Coleção pessoal de MIssias

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⁠Assim sou

Com beleza e encanto
Liberdade lindo canto
Cada um tem o seu ninho
Assim se fez o passarinho

Fez a noite fez o dia
Com poder de dominância
Deveras ignorância
O homem com sabedoria

A sabedoria roubou-lhe a identidade
Perdeu sua liberdade,
Não pode mais voar

Justiça dos animais
O homem que sabe mais
Caca-se onde morar.


Amanhecer
E assim amanheceu:
Depois de uma noite fria;
O manto fino da neblina,
Que descia da colina
E do orvalho que caia,
Formando uma alegoria,
Sobre moreias encantadoras,
Se fez assim aliciadora;
Seu corpo verde capim,
Seu brilho parece não ter fim,
O branco de longe aparecer,
Esperando o sol nascer,
Anunciando a primavera,
Alimentando enfim minha quimera.

Estradas por onde andei
Pisando por entre espinhos,
Lembranças que lá deixei,
Guardo com muito carinho:
A rosa que não plantei,
A pedra que não lapidei,
O desperdicio do encanto;
O dia que a encontrar
Tal pedra a esculpir,
Tudo pode recomeçar,
A rosa plantarei,
Avivarei acalanto,
Deixar de enxugar pranto,
De lágrimas deixado tantos,
Uma vez mais a sorrir.

Ademir Missias

Estou dormindo pouco,
É que estou sonhando mais.
Quando acordar e ver tudo isso passar,
Quero te abraçar,
Quero ver nova semente brotar
E lágrimas não mais derramar.
Senhor seja nosso guardião!

A poesia acalma,
renova a alma,
planta a semente
refresca a mente,
Atrai a canção
Alimenta o coração
revigora o sabor e
renova amor.
Das manhãs de orvalho,
na estrada longa,
no atalho,
nos dias de chuva
em lua cheia...
E nas tempestades...


O Lago ficou triste

A fúria da Natureza
Rebelou-se deixando tristeza
Quem sabia?
Sebastião não sabia!
O João não sabia !
Capitólio está de luto
Foi-se esperanças
Foi-se planos
Foi-se vidas, ninguém previa
Uma rocha se desprendia
Todos se surpreendem
Um paredão que cai
Um pedaço de cada parente se vai
E nós quem somos? expectadores curiosos da Tv
O Ibope foi grande !
Não tão grande quanto as lágrimas dos entes queridos,
Um estrondo num segundo
Resta um pedaço de rocha no fundo.

Ademir Missias

⁠O lapso de minha consciência
Me responde com deveras clareza
De onde vim, onde estou e para onde vou e com
Enorme certeza
A respeito da minha existência.

Não há ideia nem fato que não possam ser vulgarizados e apresentados a uma luz ridícula.


Furia

Quero esquecer esses conflitos.
Quero sofrer amnésia
dessas noites malditas,
dos rebeldes e dos sofridos embaixo dos destroços!
Quem devolverá nossa caminhada por entre avenidas e bosques, quem ajudará a resgatar nossos nomes, acorde-me das trevas, diante da furia e bombardeio,
Alguém aqui sera valente o bastante
para emprestar-me a coragem para não condenar ao infortunio alguém inocente, terá o destemor de negar pão, abrir a janela, ver a nuvem engolindo a lua.
Numa noite bela, impedir o sol de brilhar num dia claro, impedir o silêncio da noite,
e possível ver um céu estrelado, um coração tranquilo,
Quero acordar e
quem sabe eu possa concordar com a carnificina
ou apagar, talvez,
o fogo da guerra dentro de mim.

⁠⁠Resiliência

Contrariando minha teoria
E tudo que escrevi
Refiz minha poesia
Por causa dum bem-te-vi

Que saberes você tem
Diante da Natureza
Escreve o que convém
Nunca se tem certeza

Com resiliência e dedicação
Exemplo de superação
Construiu um belo ninho

Hoje tem a sua morada
Segura e bem arrumada
Em meio a tantos espinhos

⁠CARPE DIEM

Antes de anoitecer
Coma o fruto ele vai apodrecer
Ainda não escureceu
Conte seu sonho se ainda não o esqueceu.

Que desânimo é esse
Se bonito ou feio
Conte a alguém e se expresse
Não abandone seu anseio

Acredite na poesia
Mais feliz será seu dia
Segure essa paixão

A solidão e obscura !
Tristeza não tem cura !
E a rosa do sertão ?

⁠Explicação

Ó linda que nasce da terra que sai das ranhuras com tanta bravura do pé desta serra
Te pedi tanto para não perder sua formosura, seu cheiro, sua textura.
Pedi para juntar-se uma a uma formando um montão, caminhar mais um pouco formando turbilhão
Pedi para guanandi, sanca d'água, imbauba, pinhão do brejo, agarrar-te com seus pés, para dar-te firmeza, para chegar ao seu destino.
Porque nos causaste tanta tristeza?
Ó bebida amarga que provo todo dia
Em dias de calor ou em noites frias
Quero uma explicação !
Porque tornaste tão amarga ?
Levando nossas casas, meu arreio, meu cavalo
Minha tralha de montaria
Carregou nossa esperança
Nossos sonhos de criança

Ainda estamos de pé
Pode levar tudo que temos, levar o que quiser
Mas não levará jamais a nossa FÉ.

Ademir Missias

⁠⁠Abelha procurando o alimento,
O ferrão o seu protetor,
Fabricando o mel pro sustento
Do perfume de uma flor.

O beija-flor a flor cobiçou
O pólen vai espalhando
Dele se alimentando
Da flor que se beijou

Da larva até o germe aparecer
Essa metamorfose acontecer
Em borboleta se transformar,

Da abelha, borboleta e beija-flor,
O poeta versos de amor.
Numa folha o seu saciar.

Minha Janela

Lanços fulgurantes da minha história
Retalhos da minha infância
Guardado na memória
Quando ainda criança

Vividos com alegria
Pequeno uma doçura
Brincadeira e fantasia
Colo de mãe muita ternura

Adolescência fragilidade
Incertezas, procura e vaidade
No mundo de tanta gente
Primordial controlar a mente

O amadurecimento necessário
Colo n’outro lado do morro
Pouca roupa no armário
Sem alguém pra pedir socorro

Sementes novas lançadas regando todo dia
Renascendo a alegria
Um quadro pintado em aquarela
Suplício fechar a janela.

⁠Partida

⁠Sempre existirá uma ferida
Quando da partida
Se os lábios não se tocam
Sustento-me com recompensa,
Fugindo da tristeza,
Esperando que a saudade te induza
Ate que te seduza;
Desadormeço com a mesma trama
Pelo amor de quem se ama
A alma se repele
Reputo por toda pele
Pois foi a primeira que sentiu o desejo
E os olhos estão julgando da partida aquele beijo.

⁠Arte sonho e fantasia
Rastreio de força criativa
Fé na paixão subjetiva
Espirito da alma que extasia

Contestando a perfeição equilibrada
Estriba na inspiração fugaz
Ensejo da razão tenaz
Da saudade nunca quebrada

Sentimento da airosa natureza
Dissimulando da alma a tristeza
Do perfume do lírio que anestesia

Embate de aroubo e romantismo
Contrariando o realismo
Socorro desvario tudo é poesia.

Padroeira

⁠A chuva que cai lá
Lavando a alma da Gente,
A mesma que derrama ca,
Molhando a terra contente

O céu que avisto lá,
O mesmo que vejo aqui,
Como que tu se veste
Linda abobada celeste

Os Santos que lá eu vi,
São os mesmos Santos daqui,
Nossa mãe querida;

Os sinos que badalam lá
O mesmo que badalam cá
Anunciando Nossa Senhora Aparecida.



Ademir Missias Fev/21

⁠Rogamos ao Grande arquiteto;

Usar a régua em todos nossos projetos,
Remover os empecilhos
Com alavanca, limpando e os trilhos,

Aplainar os caminhos,
Quebrar os espinhos,
O nível na horizontalidade,
O maço e o cinzel com vontade;

Dá nos sempre um rumo
Festejar os feitos tal
Qual a verticalidade do prumo;

Em linhas retas do esquadro e nos círculos do compasso;
Buscar o progresso em tudo que faço
Das imperfeições da Pedra Bruta;;
Persistência força e luta,

Ter a prosperidade em nosso lar, qual a profusão dos grãos das romãs;
Contar com o mais belo brilho do Sol em todas as manhãs,

Agradecer a tudo que ele nos reserva no espetáculo de nossas vidas,
No tempo exaurido pela Ampulheta não esquecida,

A todos pela face da terra espalhados,
Sejamos por ele abençoados.

⁠⁠Uma pergunta porque

Tantos com aprazimento
Se esbanjam se prodigalizam
Muitos tem sofrimento
Nem sonhos se realizam

Com champanhe balde de gelo
Vivendo na bonança
Em completo esfacelo
Sem fé com desesperança

Medo é a sobrevivência
De toda essa carência
E o sentido da vida

Seria essa a explicação
Cada um tem sua missão
Que aqui deverá ser cumprida
?

⁠Remédio da vida

Vencer a relva da mata
Carregue o triunfo na manga
Ambular na corda bamba
Procure ser um acrobata

Matar a saudade do beijo
E curar a sua sede
Descanse numa rede
Espere passar o desejo

Lapidar a pedra bruta
Persistência, força e luta
Arroste na escuridão

Vasculhe o remédio da vida
Abolir a dor da ferida
Deixado no coração!

Ademir Missias jan/21