Coleção pessoal de marison_ranieri

⁠Recife é apenas uma foto na galera, que aprecio aos cliques do mouse e ao berro da makita.

⁠A cada troca de olhares na calçada, universos ainda não explorados pelo paladar.

⁠A saudade custa muitas terapias.

O vinho também é caro.

⁠Minha prece, seca de esperança, ricocheteia entre as paredes e a fórmica.

⁠Nesta praia onde nossos caminhos se cruzaram, o rugido das ondas será nossa última canção.

⁠O desejo transcendental devora a realidade.

⁠Neste chão ressecado, teu milésimo encontra o meu:
finalmente estou vivo.

⁠Desenhávamos o futuro com traços gordos e noites curtas. Adormecíamos juntos, civilizados como nunca mais.

Fetos ansiosos perfurarão as prenhas para testemunhar a chuva de meteoros invocada pela nossa troca de olhares. A ideia de um olá criará ciclones em Gravatá. Jorrará vida suficiente para reflorestar o sertão.

Será uma quarta-feira.

⁠Ao crescer, a poesia também se torna burocrática, e não mais surge flutuante e colorida.

Quero parir a poesia, lançá-la do alto da montanha e, se houver nela vida, será minha menina.