Coleção pessoal de morencyneto

Encontrados 12 pensamentos na coleção de morencyneto

O tempo, perverso como sempre, passou!
Distorcidas, as lembranças que ora eclodem
Ecoam na alma que se esgueirou
Tentou se acostumar à sua desordem.

E quanto ao cenário do rosto que sorria?
Mostrava toda a beleza da Terra.
Ao olhar para ele sentia sobrepor a seu medo uma apatia,
Que venceria a mais tormentosa guerra.

Na incerteza de tudo o que há, ele pairava
Queria conseguir entender para lutar, sentir para crer
A ignorância, com uma facilidade covarde, o driblava.

No fim, o silêncio acabou sendo seu melhor amigo.
Lobo acostumado ao próprio instinto,
Deixou que o mesmo tempo perverso fulminasse seu castigo.

A vida é essa contante troca de cenários. Eu ainda tenho essa fraqueza. Aceitar mudanças. Não de casa, não de cidade. A mudança que me desnorteia é a das pessoas. Que bom seria se todas continuassem como aquelas que ainda habitam nas minhas memórias, rindo, brincando, correndo. Sem mágoa. Sem intriga. Sem fofoca. Talvez as pessoas matem muito sua essência quando crescem. Talvez olhem muito para si e menos para os companheiros de jornada. Minha fraqueza ainda é essa: Quanto o vento da mudança sopra, eu ainda me seguro para não sair voando, ao invés de construir meu moinho de vento.

Amizade não se cobra? Depende do que você entende por amizade... Depende do que você entende por cobrança.

Para mim, a amizade é como uma planta. Quanto mais antiga, maiores são suas raízes. Isso não muda o fato de que todas precisam de cuidado, atenção e presença. É por isso que devemos regar as plantas para que elas não morram.

De certo que as mais antigas possuem raízes mais fortes e não precisam serem regadas com a mesma frequência que as novas. Entretanto, mesmo as plantas antigas morrem se ficarem longos períodos sem a atenção necessária.

A cruz que você carrega pode parecer maior que a do outro, não quer dizer que você esteja em desvantagem. Muitas vezes quem carrega uma 'cruz menor' tem ombros menores que os teus.

Deve ser muito triste viver sendo indiferente aos outros. Porque quando você tem raiva, querendo ou não, é porque você se importa com alguém, mas a indiferença é a essência da desumanidade.

Se tem algo que ficou na minha mente em decorrência do que aprendi na faculdade de Direito (e que tento aplicar no meu jeito de ser) é que todos nós sempre podemos estar errados, ninguém é dono da verdade.

Muitas vezes existem várias verdades, depende de quem vê, de quem ouve, de quem vive. Presuma sempre que a sua posição, por mais que te pareça certa, pode ser uma tremenda estupidez. Isso nos faz mais tolerantes, mais humanos.

Melhor do que estar sempre certo, é estar sempre disposto a evoluir.

Eu costumava ficar com raiva quando alguém agia com ingratidão, mas parei porque isso não resolvia a situação e só me deixava mal.

Eu costumava procurar as pessoas que eu gosto, mas como não havia procura delas por mim, parei de procurar também.

Eu era do tipo que quando via um amigo apertava a mão e dava um abraço forte e quando via uma amiga dava um abraço e um beijo forte, mas como eles(as) não pareciam confortáveis e nem recíprocos com isso, também parei.

Eu costumava me doar a qualquer pessoa que me pedisse um conselho, uma ajuda, uma conversa no portão de casa, mas percebi que não podia esperar dessas pessoas o mesmo empenho que eu tinha, então limitei minha solidariedade.

Eu já sacrifiquei muitos programas que gostaria de ter feito para fazer companhia a alguém, mas percebi que isso era sempre considerado muito pouco, então parei de esperar reconhecimento.

Eu já fui aquele cara que era o único que restou para uma pessoa se aconselhar quando estava com problemas, sejam financeiros ou amorosos ou de qualquer natureza, mas depois de um tempo percebi que quando a pessoa supera a fase difícil, se esquece de quem ficou ali com ela, então parei de me importar.

Eu já fui aquele cara que mergulha de cabeça e hoje entro pela escada. Em muitos sentidos.

Após alguns anos, colecionando essas reações, percebi que a única coisa que fiz foi me tornar um ser humano pior por querer que os outros me considerassem tão importante quanto eu os considero ou já considerei.

Estúpido, não?

Ainda bem que estou voltando a ser eu mesmo, tentando não esperar nada em troca.

Talvez isso seja a tal maturidade... Ou não!

Talvez algumas pessoas nos entendam como muletas, precisam muito da gente por algum tempo, mas quando se recuperam, simplesmente voltam a caminhar sem nós.

Alguns anos atrás Natal me deixava feliz não pelos presente e pelas comidas (isso também rs), mas o que me deixava feliz era o clima em que quase todas as pessoas próximas de mim (amigos e conhecidos) entravam... Desejando o bem, sendo mais amáveis comigo e com todo mundo... Da mesma forma, a visita de toda a família endossava essa sensação boa de que as pessoas gostam de estar juntas...

De um tempo pra cá percebi que tudo isso se resume em uma só palavra: PRESENÇA.

E é por isso que hoje em dia, apesar de ainda gostar do Natal, ele não tem mais a mesma mágica de outrora. É que eu passei a perceber que essa presença (tanto da família, quanto dos amigos e conhecidos) poderia acontecer os outros 364 dias do ano também.

De qualquer forma.. Feliz Natal! Que todas as pessoas que você ama estejam sempre presentes, ao menos em sua memória e coração.

Ilusório

Quando era criança e viajava no banco de trás do carro, eu acenava para o motorista do ônibus só para que ele piscasse o farol e me divertia com isso, coisa de criança, alguns diriam.

Será que as crianças é que vivem num mundo de ilusão? Será que na verdade a realidade delas não é apenas mais feliz e simples do que na fase adulta?
Dizem que as crianças vivem no mundo dos sonhos, do faz de conta, mas o que eu mais vejo na vida é gente que se ilude, gente que faz tempo que deixou de ser criança, mas mente pra si mesmo e vai tocando a vida "real" como pode.

Será que não somos nós que vivemos num mundo ilusório?

Acho que as crianças são sábias em alguns aspectos, se não gostam de alguém elas falam na cara da pessoa! Sem conversinha. Se é seu amiguinho do colégio e você gosta, você abraça, vai pra casa dele jogar videogame, justifica sua amizade... E nós? Como justificamos o que sentimos?

Quando você está saudade alguma pessoa querida, você liga pra ela? Vai vê-la? Ou a vida "real" que você tem agora não te deixa tempo para isso?

Ilusória pra mim é a vida. Ilusório para mim é o querer bem, porque ele não deveria terminar assim, em si mesmo, como frase feita. Querer bem é ter afeto.. Gostar.. Se sentir feliz por aquele outro alguém estar dividindo o mesmo ambiente que você e nada além disso... Se fazer presente, mesmo sendo difícil.

Querer bem como uma criança quer bem quem brinca de carrinho com ela.

Na sua vida adulta, quantas pessoas você diz que quer bem e quantas você realmente emprestaria o seu carrinho favorito?

Quando somos criança sabemos bem quem é amigo e nosso maior crime é roubar brigadeiro em sua festa de aniversário antes do parabéns.
Depois que os anos nos forjam com as adversidades da vida, parece que as pessoas não sabem mais quem são aqueles amigos de outrora e o maior crime passa a ser não se importar com isso.

A criança é aquela que ganha um jogo novo e já arruma um jeito de convidar os amigos para dividir esse momento. O Adulto é aquele que ganha um aumento no trabalho porque abriu mão até mesmo daqueles 5 minutos de almoço que poderia ter mandado um oi para seus amigos, porque preferiu trabalhar um pouco mais... Sabe como é.. Para poder "viver a vida de adulto".. Adulto que, por considerar que já afirmou que era amigo alguma(s) vez(es), concluiu que não precisasse mais se fazer presente.

Ilusório para mim é crescer e perceber que se importar é "coisa de criança".

Quem diz 'Sou o que sou', 'quem gosta de mim me aceita do jeito que sou' não está sendo rebelde e nem "cool". São meras desculpas de quem não busca evoluir como ser humano. Trata-se apenas de uma pessoa medrosa ou preguiçosa demais para tentar sair de sua zona de conforto.

Sou daqueles que se importa mais com quem está junto à mesa do que com a marca da cerveja sobre ela.