Coleção pessoal de Mattenhauer
Existe um bruxa que a tempos me enfeitiçou. Dentro de meus sonhos adentrou e ali reinou. Não que exile minha culpa ou exonere seus encantos e extrema beleza, mas havia algo em sua natureza. Ali zelava com maestria algo que queria, o fogo vivido de seus olhos abraçavam me com a ternura de um presente único, foi-se embora lúdico em arredio. Fui vencido quando convencido a conhecê-la melhor, as vestes em luto servem de alusão ao crime em contramão.
Zuri
Tristeza
Há porta da mente soa a galopes fortes
Todos os pensamentos afoitos
Abrem espaço para ela que carrega pinturas de todas as sortes, estritos nos seus trotes meu nome permanece, Não lembro de ter pedido mas sempre esteve comigo. Hóspede permanente e companheira impertinente, guia minha mão aos velhos golpes de sua missão, fazer de mim seu eterno campeão.
Farinha do mesmo fato
Não sei quando virei arauto da loucura
Discórdia da verdade nua
Existe sempre outro jeito
De realizar o que está feito
Agora vejo o verso do inverso
Que fica submerso
Em mentiras intrigantes
Criando algumas constantes
Trajadas com o manto de seda ruflante
Inexorável a vontade alheia
Intragável ao mesmo semblante
Que espuma a louca sabedoria feia
De um mago da política
Governante errante da escolha que fica
Ygor Mattenhauer
A aprendiz curiosa pergunta: "Mestre que tipo de criatura é essa? Parece ser tão frágil e simples..." Em um suspiro o mestre interrompe e diz: "Elas tiveram muitos nomes e feitos atribuídos pelos bravos homens que a natureza dobram a sua mera vontade, os marinheiros, solitários guerreiros do mar a chamavam de sereias, capazes de atraí-los para um profundo oceano de confusos sentimentos, usando apenas simples palavras, os heróis que a todos os perigos venciam a chamavam de górgonas, capazes de petrificá-los e silenciá-los para sempre com um simples olhar, os clérigos defensores da fé as chamavam de Succubus, capazes de seduzir até o mais puro dos homens, em resumo dentre todos os nomes e feitos que obtiveram eu gosto de chamá-las de mulher, capazes de dominar o mundo sem sequer perceber, elas foram as responsáveis por tudo que existe, são mães e amantes dos homens, possuem mais segredos do que eu, o próprio vento ou qualquer outro dos cinco senhores, são as verdadeiras senhoras do universo e ainda assim acha que são frágeis e simples, minha pequena nuvem?"
Enegreço meu coração para mais uma vez servir a razão a qual sou avesso, desculpe se te entristeço ao insistir em arrancar esses pregos de velhos dogmas, mas ao infligir e mascarar esses novos egos recordas que de fato sou o mal insensato...
O segredo do vento - Ygor Mattenhauer
Aos que acreditam que temos só uma vida e que deveríamos cuidar somente dela os desminto, essa verdade só cabe aos egoístas se assim prefere ser. Somos silhões de formas de vidas e cores de igual importância e em si ressonância da qual me Certifico de fazer parte. A minha verdade é que tenho varias vidas e que devo cuidar de todas elas, cada minima coisa que fazemos atinge o próximo na cadeia então porque não fazer tudo de forma ordeira? Aos que sofrem e perdem a esperança desejo-lhes sorte pois só com algo impreciso assim podem conviver chame de deus então vocês que a fé possuem eu prefiro o chamar de existência, que a tudo tem em sua essência.
O segredo do vento - Ygor Mattenhauer
Já me joguei nos braços da morte tantas vezes quanto ela me recusou, mas sei que minha persistência será recompensada como tudo que a ela foi almejada. Se disser que não a deseja também quer dizer que não gosta de evoluir mudar ou aceitar limitações ou seja não gosta de viver, talvez seja confuso esse paradigma mas a razão da vida é a morte e vice-versa...
Já me diverti sendo importante, agora tento o mesmo sendo irrelevante. Acho que isso faz parte de envelhecer ou crescer...
O segredo do vento - Ygor Mattenhauer
A pequena nuvem observa seu mestre em devaneio e pergunta
- No que está pensando, mestre? E esse responde:
- há cachorros que fazem grandes truques a troco de pequenas recompensas, outros os fazem para que não sofram as terríveis consequências, mas o que todos não percebem é que fazem grandes truques a troco de coisas pequenas e terríveis.
- Mestre sobre o que está falando?
- Sobre tudo menos sobre cachorros...
O segredo do vento - Ygor Mattenhauer
Em minha repetida ânsia pelo novo
Surge uma repentina forma de transtorno
Obsessivo compulsivo e tardio
Repulsivo aos alheios de tom frio
Que as margens de um rio
Taciturno regurgitam palavras
De infortúnio sombrio e de tão amargas
Trazem me arrepio
Ygor Mattenhauer
Resposta
Porque não representas nada
Porque a muito já morri
Porque deverias abandonar meu silêncio por ti?
Porque a dor é minha amada
Porque não fui feita para o deleite
Porque a esse nunca aprendi
Porque não há lugar que entendi
Porque em sonhos está a morada de repente
Porque haveria
Porque mais seria?
Ygor Mattenhauer
Perguntas
Porque sois indiferente a mim?
Porque não queres estar a sentir?
Porque choras ao invés de vir?
Porque és fria assim?
Porque és intolerante ao toque?
Porque tens medo de rir?
Porque estás sempre a partir?
Porque tens a mente em desfoque?
Porque nunca vens a discutir?
Porque estás sempre a assentir?
Ygor Mattenhauer
Vejo te partir sem destino certo
Nas curvas a rir com o fim zunindo
Aos mares de revolta fingindo
Que ainda caminhas reto
Pelo fato de estar farto
De tantos tombos esperançosos que levaste
Em meio a este contraste
A paz encontraste desperto
E desta nunca desfrutaste
Como em um desastre
Só pode calar-te e afastaste
Ygor Mattenhauer
Se acha que não te prezo, verás quando teu destino se cumprir e três moedas de ouro lhe der para em silêncio partir, cada uma para tapar lhe um dos olhos...
A vontade do fogo - Ygor Mattenhauer
Preso a mim
Hoje me peguei rendido por ideias
Amordaçado pelas minhas próprias palavras
Descrente a vestes de novas sagas
Por mais venustas e sérias
Ante do desejo de eternas férias
Fiquei atado em promessas e ideais
Tudo tão fatídico em sumas fatais
Quanto suas críticas morais
Leves e levianas ânsias humanas
Vide perspectivas mundanas
Tardias e resolutas flamulas
Ora perdido em pensamento
De um brando sentimento
Ora feito de um terno esquecimento
Ygor Mattenhauer
Cigarro
A vida é como um cigarro que se esvai aos tragos, tão docemente amargos estes as vezes divididos as vezes levados pelo vento, ainda a aqueles que são jogados fora seja por pressão alheia ou por pressa corriqueira, tem os das manhãs e os das noites que não desejam ter fim, os ansiosos do que a por vir, os que ajudam a refletir, a os que são curtos e logo acabam deixando somente o vicio presente, os que começam ao meio e os que se apagam sem razão aparente.
Ygor Mattenhauer
É na meia idade que se começa a reparar a sua volta e perceber que tem velhos querendo viver e novos querendo morrer, talvez só por ser do contra a ordem natural da vida ou por ambos temerem a despedida seja da terra ou da terna idade.
O enigima da luz - Ygor mattenhauer
O pecado dos jovens humanos é acharem que são imortais, o pecado dos imortais é acharem que são finitos. Talvez ambos desejem a mesma coisa, apenas ter um eterno último momento...
O segredo do Vento - Ygor Mattenhauer
Vale de Sentimentos
Enquanto mestre das palavras e escriba sei que nada sei, ante a mim ou ao mundo imundo e as palavras que me faltam são as que não ouso dizer, pois somente tolos gritam ao mar morto de sentimentos teus próprios ressentimentos, sim se a ti é quem amo nunca saberes de vero, não é que não seja sincero é apenas que não vale escarnecer aos mortos o brando sentimento dos vivos tais como meu coração e teus ouvidos, ambos mortos inóspitos e a falta de juízo como jazigo.
Ygor Mattenhauer
E então foi-te revelado teu derradeiro pecado, o saber, não que já não se jugaste culpado, mas queria não estar ciente do presente que lhe foi dado, este quase sempre um fardo...
O segredo do vento - Ygor Mattenhauer