Coleção pessoal de myllatabata
O Salto!
Eu Nunca concordei muito com muita coisa nessa vida. Nunca aceitei as coisas fáceis quando me diziam que não, quando eu achava que o certo era o sim. Mas de uma coisa eu sei! Nunca resolvi as coisas apenas por mim. Nunca dei um passo na minha vida, achando que eu poderia cair em um buraco ou em um precipício. Nunca fechei os olhos sem saber o percurso de cor e salteado. Nunca resolvi meus problemas pelo método cara e coroa. Sempre soube o que queria, modéstia a parte! Nunca troquei os pés pelas mãos. Nunca tropecei sem prever o tropeço, eu sempre soube que eu poderia tropeçar naquela pedra....mas eu fui la e o fiz! Sem nenhum peso a consciência. Sempre foi assim. Gosto de prever meus tropeços. Bobo é aquele que cai, e só depois que tropeçou, olha pra trás e enxerga a pedra de todo tamanho que deixou. Bom, nesse caso não tem mais jeito de voltar atrás, a pedra ficou pra trás. Quando você prevê o tropeço, você olha para a pedra, imagina as possibilidades do tropeço, as possibilidades de cair e se machucar, mas também as possibilidade de dar um salto, os centímetros precisos pra esse salto e o tênis preciso para esse determinado salto. Pronto! Você esta pronto pra decidir....Se vale a pena saltar, se vale a pena tropeçar ou até ficar ali, esperando a pedra sair do lugar, ou por uma chuva que um dia possa carregá-la dali. Nossa! Como eu sou FELIZ hoje pelas pedras em meu caminho! O que seria de mim sem cada um delas?
Tive momentos de ter que dar saltos que jurava não conseguir...era tão grande a pedra, que minhas pequenas pernas não eram capazes de me proporcionar o salto que eu precisava. Tive que treinar por meses...Treinava com pedrinhas pequenas, aquelas que freqüentemente dão a honra de sua presença. Treinei bastante! Fiquei fera...E modéstia a parte, hoje eu tenho orgulho de mim, orgulho de ter escolhido saltar, escolhido viver, escolhido tentar. De não ter tido medo de enfrentar, mesmo sabendo que a pedra era enorme, e que podia me fazer cair e me fazer sofrer. Todas elas me modelaram o que sou hoje. Enfim, se me fizeram cair? Várias vezes... alguns tombos maiores que os outros. Algumas decepções maiores que as outras, mas que me ensinaram...ensinaram tudo o que sei hoje, todas as certezas que tenho. De que você tem escolhas e você responde por elas. Que nem tudo passa (mesmo que muitos não concordem com isso), amigos, amores e sentimentos sinceros continuam...(o resto, concordo, passam...e rápido). Que autenticidade e coragem não se conquista, se tem. Que vale a pena viver cada obstáculo, mesmo sabendo que poderia ter dado a volta pelo outro lado sem passar por eles. Que saber viver não se aprende ao nascer e ser feliz e realizado são pra poucos, não é um dom que Deus sai distribuindo pra qualquer um!!
Morrer não dói!
"Morrer não dói, Viver dói muito!!
Morrer não cansa, Viver é extremamente cansativo!
Morrer não nos faz chorar, mas durante toda a VIDA, somos
capazes de encher milhões de baldes!
Morrer não nos faz sonhar, Viver se sonha e se realiza!
Morrer não nos ensina a viver, Mas Viver se ensina a morrer!!
As vezes se invertêssemos os papeis, entenderíamos que no final, a
morte é uma uma recompensa da vida,
Porque morrer não é difícil, Viver é muito mais...
Agora, morrer de amor?! Aí já é outra história... §
odeio fotos! Mas, pior que descobrir que não se conseguiu capturar a beleza e a verdade de um grandioso momento, é descobrir que isso nunca será possível....E isso me dói. "As fotos desvalorizam os momentos! Tive a ingenuidade de pensar que, se meus olhos tirassem fotos, as fotografias sairiam mais belas, me esquecendo do pigmento, do sentimento e da emoção de cada olhar. Poderia ser que a junção de fotos, com uma belíssima canção, e uma tentativa frustrada de descrever em palavras toda aquela experiência, diminuísse a precariedade delas!"
"É deixar o que já se construiu para construir mais, sem ter a certeza do alicerce que encontrará pela frente ou até mesmo se encontrará um solo firme para construir de novo! Não seria reconstruir, porque o que foi construído, não cai, não desaba."
"Mudança nos cobra coragem, coragem de construir mais e até mesmo melhor! Coragem para olhar pra trás e se certificar que o que construiu até agora foi o bastante para permitir que a sua ausência não faça tremer as bases da sua construção. "
"O que me entristece todos os dias ao acordar, é saber que o mundo é grande demais pra uma vida degenerativamente curta. Não consegui até hoje, entender essa lógica de Deus! Mas fico completamente agradecida e feliz com Ele, por ter me feito enxergar bem cedo, a necessidade de se correr contra o tempo! E o quão é gostoso e prazeroso fazer isso! Descobrir que o mundo é grande tão cedo e todo seu! Não sou uma pessoa viajada, conhecedora de culturas, de clima e vegetação e nem de bons vinhos. Muito menos sei jogar tênis ou xadrez! Não conheci um décimo das pessoas e dos lugares que quero conhecer. Mas, com o pouco que eu tive, me impressionei, sonhei, chorei, experienciei e vivi! Sem demasias, hoje eu sei que o mundo é grande! Não que eu não soubesse disso. Eu já sabia! Afinal, quem não sabe disso? Um menino de 7 anos de idade sabe disso! A primeira coisa que lhe é apresentado quando entra na escola é o mapa mundi, com seus milhões de países e cidades, estados e municípios! Ele não precisa saber muito, ou ser um gênio para perceber que o mundo é grande.
Sabe o que faz a diferença? Você sair de casa sabendo que o mundo é grande, mas você voltar tendo a certeza disso! E essa certeza faz toda a diferença. Sempre gostei de um texto de Amyr Klink que diz que “um homem precisa viajar. Por sua conta, não só por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. "
Admito que, em vários momentos de viagens fascinantes da minha vida, pela minha imaturidade de "menina mulher" de ainda 22 anos, sua beleza e grandeza me passou despercebida! Não por não enxergar, mas por não sentir. Não por não perceber aquela beleza, mas por não entende-la! As vezes por falta de sensibilidade ou pelo estágio de vida onde me encontrava naquele momento! Fui insensível e cega! Talvez daqui a alguns anos eu consiga chegar a sentir ou a entender a beleza merecedora daquele lugar, daqueles lugares... Me emburreço um pouco com isso, queria sentir tudo naquele momento! Queria poder viver tudo, em todos os ângulos, em todos os aspectos e em todos os estágios! Estar ali, e conseguir sentir o lugar como um poeta, como uma mulher, como um homem, como uma menina, como uma criança... Essa é a verdadeira beleza das coisas! Não precisei de muito tempo pra descobrir isso, confesso! Não por ser esperta demais, ou inteligente demais não, mas por ter vivido momentos em minha vida que como diria Jucelino, 50 anos em 5!"
"Momentos! Momentos são relances! Relances de felicidade, relances de tristeza, de medo, de coragem. Momentos são eternidades momentâneas. Nando Reis descreve claramente a grandeza de um momento em um verso de sua canção. “ eu trocaria a eternidade por essa noite”. Queria ter a sutileza de descrever um momento. Não qualquer momento, mas aquele momento em que você não se importaria de revivê-lo pelo resto da sua vida. Descrevê-lo como uma lágrima descreve uma tristeza e como a mesma lágrima pode descrever a felicidade. Insensível aquele que ao ver a lágrima escorrer, tem a frieza de se perguntar se são lágrimas de tristeza ou de felicidade. É tão obvio, tão perceptível, tão transparente e claro, que é indiscutível o sentimento atribuído àquele momento!
Queria poder me expressar dessa maneira. Transparente e fiel ao momento! Cada segundo transformado em momentos! Segundos esses que me fariam viver uma experiência inteira. Não me importaria dar-lhes minha vida, pois eles bem me valeriam ela!
Descobri que odeio fotos! Mas, pior que descobrir que não se conseguiu capturar a beleza e a verdade de um grandioso momento, é descobrir que isso nunca será possível....E isso me dói. As fotos desvalorizam os momentos! Tive a ingenuidade de pensar que, se meus olhos tirassem fotos, as fotografias sairiam mais belas, me esquecendo do pigmento, do sentimento e da emoção de cada olhar. Poderia ser que a junção de fotos, com uma belíssima canção, e uma tentativa frustrada de descrever em palavras toda aquela experiência, diminuísse a precariedade delas!
Mesmo assim, ainda não seria eficaz, não conseguiria chegar perto do momento experienciado! É por isso que amo livros! Eles são diferentes das fotos. Descrevem o momento detalhadamente e cuidadosamente. Eles o levam até o momento, e quando se da conta, você já se lambuzou, e saciou toda a sede que tivera. Consegue-se sentir o gosto do vinho na boca, o ritmo da música, o ruído do vento!
Admiro aqueles que o conseguem fazer. Eu não consigo! E isso me mata por dentro. Queria poder cuspir, arrotar, vomitar, aquele momento, aquele dia, a minha experiência... Mas, só os poetas o fazem bem, o resto escreve."
Odeio Despedidas
"Odeio despedidas. Não pelo fato de ter que agradecer e demonstrar a enorme gratidão pelos que ficam, muito menos pela parte que você deixa claro ou tenta deixar estampado tudo aquilo que sente pela pessoa que está se despedindo. Não por isso! Essa é a melhor parte. Na verdade acho que não deveríamos esperar chegar o dia da despedida para dizer essas coisas, até porque, muitos vão e não voltam mais e outros nem a oportunidade de se despedir encontram antes de partir. Nós seres humanos somos perfeitos bobos! Esperamos o pior dia para falar sobre as melhores coisas. Aí pronto, vira aquele mar de sentimentos! Sentimentos de alegria misturados com nostalgia e com a dor da perda daquela pessoa que ainda nem se foi. A vontade mesmo era de ficar no conforto dos objetos familiares e da vida previsível, na sombra que nos dá as pessoas que amamos e que nos amam, afinal, já está tudo conquistado, o território é seu e o seu lugar já está guardado, é só viver! Acordar cedo e continuar de onde parou no dia anterior.
Mas admito... Tenho um grande defeito! Odeio Rotina! Os mesmos cheiros me cansam, o mesmo sabor...! Acho que é por isso que brinco com as variedades dos perfumes...
Gosto de me apaixonar todos os dias, seja por alguma coisa, por um alguém e especialmente por mim. Adoro conquistar e ser conquistada! Entretanto, o meu odiar da despedida não é por isso...Não é pelo comodismo de uma vida pacata, cheia de amigos e família ao redor. Não é pelo medo de perder as conquistas e toda a realização que tenho hoje em minha vida. É pelo simples fato de ter que deixar... Nós seres humanos somos extremamente ligados às coisas, sejam elas materiais ou pessoais.... A despedida gera a "deixa" da casa, da cama, do trabalho, dos amigos, da família. Mas o que mais me incomoda não é a casa, a cama, o trabalho ou a família! É o sentimento... É o sentimento que a casa me proporciona, o sentimento que o trabalho me proporciona, é o sentimento de ser filha e ter o colo da mamãe, de ter uma Vovó linda e ser a netinha de “açúcar” , de ter a família mais perfeita do mundo.... e ter que deixar....
É o sentimento de ser feliz... que uma amizade me traz, ou a presença de um alguém que se tornou tão importante por dividir comigo os dias de uma simples rotina, que hoje, é parte da minha vida, e eu sei, que vai ser difícil deixar... É deixar o que já se construiu para construir mais, sem ter a certeza do alicerce que encontrará pela frente ou até mesmo se encontrará um solo firme para construir de novo! Não seria reconstruir, porque o que foi construído, não cai, não desaba.
A mudança nos cobra coragem, coragem de construir mais e até mesmo melhor! Coragem para olhar pra trás e se certificar que o que construiu até agora foi o bastante para permitir que a sua ausência não faça tremer as bases da sua construção. Cobra-nos a esperança de que ao voltar, tudo permanecerá no seu lugar; claro, muitas plantinhas murchas precisando ser aguadas, mas outras intactas com o olhar focado na porta desde a sua partida a espera da volta, convicto de que nada se perdeu durante a sua ausência, que o sentimento não se foi, pelo contrário, se intensificou, mesmo sabendo que ao voltar, tudo estará meio igual e meio diferente, porque já não seremos mais as mesmas pessoas...
Dói ter saudade, porque "a saudade não deseja ir para frente. Ela deseja voltar" (Rubem Alves). Acho que é por isso que muitos não se despedem, por ter medo de querer voltar. Meu medo não é esse! Gosto do ditado que diz “que o bom filho (SEMPRE), à casa torna”. O meu medo, meu grande medo é de ir sem me despedir direito. De deixar dúvidas do meu carinho e gratidão pelas pessoas que eu gosto e amo e que participaram ativamente da construção da minha felicidade hoje (que é muita!!). Pois a felicidade aparece para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam em nossa vida. (grande Clarice Lispector)
Bom, admito, deveria ter feito isso antes, eu sei, mais ainda bem que tenho 22 anos (fiz recente....rs), tá em tempo...Mas é difícil entender o porque das coisas acontecerem no tempo e momento que acontecem... Momento em que tudo está perfeito... família perfeita, amigos perfeitos, um trabalho perfeito... Deixar por que...? Porque o meu sonho ainda não está perfeito...
Eu sei, é querer demais, querer entender tudo que acontece em nossas vidas – tenho esse defeito, tentar entender os porquês, as coincidências e-ou Destinos (o que preferir). As pessoas que entram em nossas vidas, as escolhas e oportunidades que entram e saem de nossas vidas, que cabe a nós, percebê-las, escolhe-las e agarra-las.
Acho que no final, o segredo está em fazer... Fazer tudo o que se pode nessa vida... até poder, porque pode ser que amanhã não se pode mais. Arrepender? Essa palavra foi retirada do meu dicionário a partir do dia em que uma pessoa (muito) especial me disse que “é raro a gente se arrepender do que se fez”... Sinceramente não me soou bem inicialmente, mas parei, pensei... e depois disso percebi o quanto ela foi feliz no que disse. Só errou na palavra “raro”. Descobri, depois de pensar muito, que em minha vida (conhecimento de causa), não houve mesmo, nada que me arrependi de fazer. Até a maior das minhas loucuras...me orgulho dela....ou delas. Faria tudo de novo, e até mais! Pois foram elas que modelaram o que sou hoje, foram elas que me trouxeram até aqui... Me fizeram ser o que sou, e o que serei, se Deus quiser... Faça! Você só se arrepende do que não fez, e quando vierem as conseqüências, agradeça... Pois, afinal, o que seria uma vida sem conseqüências... sem obstáculos e sem os problemas para te trazer alívio no final?! São eles que dão sentido a vida, são eles que dão mais brilho e mais valor ás conquistas. A vida sem obstáculos seria uma vida sem meio, porque os obstáculos, os tropeços dão rumo ao caminhar, (ou até tiram). Ele muda o percurso, faz e refaz, constrói e reconstrói tudo de novo, várias vezes se for preciso. Ele que nos faz escolher caminhar pela direita, ou pela esquerda, ou até parar e estagnar, com medo de caminhar. É preciso do meio, pra se ter um final. O fim é dependente do meio.( por isso nunca queria ser o fim... rs) Queria ser o meio, e o meio é o obstáculo, que dá liga ao início e ao fim. A vida sem os obstáculos seria igual aqueles livros que começamos a ler e não nos entusiasmamos tanto, mas ainda esperançoso, folheia o livro até o final e lê a ultima página, e com essa ultima página você entende o livro todo... porque ele não teve meio, o meio não foi importante, se eram verdes ou brancas as páginas, você não sabe, porque pra você eram só páginas....Quanto às emoções, os sofrimentos, os momentos fascinantes, o frio na barriga, as experiências.... Não houve! Porque essa parte está no meio do livro, está nos obstáculos..."
"Eu não sei o que eu quero. Eu sei que quero. E não quero muito e nem quero pouco. Porque o pouco eu já tenho e muito é pouco pra mim. E eu quero mais. Não quero reviver. Eu quero viver o novo, quero viver o irrepetível! eu quero descobrir, quero encontrar, eu quero viver mais. Eu quero desvendar, desbravar, ultrapassar limites... Quero o diferente, o louco, o amedrontador, o impossível! Não quero o mesmo. Não quero o alcançável e nem o obvio. Gosto de profundidade, gosto do escuro, gosto do tentador. Gosto das caminhadas mais longas, dos pisos mais escorregadios, dos mares mais profundos, dos picos mais altos! Gosto de arriscar, de tocar o improvável, de encontrar o inabitável. Eu quero muito...eu quero o meu avesso! Não me venha com pouco... não me contento nem com o muito, quem dirá com o pouco, com o mais ou menos, com o possível! O meu desejo vai além! Além do meu imaginável. O imaginável é previsível! Eu não quero a sombra, eu quero o sol! Quero o quente, quero o frio...nunca o morno! Porque morno?? O morno me da vômito!!"