Coleção pessoal de MatheusKaue
Não conhecemos o mundo em seu estado natural, as flores foram apresentadas a minha percepção, outros passariam reto por aquele canteiro, mas percebi um girassol sofrendo, cabisbaixo de semblante sonolento. Assim percebi que o cativar e valor final viria pelo meu desejo. Feito valor de alguns beijos, esse não era segredo o valor era puro desejo, enquanto para ti o meu era olhar de desprezo. Acho que talvez eu fosse aquele girassol só preso em outro canteiro.
A beleza de matagal que cresce em terreno limpo se sobre põe a flores na sua sinceridade do que ele realmente é. Demonstra a pureza no que ele é e em sua verdadeira função ou falta de função. Para visão do olho atento cativa mais que uma mentira contada por rosa espinhenta que demonstra uma falsa beleza, feito falta de pureza daquelas que faz dolorosa mão desatenta. É pura cegueira de paixão que se inventa as 9 horas de uma sexta, afinal foram anos dessa atriz em cena.
Eu era adolescente mimado, daqueles roqueiros indignados que achava ser diferenciado. Era de me achar superestimado, mas era apenas outro roteiro adaptado de um filme já gravado do século passado. Rótulo barato que fazia-se de preconceito guiado por comboio de gado. Era diferentemente igualado a qualquer outro otário.Apenas outro deprimido de coração destruído e agora suportado por meus primeiros comprimidos controlados.
Talvez isso seja meu livro, o do seu filho, o seu ou do seu marido. Afinal quem não superestima o seu ser sofrido. No fim é o mesmo livro, nos julgamos os pais, depois o abandono do amigo e mais tarde a traição do marido. Qual destino cairá sob nossos filhos?
Te segui por pura anarquia, rebeldia, coturno e melodia ou sei lá, gritaria. Dependia do ouvido que sentia. Referência para minha adolescência de implicância, de um punk para um emo de franja. Teve discordância, que virou fortaleza para algo de suprema importância. Era feito irmão, não só amigo de infância. Não parecia ter distância, pois mesmo nas discordâncias buscamos esperança.
Escolha por aliança, família, pois sangue não me é a principal importância.
Uma das coisas mais significativas dessa tua partida foi que enquanto eu me perguntava sobre a ausência de uma última despedida, como sempre me preocupava boca vestida. A falta daquelas palavras que deixam a alma despida era o que por muito tempo me prendia. Era filme que se repetia, acho que já era tricologia sem expectativa.
Já passava da quinta hora de um novo dia e eu envolto em uma conversa amiga, daquelas descontraídas e regadas a doses de palavras honestas, mesmo que ardidas. Parecia tequila, talvez fosse tequila. Esse velho amigo me alertou um detalhe clássico do roteiro interpretado. - Qual seria o problema daquela partida sem conversa estabelecida? Completou afirmando: Talvez fique para outra quinta ou outra vida. Eu via clareza no que eu dizia.
Passei tanto tempo focando no roteiro e do outro e pelo meu fiz pouco. Isso não era de esboço pronto, era passo após o outro e sim com esforço.
Aos poucos me liberei das trevas da tal última conversa e rumei feito caravela a superação daquelas curvas tão belas.
Fazia meses da nossa última mensagem, mas no meu coração tu era prisioneira e não passageira. Em noite rotineira, daquelas bebedeira de visão de problemas avistei-te quase como em uma clareira em meio floresta densa. Meu olhar era desconfortante, era um olhar tão distante quanto a geografia do nosso instante. Libertador mesmo que desconfortante. Naquele instante a minha liberdade era vislumbrante.
Na liberdade daquele instante a percepção de que na prisão da saudade era não o teu, mas sim o meu cárcere. Era aprender frente a realidade, mesmo que ela fosse só símbolo e invenção de mente em porre.
Enfim sorte, liberdade por verso de mente me escorre.
Era um sábado, daqueles de céu nublado e bar lotado. Para outros lábios era o vestido surrado, o batom borrado ou o cabelo cacheado. Só que para mim era o olhar de recados, feito poema que não precisa ser recitado. Não sei se era o andar determinado, aquele ALL star acabado ou o eu estar embriagado.
Eu era de olhar encantado para seus lábios que eram por outro copo deitados e sim, era whisky barato. Recado dado, outro dia frustrado, mal acabado, mas conforto era silêncio claro, estávamos embriagados e isso logo seria passado.
Permaneci encantado, mas em outro canto parado, afinal me cativava o imaginado. Era tudo bem claro, ela era noite de poema eternizado.
Tem pessoas que não prestam atenção na sua grandiosidade de crescer, passam eles mesmos sem perceber.
Ela mesmo, era menina de viver condicionado, percurso rotulado de terceiros ditados. Por tempos foi de esconder sua preferência, poucos vislumbraram tua essência, beleza e decência. Era vida desatenta de terceiras exigências, se medicava de problemas que ela mesmo inventa, é sentença desatenta menosprezando beleza como pena, mas sem pena.
Adolescente de anos por hipóteses para mãe de recordes. Vi menina virar mulher, mas não uma qualquer. Era mãe empoderada, guerreira dedicada a vitórias não explicadas, marcadas e superadas por Alicia a sua alma.
A poesia é recurso inesgotável, vertente presente nos rios do imaginável. É experiência de vivência, mentira de inocência, história que se inventa ou diálogo com a sofrência.
Para meu observar ela escolhe portador. Escolheu a mim um doente da fala, prisioneiro da falta por longa data.
Poesia é morada, salvação de muita alma por terapia literária.
Eu tinha várias páginas de cadernos preenchidas, tinha uma taça de vinho esperando com desespero de ser enchida e, principalmente, tinha uma mente sofrida e criativa. Não me preocupava com as páginas preenchidas, estava mais focado nas vazias, aquelas ficavam por vezes bem acompanhadas, mas por vezes por muitas noites sozinhas. Até ausência criativa era poesia.
Aquela era noite que a taça vazia não preocupava, eram noites de vinho por doses. Caras doses servidas por uma garçonete de hipóteses, ela poderia ser outra bela noite de cama desperdiçada. Ela era escultura bem desenhada, mas outra era encantadora vida desperdiçada. Afinal a tempos essa era a pandemia perpetuada de sociedade praticada.
Por fim aquela noite me rendeu uma moça de mágoas, mas um caderno de páginas ocupadas.
Não sofra o futuro do pretérito indicativo ou viva o pretérito perfeito. No máximo relembre alguma coisa com um tom saudosista de pretérito imperfeito, porém esteja outro tempo verbal. Esteja presente.
Acho que não tardei a conhecer a vida. - Quase 10 anos você veio a disperdisar! Afirmou-me o eu reflexo frente a espelho. Me bastaram apenas alguns meses com ele, mas não o reflexo turvo, digo o de olhar a fundo. Acho que por fim aprendi cedo, 26 anos apenas.Eu só sabia ser eu sozinho, era difícil de aceitar, a falta de reciprocidade amargava. Olhei no fundo de meu corpo e encontrei perdido, um velho conhecido a pedir referência ou doar reclamação; - Que direção devo seguir para agradar o protagonista?! Dizia ele. Fiquei eu a pensar. Então tudo se fez dia, protagonista é de filme individual de cada ser, aquele que a importância de interferência é fundamental de sermos, não tarde a ver que a pessoa que você procura está no reflexo do espelho a sua frente.
Uma alma abalada de ser, belíssima de liberdade e concreta da certeza dos seus gostos. Se defendia com palavras, mas o coronel lhe preocupava, não por medo, mas por amor.
Oh coronel, permita teu filho por amor!
Seu olhar me encarava de visão e cabelos bagunçados. Meus dedos de faces molhados enquanto nós nos conectavamos sem nem voz ser de ouvido pronunciado. Aquilo era lugar de estado? Era, era um balcão de bar. Cabelos a dançar e um belo drink de dedos molhados, porém eram nossos olhos que de conexão trasavam.
O regresso dos teus olhos me empolgava, feita nau que em porto ancorava. O pequeno príncipe me contou seu segredo, aquilo era grande, mas precisávamos de três apenas um sermos.
A vida é como uma mesa de bar em que pedimos uma cerveja para o atendente. Nunca sabemos o que receberemos, mas não se atente a olhar pequeno de restrição, não falo sobre a cerveja quente de decepção. Olhar atento senta frente a porta e observa o passar, procura desde amor pra vida, amizade daquelas logo esquecidas ou até mesmo uma boa e velha briga.
Sou regimento por conselho de trindade. Não sou indivíduo, sou três. Sou principalmente tristeza, mas ela é de tratamento esquisito, é alívio. Sou feliz uma e outra vez, dessa pouco entendo, já tive por ela possessivo de sermos. Por fim, sou depressão, basicamente absolutista na aparição, com essa é sem perdão é sufoco de cordão.
As paredes quadriculadas daquele condomínio eram por vezes angustiantes e por outras inspiradoras. Dos colchões me fizeram castelos e um coronel me gritou incerto: -Sentido, o nada fez, mas o tudo também.
Deus se fez presente em mim hoje. Nunca tivemos tão perto, senti meu corpo desnudo de vestes, mas acolhido nas preces abraçadas no momento nunca Dantes imaginado. Lembro que naquele dia entendi que a escuridão é a ausência de luz, aprendi nas lágrimas que na cooperação para a minha experiência de Deus o tudo fazia sentido.