
Pés pequeninos sustentam a leveza do teu ser.
Tua fotografia imóvel, mas de olhar sereno
Passa-me a tranquilidade de um anjo enamorado.
Transporto-me para além da obra,
Onde cada pincelada lembra-me a suavidade de tuas carícias.
Teu semblante ao dormir tem a pureza dos inocentes,
Um brilho que me atrai como a um inseto ávido por luz.

Os ipês amarelos continuam belos, sempre estarão.
Talvez o amarelo não seja mais como antes.
A cada passo da caminhada sinto as pernas mais pesadas.
Os sinais já não tão discretos em meu rosto e em meu cabelo me fazem perceber a marcha apressada e sorrateira do tempo,
Que vai me levando as lembranças, as vontades, as pessoas que amo.
A vela acesa para proteção nas viagens, pela proteção da alma e corpo, incandesce eternamente agora,
É a centelha que aquece meu coração, clareia minha mente e se tornou minha luz divina.

Tranquilidade

Eu sou a sonolência da tarde de domingo
Eu sou as nuances do pôr do sol
Eu sou a expectativa do fiel amigo
Eu sou a discrição do quarto minguante.

Eu sou a agitação das ondas
Eu sou a fixação do horizonte
Eu sou o desespero do sentenciado
Eu sou a chama entre os amantes.

O vento repentino de outono me assopra cantigas de ninar,
Faz-me perder no tempo, dos dias em que minha vida era completa,
Quando o alimento materno me nutria e sarava as dores de meu peito...

Para Sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

"O que ouço, eu esqueço.
O que vejo, eu lembro.
O que faço, eu entendo."

O sangue não é nada. O coração e o espírito fazem um sábio.

Enfim maio!
Os ipês rosáceos se preparam para o desabrochar, perdendo suas folhas e dando lugar a suas flores. Mas não são apenas Ipês-Rosas que florescem felizes em maio, há também a flor preciosa, a mais delicada flor de maio, que floresce uma única vez, num dia preciso de outono.
Seu perfume, sua beleza e doçura se dispersam ao sabor do vento,
inebriando a todos com o néctar de seus encantos.

Ovo, Criação Divina da Evolução!
Ela me tratava com remédios,
Eu a medicava com poesias.