Coleção pessoal de MielAmaral
Hermínia, é sério?! Como assim tu foste sem ao menos terminar de criar o Juliano e a Marcelina? Hermínia, eles precisariam de ti ainda. Carlos Alberto disse que seria mais paciente: se bem que não estavas preocupada com isso. Iesa prometeu devolver a tampa do pote. Ah, Hermínia, precisamos saber como Marcelina vai criar Aruan. Valdéia está em prantos. D. Lourdes tinha planos pra uma nova viagem relâmpago. Ah, Hermínia, e "Minha Mãe é uma peça 4"?! Estávamos na torcida para que chegasse o novo filme.
Eh, Paulo Gustavo, que contribuição deste e deixaste para a TV, Teatro, Cinema, Literatura Contemporânea brasileiros. Agora, uso-me das palavras de Torquato Neto e digo-te: "Vai, bicho, desafinar o coro dos contentes". Obrigado, Paulo Gustavo: o Brasil chora a tua partida. A Imortalidade celebra a tua obra.
Eu gosto da madrugada. Gosto da madrugada fria, gelada, inóspita; ainda mais quando ela traz consigo a febre, o frio e o nariz entupido... Ela me faz pensar. Pensar: nas coisas boas que já fiz, nas besteiras, nas loucuras, nas proezas... Me faz pensar nos amigos, nos que tenho, nos que perdi; uns por minha culpa, outros também. Me faz pensar nos amores já tidos: alguns passaram despercebidos, outros permaneceram enquanto duraram, outro, fica até hoje, mas comigo, somente comigo, pois neste ainda não tive coragem de chegar e, se tive, precisei me contradizer, abrindo mão de uma felicidade futura. Penso nos que já foram, choro, medito e logo chego a conclusão: eles estão melhores que eu, certamente. Deito, mas os pensamentos não me deixam dormir, pois martelam-me à memória e trazem comigo as velhas lembranças, principalmente aquelas que me fizeram tão feliz, nem que fosse naquele instante, no rolar dos beijos, das carícias, do aperto, do chamego e do gemido... Enfim, penso, principalmente, em quem, na maior certeza do mundo, está dormindo, sonhando com alguém que não sou eu, ou, quem sabe, farreando por aí, com outras pessoas, sem, se quer, lembrar desse reles mortal...
Eu acho, na minha opinião que é minha mesmo, que, as coisas se resolveriam mais facilmente assim: se nós soubéssemos quem gostasse da gente, realmente, iríamos ao ponto certo. Aí, como já nos amávamos mutuamente, ninguém sofreria. Seria assim mesmo ou estou equivocado?!
Mande-me flores enquanto estou vivo. Homenagens póstumas não me interessam, pois não as assistirei. Flores sobre meu cadáver para que, se, em vida, me atirou pedras, apenas!? De nada adianta chorar sobre o leite derramado, ele não matará a fome. Nem sobre o fogo apagado, afinal, ele não assará mais a carne. Enfim, valorize enquanto tem. Não sapateie, não pise, não sambe em cima de quem quer apenas o seu bem. O cansaço, aahhh, o cansaço, esse sim, é a pior colheita para quem planta mau agradecimento. E o desprezo?! Não. Ele é apenas consequência do mal feito.
Por mais que você faça, parece que a imperfeição insiste em reinar. Quanto mais se rema, tudo indica que se é contra a maré... As indagações permanecem. As incertezas relutam, porém, a consciência tranquila do feito acalma tudo. Seria um final feliz?! Seria a confirmação do futuro?! Ah, tá, FUTURO, lembrei que não pertence a nós, reles mortais terrenos, mas ao Superior e Dono de tudo. E que nos resta?! Esperar, apenas, esperar. Enfim, esperar. Isso me faz lembrar de uma frase a mim dita na 3ª série do fundamental: "Se ainda não deu certo, é porque não é o fim"! Isso consola, um pouco e me faz acreditar ainda mais que dia melhores virão.
A maneira que o Soberano trabalha é inexplicável. Às vezes, nos fazemos duvidosos, incrédulos, todavia, quando as respostas chegam, nos surpreendem assustadoramente. Não, eu nunca tive a audácia de pedir nada, porém, quando chega alguma coisa a mim, faço questão de agradecer e, se duvidar, chorando. São muitas graças, meu Deus. Não sou merecedor de tanto.E estamos aqui para isso: LUTAR por aquilo tão sonhado, afinal, "Água não discute com barreira, simplesmente ultrapassa"!
Não tenho coragem de tratar as pessoas como elas me tratam, afinal, existem aquelas que nos tratam tão bem, que nossa reciprocidade, por maior que seja, não consegue chegar ao mínimo. Como também, existem aquelas que nos tratam mal, porém, nosso caráter, adquirido com o tempo, não nos permite pagar com a mesma moeda. Não falo de dar a outra face, todavia, de tentar superar nossas próprias expectativas, conservar os próprios valores morais. VINGANÇA é como panelada, pode até ser um prato que se come frio, contudo, o resultado é sórdido: disenteria é certa.
Eu não sei cuidar mais ou menos, eu não sei amar mais ou menos, eu não sei fazer nada mais ou menos... Como diz uma velha conterrânea buritiense: "Ou é calça de veludo, ou é traseiro de fora"! Tipo isso. Amo com toda intensidade, apesar das condições limitadas. Cuido de quem amo com afinco, afinal, quem ama cuida, né?! Já diz o velho chavão. Por isso, precisamos fazer tudo da melhor maneira possível. Nunca ouvi falar que, quem planta milho, colha feijão. Quem planta milho, colhe milho: são três sementes na cova e um pé que brota cerca de 12 espigas cheias. Então, quem planta vento, colhe tempestade, sim. Porém, quem planta coisas boas e com humildade, colhe em abundância. O que?! Depende daquilo plantado.