Coleção pessoal de monicaermirio

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Eu preciso do teu cheiro. Eu preciso da tua voz. Eu preciso do teu silêncio, mas sabendo que você está ali. Eu preciso do beijo na testa que você me dá antes de se ausentar por dois minutos. Eu quero te ouvir falar dos teus projetos. Teus problemas. Tuas dúvidas. Quero não falar nada quando você segura minha mão enquanto dirijo. É muito bom o nada, o silêncio que a gente faz. É bom apenas estarmos juntos. Quero meu amigo, meu parceiro, meu brother, meu amante. Eu quero piscar pra tu com meus cílios gigantes e tu piscar pra mim com os teus gigantes e originais de fábrica. Quero ouvir você ressonando e fingir que não tava pegando no sono. Sim, vou ressonar um pouco mais alto que você. Eu preciso do teu beijo. Aquele que pára o relógio, o que faz meu coração, de verdade e sem ser apenas figura de linguagem, bater de um jeito diferente. Quero fazer amor pra dormir e acordar feliz por te sentir ao meu lado. Não pensei que me aninhar junto a você seria tão bom. Quero nossas conversas sem fim. Sobre tudo. Por horas à fio. Quero aprender contigo e espero ter algo de novo pra ensinar. Quero te chamar de "minha coisa linda" e ouvir um "coisa fofa" de volta. Quero o amigo incrível que você é, quero o irmão fantástico, quero o profissional dedicado e competente, quero o neto, o sobrinho, o filho maravilhoso que eu sei que é você. Quero todos esses segurando minha mão, em silêncio ou não. Mas quero todos esses com todas as dificuldades, barreiras, diferenças, medos...quero todos esses ao meu lado. Construindo o que, ainda não sei. Só sei, que tenho a leve impressão de que não desistir de tu, de continuar insistindo em nós, não vai me fazer me arrepender. Quero teus defeitos. Porque vão combinar com os milhares que eu tenho. Quero só zerar e tentar seguir. Porque pensar em não te ter por perto já dói como se você já tivesse partido. Não quero mais colocar sentimentos em balanças. Eu quero o "nós" que a gente sabe ser tão bem, apesar das diferenças. Eu quero as diferenças. Ah...vivo sem tudo isso aí de cima, mas vai ser mais divertido se eu tiver tudo isso nos meus dias.

Não. Eu não aprendi a ser mocinha, gostar de rosa e passar batom. Não cresci aprendendo a gostar de maquiagem, moda e nem sapatos. Não fui criada pra ser doce, mulherzinha mesmo e nem frágil. Nunca fui incentivada a ser menina a ser mulher de verdade. Nunca fui de arrumar os cabelos, brincar de ser princesa, ter paciência pra viver em salão de beleza. Nunca aprendi a ser uma menina normal. O que fazem as meninas normais? Nunca consegui ser uma menina normal. Meninas normais gostam de rosa, de laços, de fitas, de bonecas, de maquiagem, de cabelo arrumadinho, de sapatos. Meninas normais são sensíveis, delicadas, femininas. Nunca me vi assim. Não aprendi a ser assim. Meninas normais namoram, ficam noivas, casam, constroem famílias, cuidam dos seus. Meninas normais vivem vidas normais. Meninas normais fazem coisas de meninas normais. Meninas normais aprendem desde cedo a dar carinho, a receber carinho, a se dar aos amigos à recebê-los. Meninas normais têm manias, frescuras, sentimentos. Não aprendi a ser e nem a fazer nada disso. Meninas normais são incentivadas, encorajadas, apoiadas, cuidadas. Meninas normais são instigadas a buscarem seus sonhos. Tanto faz se os sonhos são de casar ou se ter uma profissão. Mas, são acolhidas e orientadas. Meninas normais tem dúvidas, receios, fraquezas. Mas geralmente, essas meninas, tem ombros para chorar, mãos para segurar e palavras carinhosas para ouvir. Alguém que as proteja, não critique, que as encoraje. Acho que estou longe de ter sido uma menina normal. Gostaria de ter sido uma menina normal. Meninas normais, quando caem, quando erram, só querem que alguém olhe em seus olhos e diga: - Isso já aconteceu comigo. Vai passar. Estou aqui. As que não foram meninas normais também.

08/06/16 - 22:48

"...Porque antes, já havia sido revelado e mesmo sem saber, há muito tempo, eu procurava e esperava por esse abraço."

"Já sabia a força e o calor que ele tinha. Já sabia que, a partir dali, Eu, não saberia de mais nada. Só sentiria."

Nao quis mais ver, deixo pra trás tudo o que me prendia e me afastava de você. O abismo virou ponte, que me trouxe até aqui.

Quis deixar velhos costumes. Quis receber o que havia pedido, havia procurado, havia esperado. Esperei por tanto tempo que nem lembro da última vez que te abracei. Só sei que já havia estado em teus braços até o dia em que me perdi e fiquei apenas com a lembrança e com a procura cega, sem saber que era você quem eu esperava.

Abandone velhos costumes, velhos preconceitos, deixe entrar e abrace a vida que está lá fora, doida pra acontecer.

Tua frieza me congela o coração. Sinto um frio na alma, frio que em nada se parece com o calor do teu abraço.
Não te conhecia, te reconheci. Acho que nunca soube o que você queria, quem era você. Chegou com força, forte. Beijou meus olhos. Beijou meus olhos e fez carinho na minha alma. Prometeu cuidar. Quis mudar, me mudou. Despertou o que, há muito tempo, eu não queria sentir. E senti. E foi bom. E me fez sentir bem, viva. Despertei. Quis sentir, quis viver, quis querer. Quis que o tempo parasse, quis voltar no tempo, quis ter mais tempo, já que o tempo foi o abismo que nos separou. Ah, quanto tempo esperei. Quanto tempo esperei, mesmo sem saber. Só sabia que chegaria, mas não sabia que seria tão forte e tão rápido assim. Me mudou. Me fez ter certeza de que estou viva e que cada minuto é precioso. Pena ter me ensinado tudo isso e não ter apreendido e nem sentido nada.

Não sei explicar o porque? Nem
Quando? E muito menos pra que? Só sei que você não pediu licença e sem
que eu esperasse você já havia conquistado um lugar que não estava disponível. Mas, que se tornou seu.

Foi rápido. O tempo de um abraço. Tudo bem, foi um abraço mais apertado, mais longo. Mas era pra ser apenas um abraço como tantos outros dados em tantas outras pessoas naquela noite.

Não sabia que o caminho de volta seria longo e nos perderíamos tentando achar a saída. Não sabia que um abraço, um simples abraço poderia me fazer perder o caminho.

Um abraço que acalmou, me fez encontrar abrigo, me fez reviver sentimentos que ha muito havia perdido. Sentimentos que não mais queria sentir. E senti. Dentro daquele abraço coube tanta coisa, encontrei tanta coisa que não sei nem onde guardar.

E como guardar? Onde guardar? Como esconder e esquecer o que despertou? Como me convencer que o melhor é renegar, que o certo é abrir mão, que a partir de hoje é errado?

Afinal, o que é errado? Despertar algo que não se pode viver? Ou viver algo que não poderia ter sido despertado? "A boca fala do que o coração ta cheio." "A gente só dá o que tem!" E o que eu faço com tudo isso que teremos que guardar, aonde eu não sei...só sei que bem longe dos olhos e do coração.

Faz assim. Volta no tempo, não me abraça, não beija meus olhos, que dai, talvez eu não me apaixone, talvez eu não te ame. Mesmo estando escrito e o encontro marcado. Tenta. Talvez eu não queira, eu não sinta. Tenta. Talvez a gente não se reconheça. Tenta. Porque eu já não consigo mais nada.

Feche os olhos. Conte até 60. Esse foi o número de vezes que acordei pensando em você.

Quando acordei a primeira vez com esse pensamento, não imaginava que ele faria parte dos meus dias. Não imaginava que faria parte de mim.

Todos os dias, antes de fechar os olhos pra dormir, pensei em você. Pensei em nós. E pensei: como pode ele já fazer parte do meu eu?

Somos dois. Quando estamos juntos nos tornamos um. Mas, nos teus braços sou quem eu queria ser. Não porque te encontrei. Mas porque contigo eu me encontrei.

Todos os dias quando abro meus olhos, tenho ainda mais certeza de quem eu quero ver e de quem eu quero ser. Quero ser sua.

Quero ser sua, mas não ser tua prisioneira. Quero a liberdade de te amar, assim como quero que me ame por querer, por ser, por estar livre pra escolher. Pra me escolher.

Eu poderia estar, agora, em qualquer lugar do mundo, em qualquer outro abraço, mas escolhi me abrigar no teu peito, escolhi olhar no teu olho, ganhar os teus beijos. Escolhi amar você.

Hoje eu chorei.
Hoje chorei por você.
Hoje não consegui segurar e chorei.
Hoje a saudade doeu mais.

Hoje, diferente das outras vezes, não segurei as lágrimas.
Chorei.
Senti molhar meu rosto.
Quis controlar meu pranto, mas não deu.

Chorei de saudade.
Chorei com muita saudade.
Chegou a doer em mim.
As lembranças e a distância me torturam.

A distância é grande.
A saudade, maior ainda.
A vontade, nem se fala.
A ausência é dolorida.

Hoje está doendo mais do que o costume, apesar de eu não me acostumar. Me recuso a acostumar. Não está nos meus planos acostumar.

Lembro a primeira vez que te vi
Corredor comprido, olhar comprido. Não sabia que duraria uma vida inteira.

Única e primeira vez. A primeira dentre muitas. Mundo novo, gosto novo, tudo novo. Era você, era eu, foi um "nós" que quase deu um nó.

Idas e vindas. Cabeça rodava, coração acelerava. Sensação de sempre. De vida toda, de outras vidas. De pertencer desde muito.

Zig zag na minha vida. Mudou a direção. Me fez ultrapassar meus limites, me deparar com quem eu realmente queria ser. E não fui.

Amor que me tomou. Me preencheu, me acendeu, me mostrou. Sentimento diverso, que virou verso e rima e prosa de uma história real.

Foi amor. É amor. Sempre será

Queria ter a liberdade de pensar o que eu quiser. De sentir o que eu quiser. De falar o que eu puder. Escuto muito e procuro falar pouco. Escuto muito, tanto, que às vezes penso pouco. Sentir o que eu quiser, o que tenho vontade de sentir, me faz falta.
Me sinto presa dentro de mim, com as minhas ideias, dos meus sentimentos, das minhas vontades.
Queria ter a liberdade de decidir o que é melhor pra mim. De sonhar e gostar de sonhar e gostar dos meus sonhos e dizer que sonho e não ser criticada, impedida, desencorajada. Queria ter coragem para ter coragem de dizer que minha coragem é maior do que meus medos. Mas plantaram em mim ervas daninhas difíceis de arrancar. Vivem regando.
Queria ser ouvida com atenção. Ouvida com doçura, compreensão. Gostaria muito, pelo menos de vez em quando, de ganhar colo. Mas colo de verdade. Sem julgamentos, sem perguntas, só pela vontade, de quem fosse me dar colo, de ser importante da forma como se deve ser. Queria sorrisos. Queria a certeza de que tudo ficará bem; Deus proverá! Queria mais fé na vida, fé no homem, fé no que virá. Queria menos cara feia, menos pessimismo, mais entusiasmo, mais pé no chão e cabeça no lugar. Queria ter levado uma vida normal. Não uma vida fácil. Poderia ter lá seu grau de dificuldade. Mas que a vida e seus personagens fossem normais. Não precisava ser como na novela das seis ou como as pessoas do comercial de margarina. Não. Só que fossem de carne e osso e compreendessem que eu queria ter a liberdade de pensar o que eu quiser. De sentir o que eu quiser. De falar o que eu puder. De seguir meu coração. De fazer as coisas do meu jeito. Pois eu sei fazer.
Queria ser tratada com respeito. Carinho. Atenção. Queria não sentir angústia por querer essas poucas e simples coisas. Queria simplesmente pouca coisa. Coisa pouca. Quase nada. Coisa tão simples que o dinheiro não poderia comprar e muito menos mandaria buscar.

31/05/16 - 2:29 a.m

Você é meu ponto final e foi de onde eu parti pra essa nova fase da minha vida. Da forma como comecei em seus braços, quero permanecer agora. Em seus braços.

Não quero dar espaço para reticências. Meu ponto, esse ponto me basta. Quero prosseguir a história, mas nela, já sei que tem um ponto final. Porém, antes deste ponto, ainda tenho muito o que escrever. Minha história é longa, é de amor, é romance épico, é de verdade. O ponto só impede que outras histórias se misturem, aconteçam, me tirem do contexto.

Quero escrever sobre nós dois. Quero batizar meus personagens. Quero escrever essa trama, esse drama, que se enlaça, afrouxa o laço, se enrosca, e foge, e nega, e esconde, e brinca de não querer.

Quero diálogos intermináveis, e beijos cinematográficos. Quero falas curtas e beijos longos que durem uma vida toda. Esperei a vida toda por esse beijo, esse arrepio que me faz querer beijar. Por isso não te olho nos olhos. Eles dizem tudo o que eu calo. Sim, tenho muitas coisas para te falar.

Se tiveres algo para me falar, fala. Senão, cala.
Se não quiser escutar o que realmente tenho a dizer, não pergunta.
É muito amor contido em minhas palavras, mas não quero te contar esse segredo. Respeita. Ou então, me desrespeita, se for forte o suficiente para me amar e se entregar.

Quero velar teu sono, te ver dormir. Quero afastar teus medos, anseios, receios, teu pensar. Não pensa. Ou se pensar, age. Não pira, ou se pirar, arde. Não demora, mas se demorar, nunca é tarde.

Na minha bagunça me encontro.
Nos meus livros, descobres o que quiser sobre mim.
O que leio me traduz, me orienta, me impulsiona, me coibi.

Não tente ler meus pensamentos.
Não busque o meu olhar se ele não quiser te olhar.
Busque meu olhar apenas quando eu não tiver coragem de te dizer o que sinto.

Sinto tanto que transborda.
Sinto tanto que sufoca.
Então sufoco o que sinto.
Sinto que me sufoca os sentidos.

Na minha bagunça me encontro.
Nos meus livros posso ser o que eu quiser, menos o que eu realmente quero ser.
Quero ser música, mar, teu ar. Quero te olhar e me encontrar.

É uma busca louca. é uma fuga louca sem sair do lugar.
É uma certeza de querer ser, querer estar e me encontrar em qualquer lugar, menos aqui, menos aí.

07/05/16 - 13h15

A saudade já não é o suficiente para me fazer esperar.

Pela manhã não tem bom dia. Nem beijo de bom trabalho. Uma grande conquista no meio da manhã não pode ser compartilhada. No almoço, faço o que eu quero. Não tem quem faça um pedido especial, de um prato favorito. Nem sei qual é o prato favorito.

A tarde segue tranquila por fora, e caótica por dentro. Desde que fui dormir, na noite da segunda feira retrasada,(hoje é sexta) que sinto sua falta. Já estava sentindo isso há vários dias, mas agora pareceu piorar. Então a tarde, mais uma vez parece vazia.

O celular não toca, a não ser pelos grupos do WhatsApp, que desejam e festejam, como desvairados, a chegada do final de semana. Final de mais uma semana esperando, aguardando, deixando apenas passar.

A saudade já é maior do que o que eu sinto. E deveria ser diferente. Mas não é. A saudade parece ser a única companhia. A única coisa que ainda nos liga, que ainda te mantém vivo. Até quando? A saudade já não é o suficiente para me fazer esperar.

29/04/16 - 17h37

Precisa ser recíproco

Não é que eu não te ame, ou que eu nunca tenha sentido nada. Pelo contrário. Senti tanto, que passei da conta. A conta não batia, o cálculo não fechava, nada era exato, concreto, inteiro, de verdade.

Não me culpe por ir. Pois não te culpo por não ficar. Só não dava pra continuar retribuindo o que eu não recebi. Precisa ser recíproco, sabe? Não pode ser metade, pedaços, migalhas. A conta não fecha desse jeito. Não pode ser por acaso, se der, se vê. Precisa ser porque quer, porque precisa, porque não precisa, mas quer. Não te culpo pelos medos, pelas dúvidas. Mas não tenho culpa dos teus medos, teus erros e tuas dúvidas. Preciso de alguém inteiro, que esteja aqui mesmo que não esteja, de fato. Preciso sentir e fazer sentir a vontade de ser do outro. De estar com o outro. De fazer diferença na vida do outro.

Não se desespere. A vida não facilita. Não facilita justamente pra testar e por à prova nossa vontade. Livre arbítrio. A vida não admite metades, exige coragem, exige querer. A vida só quer nos colocar no caminho certo.

Não te culpo por não saber por onde caminhar. Não me culpe por não te dizer que caminho deves seguir. Também me encontro perdida. Apenas com uma certeza...quero ser inteira pra mim e pra quem quiser me completar.

29/04/16 - 11h57

Não se apegue as coisas bobas. Se ele apenas te faz sorrir e não te faz chorar, algo está errado. O amor não é perfeito, tem contra-indicações: dar dor de barriga, falta de sono, de apetite, ansiedade, boca seca, acelera o coração, causa tremedeiras pelo corpo, suor frio e uma vontade danada de beijar na boca.

Que sorte a sua! O amor te escolheu! Alguém dorme e acorda pensando em você. Passa dias imaginando o que vai te agradar. Que sorte a sua. Existe alguém que faz planos mirabolantes para ser feliz, e o melhor de tudo, te inclui neles. Você deve ser alguém de muita sorte. Não te magoar é a maior meta, embora a recíproca não seja verdadeira. Existe alguém, que nesse exato momento, sente calafrios lembrando do último beijo. Não poderia ser diferente. Para alguém, esse beijo, o seu beijo é o que encaixa, o que tem sabor, o que tira o fôlego, o que acalma, o que faz chorar de emoção, o beijo que se espera beijar. É muita sorte mesmo ter alguém esperando o dia em que você vai precisar do ombro, do colo, da mão, do abraço, do olhar, do carinho e do cuidado que uma pessoa pode querer. Sorte mesmo é saber que existe alguém assim tão entregue e disposta a te amar. É muita sorte mesmo ter alguém querendo teu mal humor, teus defeitos, tua falta de tempo, tua memória fraca e tuas desculpas esfarrapadas e teus medos. Sorte ainda maior é existir uma pessoa te querendo tanto e não esperando nada. Não esperando nada e só querendo uma coisa, além de você. Que você seja feliz sabendo ou não que é alguém de muita sorte.

Saudade é dor física, palpável, é sólida, incomoda. Saudade tem tamanho, forma, direção, endereço. Saudade é quase como um ser que nos acompanha. As vezes, faz as vezes de remédio pra memória. As vezes perturba tanto, que o melhor seria ficar sem memória. Saudade é engraçada... Vem quando você menos espera, te aperreia nas horas mais inconvenientes. Eita saudade danada. Saudade daquelas que tem gosto, tem cheiro. Saudade de ser, de ter, tocar. A saudade me chama... Me chama em pensamento, em sonhos, em cada esquina, em cada suspiro que eu esqueço de vigiar. A saudade me trai. A saudade me atrai e me repele. Me impulsiona e me impede de mata-la. Ela me tira o sono e dá fome, me causa angústia, me faz perder a razão. E quem tem razão quando se tem saudade? Dois corpos não ocupam o mesmo lugar, é assim com a razão e a saudade. Quando existe saudade, dois corpos deveriam, sim, ocupar o mesmo lugar.

Não me trate como se eu fosse sua. Isso não se faz. Não tome posse da liberdade que não te pertence. Não chegue de repente, assim como se vai. Pegue o sabor da sua boca e vá pra bem longe daqui. Prefiro não sentir seus beijos a ter que me despedir. Não me cabe a metade, não preencha o espaço que por direito é seu. Não me torture o pensamento, não invada o meu corpo, me faça não querer. Pare de olhar como se eu fosse sumir. Suma pra eu não ter que te olhar. Me beije menos, me abrace menos, me faça querer menos, desapareça menos. Faça o tempo voltar, volte no tempo comigo, faça tudo outra vez, ou, não se atreva a fazer novamente. Quando vier, traga a outra metade, traga seus sonhos, seus medos, seus desejos. Mate meus desejos. Mate meus medos. Mate essa vontade que demorou pra chegar e que agora não quer ir embora, por mais que eu a coloque para fora. Me dê o que faltava, o que eu não sabia que existia, me dê paz, se dê... Só não me dê o amor que você não pode me dar.

Eu quero ser feliz, mas, não de qualquer jeito. Quero felicidade da hora que acordo, até a hora de acordar no outro dia, também. Quero fazer planos e colocá-los em prática. Quero dar risada até a barriga doer. E depois morrer de rir, novamente, por causa do que nos causou graça. Quero comer minha comida preferida. Beber minha bebida preferida, beber a vida. Quero os meus amigos, que serão meus, onde quer que eu esteja, sempre por perto. Quero dizer que os amo, muito, enquanto ainda tenho voz. Quero partir e me deixar um pouco. Quero ficar, o suficiente. Quero amar a tudo e a todos, até a morte nos separar.

O amor é egoísta ou ingrato? Ama, apenas, e nem se preocupa se está sendo amado.

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O amor é inconseqüente, é cego, é burro. Não mede distância, não tem noção do perigo, não conhece regras nem horários. Não sabe a hora de chegar, muito menos de partir. Chega quando menos esperamos. Se vai quando menos queremos. É fumaça, poeira, sombra que não se pode tocar. É invisível, é denso. Pesa, machuca. É leve quando quer, forte quando vem, devastador quando se vai. O amor é um menino leviano, irresponsável. Um adolescente descobrindo o mundo. Uma força maior desnudando a alma. Devastando a alma. O amor é alma. O amor revela a alma. Pra amar precisa ser com a alma. Menos do que isso, não vinga.

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Não quero traduzir em palavras simples, tu que me complicas. Chega e fica. Vem em silêncio, devagar. Sei que não tens pressa, por isso espero, por mais pressa que eu tenha. Foges como covarde que fui um dia por desconhecer tua força. Foges como fugi. Sei que não tens pressa, por isso espero, por mais pressa que eu tenha.

Penúltimas palavras

Eu tive urgência em viver. Eu não sabia quantas bocas, quantas festas, quantos abraços e muito menos quantos "eu te amo" ainda me restavam. Tive muita, muita pressa em ser feliz. E sinceramente? Até hoje não sei se fui ou se fiz. O que é ser feliz? Passei a vida buscando algo que nunca soube o que era. Só sabia que deveria buscar, ir a luta, procurar. Por tantas vezes. Por incontáveis vezes, me senti com saudade de casa, de lá, do que eu não lembrava, mas sentia vibrar dentro de mim como se me chamasse. Uma estranha no ninho. Era assim que me via. Nada se encaixava, nada me supria, tudo me transbordava. Sensações que não sei explicar, certezas que povoaram minha vida. De uma coisa estive certa...Meu fruto, meu caminho, meu guia. Amor que dói por ser tão grande. Tive urgência em viver com ele. Quis aprender com ele. Passei a viver por ele. Tive urgência em viver, pois precisava um dia voltar. O que me prendia, sei que verei um dia... Tive urgência em viver! Tive urgência em voltar!