Coleção pessoal de mileneazevedo
Pela luz dos olhos teus
Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só p'ra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.
À DESCOBERTA DO AMOR
Ensaia um sorriso
e oferece-o a quem não teve nenhum.
Agarra um raio de sol
e desprende-o onde houver noite.
Descobre uma nascente
e nela limpa quem vive na lama.
Toma uma lágrima
e pousa-a em quem nunca chorou.
Ganha coragem
e dá-a a quem não sabe lutar.
Inventa a vida
e conta-a a quem nada compreende.
Enche-te de esperança
e vive á sua luz.
Enriquece-te de bondade
e oferece-a a quem não sabe dar.
Vive com amor
e fá-lo conhecer ao Mundo.
Se eu puder aliviar o sofrimento de uma vida, ou se conseguir ajudar um passarinho que está fraco a encontrar o ninho... A vida terá valido a pena.
Quando ela dança
Se livra da máscara mundana,
Deixa para trás seus sapatos, seus compromissos e suas preocupações
Desliza para dentro do veludo e da exaltação
E deixa sua pele envolvê-la gentilmente,
Como uma luva sobre sua alma.
Quando ela dança
Fecha o exterior,
Abre o interior,
Remove tudo aquilo que é estático
E a dança simplesmente vem.
Quando ela dança
Ela viaja,
Volta para os penhascos de Malta ou Creta,
Para os anéis das pedras druidas,
Ou para a caravana que encontra uma caldeira,
Onde o círculo das irmãs que dançam
E o braço dos largos quadris da Terra
Embalam-na carinhosamente de volta para casa.
Quando ela dança,
Alimenta-se dos valores, guardados por séculos
Nas tumbas lacradas das sacerdotisas e rainhas.
Pois a ira e a majestade sensual e vibrante dessas mulheres deve vir à tona dentro dela,
Ela não sabe. Só sabe que se sente assim quando dança.
Quando ela dança, as vezes o passado se une ao futuro,
E tudo que importa é o momento presente, que parece abranger todos os tempos.
Cada passo torna-se uma rede, na qual captura sua vida,
E a ilumina para que os outros possam ver,
Depois a deixa ir, como um sonho.
É verdade que, geralmente, quando ela dança,
Ela mostra cada parte de sua história
Mas outras vezes, quando ela dança,
Sua história desaparece.
Ela é qualquer pessoa que queira ser quando dança.
Quando ela dança,
E os dias passam sem celebração,
Forma-se uma crosta,
Cresce uma aresta e
Ela fica impaciente com os outros e consigo mesma.
Mas quando ela dança novamente, volta para o templo.
A pressão volta ao normal e ela sorri.
Se olhar bem de perto é difícil dizer
Se ela é jovem, velha ou de meia idade.
Ela não tem uma idade específica,
Mas é a eterna donzela,
No corpo de uma mãe,
Com a alma de uma mulher sábia
E ela permitirá que você a veja por dentro
Quando ela dança.
A dança e a alma
A dança? Não é movimento
súbito gesto musical
É concentração, num momento,
da humana graça natural
No solo não, no éter pairamos,
nele amaríamos ficar.
A dança-não vento nos ramos
seiva, força, perene estar
um estar entre céu e chão,
novo domínio conquistado,
onde busque nossa paixão
libertar-se por todo lado...
Onde a alma possa descrever
suas mais divinas parábolas
sem fugir a forma do ser
por sobre o mistério das fábulas
Façamos da interrupção um caminho novo.
Da queda um passo de dança,
do medo uma escada,
do sonho uma ponte, da procura um encontro!
E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.
Os ventos que às vezes
Levam para longe o que amamos
São os mesmos
Que trazem algo mais para ser amado
Nós não podemos chorar pelo
Que nos foi tirado
Nós não iremos... / Nós não iremos...
Nós amaremos o que nos foi dado
Pois tudo que é realmente nosso, não irá embora.