Coleção pessoal de MatheusEduardo789
Meu anjo...
Suscitei-lhe perfeita,
Bem como fizera Deus.
Não há nenhum esbanjo
Na auréola que a enfeita
Nestes sonhos meus.
Minha princesa...
Ao mármore que foste feita,
Sob a lira de um adeus,
Cabeu-o-lhe tanta beleza...
O brilho da estrela eleita
Carregas aos olhos teus.
Quanto brilho conténs,
Ó meu anjo da verdade?
Ao partir assim, tão cedo,
Co'a esperança destruida.
-Mas quando vires...
Que teu brilho alvacento
Banhou à todo o mundo.
Que o ruflar de tuas asas
Salvou à milhares.
À ti não restará lamento,
Só o puro amor profundo,
Que tirou-os de suas casas,
E à rua encantou-lhes...
Deslize pelas nuvens
E plasme outra realidade.
Jamais devias sentir medo,
Pois estás protegida
De tudo que temeres.
Então por que, amor?
Por que há caos
Em teus olhos...
Novamente?
Poetisa
O tempo floria de tuas mãos
Enquanto adentrava os céus.
Fitava aos infinitos vãos
E alteava teus constelares véus.
Tuas alas espargiam areias doiradas
De sonhos remotos, esquecidos,
Que voejavam águas afloradas
De gloriosos desejos enaltecidos.
Embalada por oceanos colossais,
Derruía e refundia perfeições.
Bosquejava arcanjos celestiais
Em impensáveis concepções.
Perpassava desenfreada
Pelos mais diversos astros;
Pela imensidão acalentada,
Plasmava à mundos vastos.
E assim perpassando ia...
Vasteando, criando...
Esculpindo-se em poesia
E mais galáxias semeando.