Coleção pessoal de minervinoms
MEU CANTAR
Se canto,
Bem sei o que espanto
Eu planto acalanto
Assim que o pranto
No canto dos olhos
Começa a brotar.
TEMPESTADE
A noite está sem lua,
Sem o lume das estrelas
Faz escuro em calmaria
Há uma paz que é passageira
Logo vem a ventania
E muita chuva sobre as telhas
JOGAR VERSOS
Jogar versos de amor me fascina
É um jogo de terna emoção
As palavras vestidas de rimas
Fazem festa no meu coração
Num caminho florido do campo
Tinha uma ponte sobre o Ribeirão
Lá passava uma linda menina
Que era dona do meu coração.
Se eu pudesse, voltava no tempo
Só pra vê-la vagando entre flores,
Borboleta bailando ao vento,
Solfejando cantigas de amores.
Se eu soubesse voar como o vento,
Sairia pelo mundo afora
Procurando aquela que um dia
Me amou e de mim foi-se embora
JARDIM ESTÉRIL
Ainda que faltem cores
No céu do meu inverno,
Sigo plantando flores
No meu jardim estéril.
NARRATIVA DE UM BOÊMIO
A noite, com seu sorriso cintilante de estrelas, me recebeu dizendo:
- Achegue-se!... Sente-se!... Toque e cante até o sol raiar...!
A PARTIDA
Embarcaram-me num trem
Sem que eu quisesse ir
E depois de um triste adeus,
Foi assim que eu parti:
E.u. f.u.i. s.a.i.n.d.o ... f.u.i ... s.a.i.n.d.o ... ui... s.a.i.n.d.o ... i.n.d.o... d.o...o...
MEUS ESCUDOS
Por trás do meu diploma,
Da minha austeridade,
Do meu empirismo
Da minha normalidade,
Eu sou de fato:
Um bichinho do mato.