Coleção pessoal de MariaLouise

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Jogo de azar

Era doce a maneira de como ela via o amor. Para ela a melancolia era uma palavra bonita, uma forma romântica de ficar triste. Tanto quanto a solidão e a ingratidão. Palavras que já conhecia muito bem. O tempo a tranquilizava, dava uma certa paz. Ela sempre soube que o amor era um jogo de azar, nunca apostou nele . Apenas o amor não realizado poderia ser considerado como romântico e belo. Ela vivia aquele amor, sem jamais ter a pretensão de receber algo em troca, da pequena janela branca via a vida passar admirando a distancia. Com brilho nos olhos, um livro na mão e o cigarro na boca, ela seguia.
E a vida?
A vida era uma longa e surpreendente aventura do qual ela jamais desperdiçou.

Mudança.

Tenho medo da rotina, mas também temo a mudança. Quando existe mudanças sempre temos de colocar um pouco final em um ciclo para que outro seja iniciado. E então vem o medo de abandonar tudo, logo eu, que me apego tanto á tudo, á todos. A rotina é mortal, um circulo vicioso. Não sei se seria capaz de viver assim. Quando temos que escolher apenas uma opção entre tantas, tudo fica mas difícil, tão mais forçado, tão mais injusto.

Querer Mais.

Ai vem sempre aquela vontade de querer mais e mais, seja do beijo, do abraço, daquela música favorita, do café, do chá, mais do cheiro, do aperto, do sorriso, do querer, sempre querer mais e mais. E ai vem aquela saudade da pessoa que você nem mesmo conheceu, aquela vontade de dizer um eu te amo, mesmo que seja disfarçado. Aquela vontade de dizer que a distração e ignorância daquela pessoa te cortava o pulso de uma forma tortuosa, lentamente mesmo que na sua imaginação. E depois vem a calmaria, a esperança e por quase um segundo tudo volta a ficar normal, a ficar belo como um arco-iris depois da tempestade. Aquele sentimento descontrolado tomava posse, sossegava seja em um daqueles dias chuvosos ou até mesmo em um encantador dia de sol, o que daria no mesmo contanto que ganhasse apenas uma palavra carinhosa daquela pessoa de quem tanto se ama.

Esqueça.

Pena que o que escrevo jamais lhe tocou a alma. É talvez minha insignificância que me afeta por completo. Não por fora mais por dentro. Esse vácuo que se estende em cada madrugada fria, é o que corroí o pouco de esperança que possuo. Esperança de um dia estar contigo, te abraçar e sussurrar todas as manhas no seu ouvido: que seja doce, que seja doce. E que seja doce a vida, como tanto Caio Fernando Abreu um dia imaginou. Mas e só uma ilusão criada no meio desse meu mundo particular, mas esqueça, eu digo E-S-Q-U-E-Ç-A. Não vou sofrer, não vou chorar, pelo menos não por fora. Eu não quero me render a tristeza. Não mais! Me escuta, não vou enlouquecer pelo contrario, vou manter o controle. Me escuta, eu nunca tive medo da solidão. Escuta, eu desprezo o teu desprezo, não ligo, não me rendo, não choro, me controlo, até o ultimo dia, até o ultimo momento.