Coleção pessoal de marianastela
Algumas vezes na vida, você encontra uma amiga especial. Alguém que muda sua vida simplesmente por estar nela. Alguém que te faz rir até você não poder mais parar. Alguém que faz você acreditar que realmente tem algo bom no mundo. Alguém que te convence que lá tem uma porta destrancada só esperando você abri-la. Isso é uma amizade pra sempre. Quando você está pra baixo e o mundo parece escuro e vazio, sua amiga pra sempre te põe pra cima e faz com que o mundo escuro e vazio fique bem claro. Sua amiga pra sempre te ajuda nas horas difíceis, tristes e confusas. Se você se virar e começar a caminhar, sua amiga pra sempre te segue. Se você perder seu caminho, ela te guia e te põe no caminho certo. Sua amiga pra sempre segura sua mão e diz que vai ficar tudo bem. Sua amiga é pra sempre, e pra sempre não tem fim.
Não confie na frase de sua avó, de sua mãe, de sua irmã de que um dia encontrará um homem que você merece.
Não existe justiça no amor.
O amor não é censo, não é matemática, não é senso de medida, não é socialismo.
É o mais completo desequilíbrio. Ama-se logo quem a gente odiava, quem a gente provocava, quem a gente debochava. Exatamente o nosso avesso, o nosso contrário, a nossa negação.
O amor não é democrático, não é optar e gostar, não é promoção, não é prêmio de bom comportamento.
O melhor para você é o pior. Aquele que você escolhe infelizmente não tem química, não dura nem uma hora. O pior para você é o melhor. Aquele de quem você procura distância é que se aproxima e não larga sua boca.
Amor é engolir de volta os conselhos dados às amigas.
É viver em crise: ou por não merecer a companhia ou por não se merecer.
Amor é ironia. Largará tudo — profissão, cidade, família — e não será suficiente. Aceitará tudo — filhos problemáticos, horários quebrados, ex histérica — e não será suficiente.
Não se apaixonará pela pessoa ideal, mas por aquela que não conseguirá se separar. A convivência é apenas o fracasso da despedida. O beijo é apenas a incompetência do aceno.
Amar talvez seja surdez, um dos dois não foi embora, só isso; ele não ouviu o fora e ficou parado, besta, ouvindo seus olhos.
Amor é contravenção. Buscará um terrorista somente para você. Pedirá exclusividade, vida secreta, pacto de sangue, esconderijo no quarto. Apagará o mundo dele, terá inveja de suas velhas amizades, de suas novas amizades, cerceará o sujeito com perguntas, ameaçará o sujeito com gentilezas, reclamará por mais espaço quando ele já loteou o invisível.
Ninguém que ama percebe que exige demais; afirmará que ainda é pouco, afirmará que a cobrança é necessária. Deseja-se desculpa a qualquer momento, perdão a qualquer ruído.
Amar não tem igualdade, é populismo, é assistencialismo, é querer ser beneficiado acima de todos, é ser corrompido pela predileção, corroído pelo favoritismo. É não fazer outra coisa senão esperar algum mimo, algum abraço, algum sentido.
Amor não tem saída: reclama-se da rotina ou quando ele está diferente. É censura (Por que você falou aquilo?), é ditadura (Você não devia ter feito aquilo!). É discutir a noite inteira para corrigir uma palavra áspera, discutir metade da manhã até estacionar o silêncio.
Amor é uma injustiça, minha filha. Uma monstruosidade.
Você mentirá várias vezes que nunca amará ele de novo e sempre amará, absolutamente porque não tem nenhum controle sobre o amor.
- O vazio e seu companheiro, o tempo! - concluiu, satisfeitos. - Que estranha noção essa de vazio. O vazio é repleto de coisas que não vemos. Já o tempo que passa e muda tudo, ele modifica o curso das estrelas e acalenta o cosmo num movimento permanente. É o que anima a gigantesca aranha da vida, que passeia na teia do universo. Intrigante dimensão, esse tempo do qual tudo ignoramos, não acha?
Com o passar da manhã, preocupei-me com a punição que aplicavam a ela. Estava tão pálida... E eu, que sou ateu, me vi de joelhos junto à cama, rezando a Deus como uma criança, para que Keira não tivesse sido trancada em nenhuma solitária.
Um turbilhão de sentimentos...
A perda, o perdão, o querer, o não poder...
A escolha errada, a falta...
A falta...
O não, sempre esse não, sempre esse talvez, esse quase...
Essa falta...
A felicidade entrou com o pé na porta e sentou ao meu lado. Eu não estava mais sozinha esperando o espéculo. O trânsito todo parado e ela acena no carro ao lado, depois morre de vergonha e toma bronca do pai para sentar direito na cadeirinha. O dia meio cinzento, vai-não-vai e de repente ela surge amarela e esquenta a vida. Ela mora numa gaveta cheia de bobeirinhas lá em casa... Ela toma banho comigo quando a água leva embora coisa ruim e renova a alma e dorme ao meu lado quando eu descanso...
Eu sofro sendo assim, eu sofro porque, quando você acha mais da metade do mundo babaca, você passa muito tempo sozinho.
O problema que se coloca não é o da tradução e sim o da interpretação. Não se traduz poesia palavra por palavra, não é? O mesmo se passa com os escritos antigos. É fácil fazer um texto sagrado exprimir mais ou menos o que quisermos; os homens, aliás, frequentemente distorcem a palavra bondosa, desviando-a para obter poderes de forma indevida ou o que mais desejarem dos seguidores. As Sagradas Escrituras não ameaçam nem impõem, elas indicam um caminho e deixam ao homem a escolha para encontrar aquele que o guiará, não em sua própria vida, mas na direção da vida. Os que pretendem compreender e perpetuar a palavra de Deus nem sempre persistem dessa maneira e abusam da ingenuidade de quem eles querem governar.
O fogo é um precioso aliado do homem, mas é perigoso para uma criança que não sabe utilizá-lo. O mesmo se passa com relação a certos conhecimentos. Na escala da humanidade, os homens são crianças; olhem o nosso mundo e constatem o quanto ainda nos falta educação.
A ironia atinge apenas a inteligência. Inútil desperdiçá-la com os que estão longe do seu alcance.
Contra estes ainda não se conseguiu inventar nenhuma arma. A burrice é invencível.
E nesta fila um velho de suíças, com um boné de pano e um nariz adunco, esperava, num lugar chamado Concha Acústica Chão de Estrelas, para partilhar a sua parte do segredo do céu: que cada vida afeta a outra, e a outra afeta a seguinte, e que o mundo está cheio de histórias, mas todas as histórias são uma só.
Amor perdido ainda é amor, Eddie. Ele assume uma outra forma, só isso. Você não pode vê-lo sorrir, não pode lhe trazer o jantar, não lhe faz cafuné nem rodopia com ele pelo salão. Mas quando esses prazeres enfraquecem, um outro toma o seu lugar. A lembrança. A lembrança se torna sua parceira. Você a alimenta. Você a segura. Você dança com ela. A vida tem de acabar — disse ela. — O amor, não.
As pessoas dizem que "encontram" o amor, como se o amor fosse um objeto escondido atrás de uma pedra. Mas o amor assume muitas formas, e nunca é o mesmo para cada homem e cada mulher. O que as pessoas encontram, então, é um certo tipo de amor. E Eddie achou um certo tipo de amor com Marguerite, um amor agradecido, um amor profundo apesar de silencioso, o amor que ele conhecia, acima de tudo, insubstituível. Depois que ela se foi, seus dias perderam o viço. Ele fez seu coração adormecer...
- Que você morreu? - disse a velha senhora, sorrindo. - Faleceu? Partiu? Foi falar com Deus?
- Morri - ele disse, suspirando. - E isso é tudo o que eu lembro. Depois a senhora, os outros, tudo isso. A gente não devia ter paz quando morre?
- Temos paz - disse a mulher - quando estamos em paz com nós mesmos.
Em meio a tudo isso, e a despeito de tudo isso, Eddie adorava o pai, porque os filhos adoram seus pais, independentemente do mal que eles lhes possam causar. É assim que aprendem a devoção. Antes de se devotar a Deus ou a uma mulher, um menino se devotará ao seu pai, por mais insensato e inexplicável que isto possa ser.
Elas merecem ser castigadas por tudo o que grande parte das pessoas ali deixou para trás na juventude, ou nunca conseguiu alcançar. Vinguemo-nos então da beleza. Vinguemo-nos da alegria, dos risos e da esperança. Em mundo como esse, não há lugar para sentimentos que comprovam que todos nós somos miseráveis, frustrados, impotentes.
Deve ter sido a tarde, deve ter sido a luz, mas naquele momento o Universo parecia finalmente entrar em harmonia.
A menina perdoa. Não porque virou santa, mas porque já não aguenta mais carregar este ódio. Odiar cansa. Não sei se muda algo no Céu ou na Terra, se salva ou condena minha alma, mas estou exausta e só agora entendo isso.
Que continue assim, porque isso é a única coisa que sempre nos salvará, independente dos erros cometidos. O amor é sempre mais forte.
...mas eu sabia que já éramos como as nuvens que se juntam nos céus e não se consegue mais dizer onde começa uma e acaba a outra.