Coleção pessoal de misteriosfemininos21

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⁠Cansei. Será que eu posso descansar? Será que é permitido desistir e tentar mais tarde? Quem dera puder desistir de algo só pelo cansaço de tanto lutar, de tanto chorar, de tanto caminhar por uma estrada de terra sem rumo, sem esperança, sem vida. Meus pés doem, minhas mãos doem, não tenho força. Quero dormir. Quero acordar as 11 horas da manhã sem me preocupar com aquela conta de luz, quero acordar tarde nos dias de semana e não fazer NADA. Queria muitas coisas, mas acho que não posso. Hoje é segunda-feira preciso acordar as 4 horas da manhã, fazer um café, arrumar a cozinha, cuidar do quintal, arrumar a merenda das crianças, quando tem, preciso deixar tudo pronto e então sair para a batalha. Vou trabalhar, pegar o trem lotado, não respiro nele, sinto medo, muitos olhos em mim e em qualquer mulher. Não encontro respeito. Assédio.
Trabalho, cinco minutos atrasada, sou julgada e escuto sem falar. Preciso do dinheiro que acreditem, não dura 1 mês. Que país é esse que me paga um salário e que me cobra mais do que o peso liquido? Quero chorar, mas chorar não vou e nem posso, preciso disso. 17 horas vou embora depois de um dia lagrimas reprimidas, enfim vou estudar, faculdade de filosofia. Minha maior paixão que cansei de ouvir que não ia conseguir comprar um pão fazendo esse curso, entretanto aqui estou, mulher forte que sou, pobre sim, bairro humilde e lutador. Quando criança queria ser a rainha ou melhor Deusa da sabedoria, por isso Filosofia sempre foi minha paixão.
Mas voltando ao início de tudo, apesar de tudo eu sigo lutando, mesmo cansada, mesmo querendo desistir, mesmo com sono, mesmo sentindo o peso de tantos anos de injustiça, de julgamentos, de raivas, de tristezas por uma sociedade que não nos valoriza, que não quer nos ouvir, que sentem pena de nós, que nos humilham etc.
Nós não queremos a pena de vocês, não precisamos de esmolas, não precisamos de Homens, não somos fracas, somos Mulheres, somos feministas e não vamos parar de lutar. Jamais.

Minha mãe
Senhora das senhora merecedora de glórias... não sendo Marieles...mais sendo Carmens...irmã de Cleuzas filha de Tereza...guerreira mãe
Avó
Bisavó...sacerdotisa...feiticeira... mulher que faz....faça chuva ou faça sol...com lágrimas ou alegria ela não desiste....Oxum é a dona do seu Ori...exú dono de seus caminhos...Ogun do seu destino... não sei apenas gostar... eu sou de amar e me declara... por isso este poema eu vim falar e lhe mostrar...que eu sempre irei te venerar.
Te amo nossa grande mãe!

Onde a verdade e onde a mentira dos sentimentos? Seria a bela Capitu, com seus olhos de cigana oblíqua e dissimulada, uma adúltera? Teria fundamento o ciúme que corrói a alma de Bentinho?

O meu coração é nômade, a minha alma é cigana, cada um vai pro seu lado e quando me dou por mim, descubro: estou perdida.
Talvez me ache em seus olhos, ou quem sabe, me ache, no espelho. Mas esse achar físico não me contenta não me satisfaz, nem me encanta.
Quero com todo o gosto do mundo me perder e me encontrar sempre que preciso. Quero descobrir o infinito que habita em mim não quero ser incógnita pra ninguém. Quero a equação simplificada. Se não entendo, deleto, se não gosto, apago, se precisar, multiplico.
Mas de qualquer forma: descubro, me refaço e edito.
Publico o que me faz grande e o que me derruba.
Não tenho medo de descobrir o segredo.

Querido destino: se não é pra mim, não coloque no meu caminho.

Grata.

" As Ciganas abanam seus leques para os maus espíritos afugentar "