Coleção pessoal de mcennes

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Um olhar limitado sobre as coisas nos torna limitados diante de tudo. Enxergar com os olhos do raciocínio nos amplia diante da efêmera visão

"Dentre as coisas que pude escolher, escolhi ser alegre e tentar ter sempre um sorriso a oferecer. Apesar de todas dificuldades que é viver, ser alegre ainda é uma opção, pois a alegria não depende de felicidade, esta é bem mais complexa e não depende só de mim. Se a felicidade mora nas coisas simples eu não sei, mas escolhi a simplicidade de ser alegre. "

Descobri onde os poetas guardam suas lágrimas
Guardam dentro das canetas que levam Perdidas no bolso para um canto qualquer O papel lhe apoia como seu ombro amigo E espalham seus sentimentos
Distribuindo-os em letras que juntas Formam aquele borrão de devaneios
Cada letra de pingo, pinga na folha
As lágrimas que lhe escorrem pelos dedos Entraram na caneta e lá são guardadas
Ficam lá esperando o poeta chorar novamente
Já que não consegue derramar lágrimas no próprio rosto
O poeta transfere para o papel suas lágrimas de tinta
Aguardandando que sejam reconhecidas Por aqueles que choram de verdade
Quem lê uma poesia
Decanta nos olhos a lágrima
Que o poeta foi incapaz de verter
O poeta chora pelos olhos de quem
As consegue perceber

Não quero a ideia sem pranto
Lamento sem encanto
Não quero a fera ferida
A presa abatida
Quero choro e canto

Quero o tesouro da traça
A ferrugem da lata
Quero da vida a farpa
É dessa ideia que vivo
É esse o encanto

Agora o que me resta
Senão o coração sofregado
Com sua partida
O peito ferido
A vida do bandido

Quero aquela que foi da fera da fera
Que largou essa lápide
Enterrada no meu peito
Sem dó, a torto e direito
A bela mais bela

Leve embora, ao menos, o que deixou
Se é que um dia me amou
Já que se vai como o vento
deixando a folha caída
roubando o perfume, a brisa


Leve as folhas mortas sortidas
Leve a fera ferida
Leve a presa abatida
Leve resto que restou"
Apague, ao menos, o rastro que ficou

A paixão ultrapassa todos os limites das possibilidades. Une água e óleo, as duas polaridades do imã e separa perfeitamente o café do leite. Só não diz como viver com essa união ou com essa separação. Torna único o que nunca poderia se juntar e separa o que deveria morrer unido."

A vida separa as relações não os corações"

As pessoas, os lugares, os objetos, as atitudes, os sentimentos. Mudar a visão sobre certas coisas é mudar o mundo a sua volta. Ao se observar o que nos cerca é o instante que se olha pra si. Quando me deparo com tal questionamento, lanço um olhar sobre mim, pois o que me cerca nada mais é que o reflexo de mim mesmo."

Esse mundo é muito justo na medida de sua injustiça."

Se você não se encanta pelo seu reflexo, não reflete seu encanto."

Viver é uma eterna busca pelo que não temos. Quanto mais se busca, menos se tem. "

Arisque. Arisque tudo. Imagine-se a beira do penhasco mais alto, olhando para o abismo de suas vontades e, sem medo, pule. Caia, ao menos fantasie isso. Seja livre por esse instante e dê asas a essa vontade para que sinta a liberdade dos pássaros. Porque se ver livre de velhas amarras e ter a coragem, por um instante, de encarar e pular de cabeça naquele abismo imaginário, ajuda, muitas vezes, a organizar a própria realidade.

O que seria de nós se não fosse alguns abalos sísmicos que nos pegam de surpresa e desestruturam nossa vida e nossa psiquê. Enlouquece o relógio da razão e nos dá a ideia de que todo o tempo do mundo cabe num segundo e um instante é capaz de durar a eternidade do tempo. Mudam seu pólo magnético do caminho, te faz perder o norte do certo onde todas as incertezas agora são transformadas em norte e a bússola do destino não é mais capaz de guiar seu errante. Perdemos a firmeza do solo do caminho e certeza da direção, mas se ganha todas as doces ilusões do imprevisto. De tudo o que fora abalado só o que não possui firmeza na verdade cede. De todas as certezas que antes tinha, poucas restaram de pé e nutro nesse instante todas as ilusões das possibilidades incertas, já que a agulha do destino agora aponta para todos os nortes, num dos caminhos há de estar o norte incerto da felicidade.

Conhece-se o criador pela obra, pois as coisas possuem a personalidade dos que as criam. Se estamos num mundo injusto, com um sistema injusto, não podemos culpar o mundo de nos carregar como fardo.

O problema de se aproximar a visão não é a capacidade de ampliá-la, mas a de se enxergar os detalhes.

"Do amor só quero que me faça bem. Sei que não pode me dar essa garantia, até porque isso não é o que espero, é uma exigência minha.

Sorrir é o melhor remédio para a alma e sorrir de si mesmo é a melhor resposta para as circunstâncias.

Existem duas formas de se andar no caminho que traçamos. Uma é olhar para baixo, onde se pisa, ver os desníveis e pedras que pisamos e, assim, tentar evitá-los. Outra é olhar para frente, caminhar olhando o horizonte, ver que ele continua. Nesse cairemos mais.
No primeiro enxergamos e andamos preocupados com as dificuldades e obstáculos, o próximo sempre será nossa preocupação. No outro, sabemos que as predras existem e que farão parte do percurso, contudo o que nos guia é olhar para frente e entender que as pedras são parte dos passos, estarão presente enquanto andarmos, mas o que vai nos mover é ver que lá na linha do horizonte, mesmo que pareça distante, esse mesmo caminho toca no céu.

Existem momentos que a vida nos transforma, assim como o outono faz com a árvore, derruba suas folhas, deixa-a aparentemente sem vida, cinza, despida. Não que a vida assim como a natureza seja cruel, simplesmente prepara aquela árvore para um novo ciclo. Os ventos, a chuva, o frio, passam e no início da nova estação a árvore resurge refeita, viva. A natureza permite sua readaptação para as novas intempéries. O que parecia decadente, na verdade, com o tempo, a vida, e a natureza, revela-nos toda sua sabedoria e grandeza, nos prepara para uma nova estação. Hoje eu olho para trás e posso ver a importância daquele outono."

Pobre é aquele que não respeita os que estão no nosso encalço, aqueles que nos precedem, que estão na fieira evolutiva a qual traçamos, que nos une e por pouco nos separa. Entitular-se dono da menor obra que seja da criação é muito egoísmo por tomar pra si o que não criou, mas quem tem prazer de conviver com ela, ou mesmo na figura de um pequenino animal, necessita agradecer a oportunidade que ele lhe dá de nos colocar em nosso pequeno lugar no universo, pois conseguir ver a grandiosidade das pequenas coisas, ou amor que cabe nesse pequeno ser, e que ele pode dispensar a você, é a janela que se abre para a obra divina e pela qual podemos ver o céu.

Contentar-se com nossa realidade é o consolo de nossas escolhas.