Coleção pessoal de meduardanovaes
Se fosse só sentir saudade
Mas tem sempre algo mais
Seja como for
É uma dor que dói no peito
Pode rir agora
Que estou sozinho
Mas não venha me roubar...
Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.
Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.
Onde eu possa me afogar
Por mais que eu não queira – e diga, e grite que não - resta uma parte de mim que ainda acredita naquele amor que a gente vê nos filmes. Deve ser o tal do coração. Afinal, ele sempre deu problema mesmo... Nunca quis obedecer à ordem de cabeça nenhuma, e sempre foi dono do seu próprio nariz. Ou melhor, das suas vontades.
Desde que a gente é pequeno que vê aquelas histórias de amor – amor que passa do inocente e meigo para o mais lindo amor e a mais ardente paixão – nos filmes e nas novelas. A gente se acostumou a ver tanta história bonita junta, e por mais que saiba que não existe – ou que pelo menos é difícil -, ainda acredita um tanto nesses amores idealizados.
Mesmo sem querer, acredito naquele amor de se acabar de chorar e de rir ao mesmo tempo; acredito num amor inesperado; acredito que ainda vou ouvir alguém cantar minha música preferida e dizer que me ama; acredito que alguém ainda vai me fazer uma surpresa das mais lindas, e que eu vou chorar; acredito que vou receber flores num dia chuvoso com um cartão dizendo apenas um “eu te amo”; acredito que ainda tem gente romântica no mundo. É... eu ainda acredito num amor dos mais bonitos. Num amor de cinema. Num amor idealizado.
Talvez não tenha mais ninguém que acredite nisso – nem mesmo eu. E então, isso que fica na cabeça, seja só mais um pedido de um coração esperançoso. Um pedido de mais um coração com defeito.
Ou talvez, isso ainda aconteça – porque ainda pode existir “últimos românticos”.
E só quando eu te tiver, te ganhar, e te perder – e que isso seja para algum amor que ainda não me encontrou -, é eu vou poder dizer se esse amor que idealizaram para mim – e que eu quero sentir – é verdade ou mentira.
E quem sabe, depois de te perder, eu não te ganhe de novo?
Por precisar (re)ocupar um vazio
Se chegou assim, bem de repente, se aprochegando cada vez mais, e já com um tom de quem manda, me fez lembrar de muitas coisas: de tristezas, de paixonites, de amigos, de amigas, de lágrimas, de (muitos) risos, de gostos, de cheiros, de épocas, de graças, de pedidos - mesmo que calados -, de cores, de sons, de sorrisos, de gestos, de olhos e olhares, de alegrias e de alergias.
Essa tal de nostalgia gosta de me visitar.. vez ou outra, aparece por aqui e me arranca umas lágrimas. Não que dessa vez o tenha acontecido.. mas me fez lembrar que ainda existe um vazio dentro de mim, e que ele precisa ser preenchido, o mais rápido possível. Porque quem sabe assim, ele para de latejar de tanta dor. A dor de um vazio. A dor de precisar de um coração novo.
Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?
Por um lindésimo de segundo
tudo em mim
anda a mil
tudo assim
tudo por um fio
tudo estivesse no cio
tudo pisando macio
tudo psiu
tudo em minha volta
anda às tontas
como se todas as coisas
fossem todas
afinal das contas
O destino quis que a gente se achasse, na mesma estrofe e na mesma classe, no mesmo verso e na mesma frase.