Coleção pessoal de Matheusfv
O que define um homem ou uma mulher não é o gênero, masculino ou feminino, a que pertencem. Homens e mulheres são aqueles que se retratam de seus erros com o mesmo ímpeto que o cometem.
Pedaços de um José de sobrenome Qualquer que ninguém se importa quem é. Zé na rua é só mais um alguém onde qualquer um é ninguém.
Desculpe se o meu bom dia são meras letras que impedem o entrelaçar de nossos braços, os bons momentos foram substituídos pelos maldosos quilômetros que nos partem, ainda assim continuamos íntegros com nossos sentimentos.
Deveria ter sido repetitivo ao te falar de meus sentimentos porque a vida é como um complexo quebra cabeças que termima sem que todas as palavras tenham sido ditas.
Hoje eu gostaria de segurar a sua mão e caminhar pela grama ou pela areia, tanto faz, pois as coisas do coração me importam mais que as coisas que estão sob os nossos pés.
Creio que o aparente término esbarre num recomeço, trazendo consigo, por vezes, lágrimas, mas, em geral, esperança.
Qual a motivação das festas (aniversário, natal, ano novo etc)? Comemorar, ver pessoas que gostamos?
Nesse exato momento observo, como um passageiro de uma locomotiva em alta velocidade que se dá conta que vai para onde não quer, pessoas reunidas ao redor de mesas, pratos, copos e garrafas. Na fartura sinto a má digestão pela escassez de sentido. Às vezes não consigo notar a diferença prática entre nós, humanos, e as máquinas que programamos para reproduzir e repetir.
É evidente que dialogar com a sinceridade de seus pensamentos é se expor, é se desnudar ante uma sociedade adaptada a dançar em bailes de máscaras, é assumir riscos próprios da existência, por outro lado, a omissão ou a dissimulação leva a aniquilação da personalidade.
As pessoas se colocam como se fossem os seus egos e deixam os seus egos demonstrarem quem elas não são
É comum ouvir alguém analisando e criticando uma atitude de forma puramente teórica, já que não imergiu na situação analisada, tampouco se colocou a prova em situação similar, para autoanálise. Não é incomum eu ter o mesmo impulso crítico, sendo incomum eu não me auto questionar, ainda que posteriormente.
Aproveitando-me do momento da crítica teórica, pego um fato similar passado envolvendo o crítico e o confronto com o presente alvo de seu julgamento para um choque de realidade. Afinal, por que me arriscaria entrar em um conflito se nem conheço o criticado? Porque o crítico é mais importante que o criticado, além do conflito não ser um caminho obrigatório e sim uma escolha. A consequência da minha ação é um caminho bem conhecido, a pessoa se ofende e tenta defender-se. Mas, por quê? Ego, carrasco da emoção e dilacerador da razão. Há dúvidas que se eu usasse como exemplo uma terceira pessoa, ausente e desconhecida, o crítico não se ofenderia? Em razão disso, eu deveria me desculpar? Desculpar-me por ter tido a intensão de ofender ou pela pessoa ter se ofendido? Está clara a não intensão ofensiva, então por que assumir a propriedade de algo que não me pertence? No mínimo minhas desculpas seriam uma apropriação indébita, mas esse não é um delito que esteja no código dessa sociedade de egos carregados de míopes conceitos e exarcebado coitadismo. É evidente que dialogar com a sinceridade de seus pensamentos é se expor, é se desnudar ante uma sociedade adaptada a dançar em bailes de máscaras, é assumir riscos próprios da existência, por outro lado, a omissão ou a dissimulação leva a aniquilação da personalidade. Se, de forma diversa, eu concordasse com o crítico, massageando o seu ego, desculpas seriam devidas?
E por que não me usar como exemplo? Porque, para certas atitudes, eu não sirvo como exemplo e é exatamente por isso que evito fazer críticas, além disso creio que precisamos calçar os sapatos de quem criticamos e caminhar para sentir os calos. Será que minha postura é uma crítica ao crítico? Não creio, mas aceito que discorde. Eu apenas disse: "o cliente diz que o barulho é do motor e você diz que é da suspensão, vamos dar uma volta, quem sabe não pode ser do escapamento".
Concluindo, as pessoas se colocam como se fossem os seus egos e deixam os seus egos demonstrarem quem elas não são
Quando não enxergar a direção, silencie e ouça as batidas do seu coração, elas ditarão o ritmo e a vida passará a ter um sentido.
Quando estamos em um lugar sentimos saudade de outro. Quando voltamos, percebemos que não somos mais de lugar nenhum.
Algumas coisas estarão no mesmo lugar, nossa visão sobre elas não.
A vida é uma escola, concordo. Vejo nela a cegueira que carregamos, para não ser contraditório, não vejo.
Na morte, nome dado ao fim de uma jornada, associada a tristeza e a escuridão, eu tenho a esperança que também traz o fim:
das ilusões;
dos conceitos distorcidos;
de tudo que foi sentenciado como certo ou errado sem direito a defesa;
da prisão imposta pelas ideias alheias que transpuseram as gerações e que termos como nossas;
das verdades perdidas na estreita visão ou na pretensão de ter algo muito acima do próprio ser.
Por vezes, volto ao mesmo lugar, mas não do mesmo jeito. Ainda que o meu lugar seja onde me encontre, pedaços do meu coração ficaram pelos caminhos já caminhados, que seria passado se não estivesse sempre presente.
A felicidade é um estado de espírito e uma conquista diária, não é um lugar ou um local, tampouco possuir algo ou estar com alguém. Também não é um estado permanente, como quase tudo nessa vida é composta de momentos e suas oscilações. Aproveitar os bons momentos na certeza que eles passarão e esperar, pacientemente, que os maus também passem não é a melhor opção e sim a única, porque em todos os lugares, ao lado de cada pessoa diferente, a qualquer instante, algo diferente, bom ou ruim, acontece. Então, não superestime pequenos momentos ruins, nem subestime todo o resto que preenche a vida, ainda que esses restos não sejam sobras e sim a maior parte de bons momentos escondidos pelas entrelinhas da rotina.
O maior inimigo das minhas palavras também é o maior aliado dos meus pensamentos, que confusos parecem e de aparente objetividade padecem.
Nas entrelinhas do meu subjetivismo é onde me encontram, mundo adentro com minhas metáforas, vou aliterando sem ser literal, tantas vezes rimando para soar legal.
Matheus Ferreira de Vasconcelos
Amar, verbo intransitivo,
Trânsito irrestrito,
Sentimento congestionado,
Via de mão dupla,
Sentido adulterado,
Uso indevido,
Uma contradição
Sem contraindicação,
Cura para muitas enfermidades,
Medicamento muito falsificado.
Amor nas bocas, nas telas, nas teclas,
Jogado e não plantado,
Proferido e não sentido,
Profanado, banalizado, distorcido,
E eu aqui tentando explicar
O que a maioria faz questão de complicar,
Tentando quantificar
O tamanho do que não se pode mensurar.
A paz?
Qual o preço da paz?
Na evasiva acima de qualquer suspeita,
Abaixo de toda retidão,
sobre alguma razão,
Sob qualquer emoção,
Perdida na ação
Ou asfixiada na omissão,
Mal diluída em verdades e mentiras,
De meias verdades à verdadeiras mentiras,
Em overdoses homeopáticas de sinceridade
Ou em doses alopáticas de endrômina,
Enfim, qual o seu lugar?
Não tem preço
E vale o quanto se quer pagar,
Paga-se o quanto se quer ter
E ainda assim, em meio ao conflito
Eu pergunto: qual o preço da paz?