Coleção pessoal de mineirimdasgerais
L.
Despedida despido
Flui o labirinto
Entre-dadivas
Brota
Saudades inimaginadas
Regaço íntimo
Versos sem prosa
Limbo
Divagações por entre
Fotografias
Como notas sem maestria
Névoas densas, oh, reminiscências
Doce essência
A flor da noite
recai sobre o verso
a pele da poesia
ou quem sabe do amor
do que já passou
sob os lábios de desassossego
nasce a pequena flor
na oração do tempo
a poesia desnuda o olhar
expande seu corpo
sob o chão, sob o céu, sob o mar
no coração da terra
poesia, arte, música
(Vida em prece)
Voz serena
aposento a palavra
é sempre o traço
que seduz o silêncio
como uma prece sem fim
de íntima saudade
o canto dos pássaros
o toque da chuva
as árvores em dança
o tempo que lento
se despede
também canta
em segredo
Templo
respeite o tempo
o toque do silêncio
o fluxo da seiva
o aroma do infinito
a dança dos vendavais
o som das montanhas
o turvo, o lume, a sombra
os mistérios do mar
a gota, a chuva, a tempestade
a morte, as ondas, o ar,
e o beijo da palavra
(respeite)
Luiza,
existindo
o amor existe onde o homem insiste
não encontrar
o amor também existe onde beija o sol
a superfície fria do mar
o amor existe nos vãos
quando um dos dois deixam de estar
o amor existe nos incompreendidos nãos
misteres tais quais os cantos do rouxinol
o amor existe no diálogo entrecortado
como a beleza do encanto dos girassóis de Van Gogh
o amor existe face de Macunaíma, entremeado
multifacetado inverte a alma o seu retrato
o amor existe em silêncios, ilhado
é edifício do Exército de Salvação no centro de Pittsburgh
o amor existe em ciclos
como pétalas alcançam o esplendor dos espinhos
o amor resiste
existindo
24, maio, 2016