Coleção pessoal de marilacsantos
Preciso de alguém comigo agora, aquela vontade está voltando e dessa vez estou frágil demais para lutar contra ela, sei que ceder não é a melhor opção até porque da ultima vez me deixou pior, e jurei não fazer de novo mais e se dessa vez funcionasse acabaria com tudo de uma vez por todas e não precisaria mais tentar me excluir do mundo. E terrível querer ficar só quando tudo que se precisa e estar com alguém. Queria alguém que não me julgasse apenas ouvisse o que eu tenho a dizer, mas nunca vou encontrar então prefiro a solidão dos meus textos. É nessas horas que o mar me faz falta, ele pode me torturar mais só ele entende o que e passo. Sinto-me segura em suas torturas pois, sei que elas são minhas e mesmos ruim ninguém as pode tirar de mim. Se um dia as tirarem de mim não me restará mais nada pois, o que me mata todos os dias também serve para me fortalecer de vez em quando.
Acreditar
Acreditar em inglês se escreve believe e se lê ''bilive''. Separando como se fala a palavra fica exatamente assim be=ser e live=viver.
Precisamos ser algo para conseguirmos viver realmente. Ninguém nasce para apenas viver, nascemos para sermos algo, mas para que isso aconteça precisamos nos conhecer. Algumas pessoas acham mais fácil conhecer ao outro do que se conhecer, as vezes nem por não querer e sim por não poder. Precisa acreditar muito em si para enfrentar o mundo. Permitir-se ser feliz é o melhor modo para começar.
Permitir por um instante para e olhar para se mesmo, mais não com os olhos dos outros e sim com os seus olhos. Quando fizer isso quase que naturalmente virá perguntas a sua boca: A realmente algo de errado comigo? Preciso mesmo acreditar em tudo que me falam?
Daí você verá que não é você que tem algo de errado é o modo como você aceita que as pessoas te olhem. Aceitar-se pelos outros não e mais fácil que buscar quem você é. Isso fará uma imagem errada de você mesmo.
Não é preciso mudar totalmente seu jeito de se ver, apenas defina o que realmente você gosta com calma para não perder sua essência, pois é ela que nos permite ter certeza de que não estamos no corpo errado, na vida errada, na época errada e vivendo para os outros.
Quando nos aceitamos os outros acabam nos aceitando e nos respeitando também.
Não se permita apenas viver,SEJA VIVO.
A história de Eliza
É uma pequena menina por quem me apaixonei desde o primeiro dia. Olhos negros, boca pequena, pele suave, voz leve e serena. Vejo-te todos os dias em um campo com flores, com teus cabelos soltos tocados pelo vento, que balançam levemente e sincronizado com teus passos na grama verde. Corro desesperadamente ao teu encontro, mas quando chego não estas mais lá. Por vezes tento perguntar-te por que foges, mais nunca te alcanço a tempo, e me vejo só no gramado novamente sem saber por que correu.
Certa vez distraiu-se demais em baixo de uma árvore que acabei chegando sem que você percebesse e sentei ao seu lado, tentou levantar mais dessa vez segurei em sua mão e você não foi, então pude contar o que sentia. Logo após você chorou, largou a minha mão e correu. Não consegui entender o porquê, será que tudo que te falei não valia nada pra você? Saí dali e voltei somente a tarde, deitei-me embaixo da mesma árvore e de tanta tristeza ao lembrar o que aconteceu que acabei dormindo.
Quando acordei deparei-me com você ao meu lado dessa vez sorrindo e me beijou. Perguntei o porquê de tudo aquilo:
-Também tento contar o que sinto por ti há tempos, mais tive medo, por isso fugia, pois tinha dúvidas de que era de verdade. Só quando vim pela manhã e não te achei pensei que tinha te perdido e chorei novamente. Foi então que te perdendo tive certeza que também te amo Margô.
Não se precisa de motivos para amor, você simplesmente ama e é isso que o torna especial, ser simples.
Se todos que me julgam sentissem o que sinto, eu provavelmente não estaria nessa situação, porque só assim eles teriam certeza de que é verdadeiro e simples de se entender.
Não sei porque eu acho tão difícil de entender coisas lógicas, mais coisas do ''sub mundo'' me fazem mais sentido.
Armadura
Acho que essa armadura não me serve mais, ela está frágil e a qualquer momento pode quebrar e revelar o que realmente acontece aqui dentro.
Essa armadura agora velha e quase sem valor guarda uma menina com medo, confusa, angustiada que sofre sem ao menos saber o porquê de tanta dor. Que esconde nos olhos uma dor de perder o que ama, uma menina com um amontoado de sentimentos fortes querendo domina-la de todos as formas mais cruéis possíveis, que acha que se esconder nessa armadura seja a forma mais fácil, mais não a melhor, para resolver-se e ficar bem.
Sorrisos soltos por bobagens camuflam lagrimas, mais não lagrimas simples tipo aquelas que percorrem o rosto e secam com o tempo, mais sim as lagrimas derramadas por dentro que não se sabe se veem da alma ou do coração, mais que importância tem saber de ondem elas veem já que tem a mesma dor? O pior e que não secam, elas se acumulam até um ponto em que vira um mar que faz ondas grandes e fortes dentro dela, que nem ao menos se quebram quando chegam perto da praia. Essas ondas apenas fazem esforço para sair de algum modo, tentam escapar de algo que está lá dentro e que quer domina-las de tal forma que causa danos não só lá dentro mais aqui fora também. Por isso a armadura não serve mais, a água salgada e ás vezes amargas desse mar de lagrimas está corroendo seu ferro que antes parecia ser forte e capaz de suportar tudo.
Pessoas normais, quando chegam a noite dormem tranquilas, mais pessoas com armaduras sabem o quanto a noite e dolorosa. Fechar os olhos é quase um desafio, é como olhar pra dentro de si mesma e ver tudo aquilo de que se está fugindo, um lugar bagunçado que não pode ser arrumado. E você fica parado, quieto, calado apenas observando pedindo para que não percebam que você está lá, muito inútil não há como fugir de algo que está dentro de você e que você mesma querendo ou não colocou lá.
Todos dizem que temos liberdade, mais será mesmo? E por que eu não sinto isso? Será que só eu não sinto? Quero ter liberdade para gritar para o mundo o que eu estou sentindo, mais antes eu quero me sentir segura, por que esse aglomerado de sentimentos não me deixa em paz eles me matam aos poucos. Mas e quando não houver mais poucos o que restará de mim?