Coleção pessoal de Miguel87
Reflexão Jusfilosófica e Política
Não se afigura racional que uma nação se declare um Estado Constitucional, comprometendo-se com os princípios do Estado Democrático, Republicano, Multipartidarismo, separação de poderes e, acima de tudo, com a tutela dos direitos humanos fundamentais, tais como o direito ao voto. Promovem-se eventos eleitorais — a “festa da democracia”, quer em eleições gerais, quer legislativas — e, ainda assim, não se respeita rigorosamente a vontade popular na eleição do Presidente da República (...), anulando, desta forma, a soberania popular. Se a intenção é permanecer no poder ao arrepio da vontade do povo, não seria mais coerente declarar-se um Estado de orientação Comunista, onde o monopartidarismo prevalece?
Lisboa, 27 de Outubro de 2024
"A independência, a democracia e a liberdade não se imploram; antes, conquistam-se mediante exigências firmes ou pela via de uma revolução decidida e implacável, que não se submete a concessões nem vacila perante adversidades."
Lisboa, 26 de Outubro de 2024
O Duelo do Crepúsculo
Quando a luz e as estrevas se acercam, eis que o firmamento estremece.
No alto dos céus, onde o dia já não reina e a noite ainda não impõe o seu domínio,
Ergue-se o véu onde o sol e a sombra travam combate sagrado.
De um lado, o brilho ardente, como espada incandescente,
Que rasga as trevas e fere o abismo.
Do outro, a noite, senhora do silêncio,
Que se insinua como névoa, envolvendo tudo em seu mistério.
Nasce então a hora onde o mundo se curva,
Quando o tempo suspira e cessa a sua marcha,
E a luz, altiva, enfrenta o olhar profundo da escuridão.
Não há temor entre os dois, mas respeito e destreza,
Como antigos rivais que, na mesma arena, medem forças.
O fulgor do sol tremeluz na fronte da treva,
E as estrevas, de manto pesado, contêm o seu avanço.
Naquele instante, em que a luz se embate com o negro firmamento,
O cosmos retém o fôlego, e cada estrela cessa o seu brilhar.
É o momento da verdade — o instante em que o claro e o escuro
Partilham o trono do infinito, onde nem a aurora reina,
Nem a noite absoluta prevalece.
Eis o prodígio de forças iguais que se entrelaçam,
Pois quando a luz e as estrevas se unem,
É nesse duelo que se gera o equilíbrio do mundo.
Lisboa, 15 de Outubro de 2024
No século XXI, a liberdade democrática e o exercício dos direitos fundamentais tornaram-se tópicos amplamente debatidos; todavia, há quem invoque tais conceitos não com o intuito de promover o bem comum, mas para retirar vantagens pessoais, mesmo em detrimento do próximo. A dignidade humana não deve ser submetida à súplica pelo respeito aos seus direitos, mas antes à justa reivindicação desses, de forma a assegurar que o reconhecimento dos direitos não dependa da condescendência alheia, mas da própria natureza inviolável da justiça.
Lisboa, 14 de Outubro de 2024
" Viver constitui uma responsabilidade social e, primordialmente, jurídica."
Lisboa, 13 de Outubro de 2024
" A santidade e o pecado não reside na aparência de ninguém, no entanto, para evitar decepção veda os seus ouvidos e a sua boca e, livra-te das serpentes venenosas com aparência angelical"
Almada, 08.06.2024
" Se os progenitores não tivessem demonstrado uma visão clara e estratégica na construção do futuro, torna-se evidente que o destino dos descendentes poderá encontrar-se em risco. A falta de um planeamento sólido por parte dos pais pode comprometer o desenvolvimento e a prosperidade das gerações subsequentes. Contudo, tal cenário não é irreversível. Há que considerar que os próprios descendentes possuem a capacidade de alterar a sua trajetória, revertendo uma visão presente menos auspiciosa. Para tal, devem adotar uma postura crítica e consciente, direcionada para a criação de um caminho mais promissor. A responsabilidade pela transformação das condições herdadas reside, em última instância, na capacidade de reflexão e ação do indivíduo. Assim, ao assumirem o controlo do seu destino, os filhos poderão construir um futuro mais risonho, garantindo que os erros do passado não se perpetuem, mas antes sirvam como lições para um percurso de sucesso."
Lisboa, 26 de setembro de 2024
" Viver em sociedade ou em união conjugal revela-se uma tarefa de extrema complexidade, sobretudo quando se deparam divergências de ordem cultural, de costumes, de crenças, de hábitos, de bens materiais e de razão. Por vezes, tanto o homem quanto a mulher tendem a manifestar-se de forma mais irracional do que os próprios animais. A vida, enquanto fenómeno social e jurídico, impõe uma responsabilidade inerente, sendo o respeito e a discordância elementos que caracterizam a racionalidade e a lógica do ser humano."
Lisboa, 26 de Setembro de 2024
" A bajulação, enquanto manifestação insidiosa de subserviência, revela-se como uma distorção moral que adultera a verdade em favor do interesse pessoal. Neste cenário, a lisura e a franqueza são sacrificadas em troca de uma falsa aparência de estima, envenenando o campo das interações sociais. Corrompe, assim, tanto aquele que a oferece, despojando-se da sua dignidade, quanto aquele que a recebe, sendo ludibriado em seu juízo. Ao obscurecer o discernimento e a integridade, a bajulação mina os alicerces das relações humanas, erigindo barreiras à confiança genuína e ao respeito mútuo, valores imprescindíveis para a convivência virtuosa. "
Lisboa, 30 de Setembro de 2024
" A verdadeira prisão do ser humano, independentemente de ser homem ou mulher, é a dependência em suas várias formas: social, económica, política e cultural. Enquanto permitires que essas forças te guiem e condicionem as tuas escolhas, estarás acorrentado aos limites impostos por terceiros. O respeito genuíno do mundo só te será concedido quando fores capaz de romper esses grilhões e alcançar a liberdade de pensar e decidir por ti mesmo. A dependência, não apenas limita o teu potencial, mas transforma-te num escravo dos tempos modernos, mesmo em pleno século XXI. Serás realmente livre apenas quando a tua autonomia não depender da vontade alheia."
Lisboa, 07 de outubro de 2024
" Não te entregues à bajulação, às opções de natureza político-partidária, à criminalidade ou à imoralidade como meios de subsistência. Contudo, recomendo-te o exercício do comércio como profissão, ou uma formação profissional ou académica, que te proporcionará os alicerces necessários para a sustentabilidade da tua sobrevivência. "
Lisboa, 5 de Outubro de 2024